sexta-feira, 18 de maio de 2012

Profissional multisentidos ganha peso no mercado

As empresas estão cada vez mais buscando o profissional multisentidos. O termo, usado pela Deep - Desenvolvimento e Envolvimento Estratégico de Pessoas, define o profissional disposto a aproveitar ao máximo as oportunidades de desenvolvimento de negócios e carreira que surgem em sua vida.

“É aquele que possui visão a longo prazo, identifica oportunidades de relacionamento e é leal; que possui audição com atenção para conseguir construir contextos e criar conexões; que possui tato para lidar com o outro, seja ele cliente, parceiro, fornecedor ou colega; que possui olfato para sentir novas oportunidades ou identificar riscos e que tem paladar para aproveitar as oportunidades que aparecem no dia a dia, que saiba transformar o que muitas vezes é deixado de lado em joias de gestão”, explica Juliana Almeida Dutra, diretora executiva da Deep, que trabalha anualmente com o desenvolvimento de competências de mais de cinco mil profissionais de todas as idades e momentos de carreira.

Ainda segundo ela, a falta de qualificação profissional e o despreparo para os mais simples procedimentos que envolvem o ambiente de trabalho podem atrofiar os processos da estrutura funcional e sobrecarregar funcionários mais experientes, gerando um quadro de estresse maléfico para trabalhadores e empregadores.

“As empresas estão sentindo falta daquilo que chamamos de funcionário multisentidos. Não aquele que faz tudo, mas o que consegue desempenhar o seu papel cobrindo competências técnicas e comportamentais sem deixar espaços sem preencher fazendo com que seu colega mais disposto, dedicado e/ou experiente precise cobrir espaços necessários para garantir o crescimento sustentado da empresa", diz.

"Isso tem sobrecarregado muitos bons profissionais, fazendo com que a carga horária de trabalho muitas vezes seja duplicada gerando um grande problema para as empresas de reconhecimento, versus manutenção de estrutura de cargos e salários, versus equiparação de funções com o mercado de trabalho”.
Segundo Juliana, o que se vê no mercado de trabalho são muitos casos de acomodação em relação ao tema, consequência da grande oferta de vagas no Brasil, o que faz com que funcionários mudem de um emprego para outro ao menor sinal de obstáculo no serviço atual. 

“Parece uma constatação corriqueira, mas é um fenômeno que vem se arrastando e que, em breve, apresentará impacto desastroso no mercado de trabalho. Todo mundo espera já começar no topo e, ao se deparar com a realidade, cria-se uma frustração imediata", diz.

"Ao invés de desenvolver-se para superar obstáculos, grande parte das pessoas desiste e passa o seu tempo de desenvolvimento buscando novas vagas. Isso acaba impactando na grande preocupação que se vê por parte dos empregadores e na enorme falta de motivação que se constata entre os empregados. As empresas e profissionais estão precisando de alinhamento em relação às suas expectativas e trabalhar em programas fortes de comunicação e envolvimento”, alerta.

A especialista cita alguns perfis aparentes hoje no mercado:

- iniciantes que não são comprometidos e que, ao menor sinal de esforço para se desenvolverem, mudam ou não se importam com sua carreira;

- profissionais que tentam se esforçar, mas não sabem o caminho e precisam de gestores preparados para desenvolvê-los. Há gestores que não estão preparados, alguns que se empenham em desenvolver suas equipes e ainda os que estão resolvendo e colocando a mão na massa pelas falhas dos outros e desempenhando dois ou três papéis;

- os que se sobressaem porque são bons e esforçados, mas estão estafados por trabalhar para suprir a demanda dos que não o fazem;

- os confusos, que são aqueles de boa intenção, mas que não conseguem se adequar ao ambiente corporativo.

- profissionais e empresas alinhados, trabalhando em total harmonia.

Na avaliação da especialista, para conciliar as diversas situações e buscar soluções adequadas para cada variável, além de identificar e desenvolver o profissional multisentidos, é necessário realizar uma mudança e um alinhamento cultural, de expectativas e sonhos de futuro, de desenvolvimento de sentidos e de harmonia da comunicação interna.

"Diversas empresas, em vez de buscar programas de desenvolvimento completos, buscam treinamentos únicos e pontuais. Mas estes pontos somente são possíveis através de programas conjuntos de desenvolvimento, com periodicidade, e que trabalhem com foco em parceria”, finaliza Juliana.

Fonte: Canal Executivo

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