segunda-feira, 30 de julho de 2012

Líderes não estão preparados para a nova realidade empresarial

Há muito que se fala no Brasil de carência de profissionais qualificados. No entanto, essa carência parece ser ainda mais grave quando o assunto é uma liderança capaz de entender o novo cenário econômico. 

Segundo Eduardo Carmello, diretor da Entheusiasmos, palestrante e consultor de empresas, boa parte dos líderes empresariais, incluindo os sócios e os gerentes de empresas, vive ainda na época do comando-controle, ou seja, um tempo onde o chefe dizia como as coisas deveriam ser feitas. Mas essa realidade mudou e as lideranças ainda não compreenderam a dimensão da mudança:

“Vivemos uma grande transformação nos modelos de gestão que levam ao sucesso de uma empresa. Saímos daquela realidade do comando-controle, onde o chefe tem papel preponderante e orienta como as pessoas devem atuar, e entramos em uma realidade que eu chamo de relacional-processual, ou seja, uma situação onde o líder precisa deixar de ser um capataz para atuar como gestor estratégico do conhecimento. Mais do que comandar, ordenar e policiar a execução de tarefas, o líder que este novo cenário econômico exige é alguém que ajuda a criar e a incorporar o conhecimento nas atividades diárias”, alerta Carmello.

Essa nova postura da liderança torna-se essencial em um cenário econômico onde as empresas que apenas vendem produtos ou serviços começam a perder mercado para aquelas que atuam no sentido de oferecer aos consumidores uma experiência. Segundo Carmello, muitas pessoas se dispõem a pagar mais por um café em ambientes como o do Starbuck, por exemplo, porque ali podem encontrar pessoas interessantes, podem acessar a Internet e encontrar um ambiente agradável onde é possível até trabalhar:
“Para se alcançar um padrão de serviço como esse é preciso uma apurada gestão de conhecimento. Entender o que as pessoas precisam, ouvir o consumidor, interagir com esse consumidor de uma forma totalmente nova e não apenas na relação usual de cliente-empresa. Os empregados da Starbuck, por exemplo, são encorajados a interagir com os clientes, a conversar com eles, e isso só se consegue dando espaço para que as pessoas possam ser mais do que um mero atendente”, explica Carmello.

Para o consultor, as demandas da moderna liderança exigem conhecimentos e atitudes que, em tese, muitos líderes atuais parecem não estar preparados para alcançar:
“Muitos gestores se sentem ameaçados com a mudança. Eles temem não estar preparados para ela e, pior, não conseguir gerenciá-las segundo padrões aprendidos ao longo de 10, 20 ou 30 anos. Isso leva muitos à paralisia, o que é prejudicial para a empresa e para as pessoas que atuam na empresa”, assinala Carmello.

As mudanças frequentes que desafiam as empresas precisavam ser enfrentadas por processos educativos e de formação de lideranças. Segundo Carmello, é possível preparar esses líderes para os desafios de uma economia da experiência, onde o conhecimento das pessoas é o ativo mais importante:
“A era dos líderes autossuficientes, que sabiam tudo, acabou, se é que alguma vez existiu. Os líderes precisam ser preparados para os novos desafios e a educação e formação é o caminho”, conclui Carmello.

Fonte: Canal Executivo

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Luz acesa e copo meio cheio

Clareza na comuicação e otimismo são duas virtudes fundamentais para quem quer se tornar um líder.

Clareza na comunicação e otimismo são, aparentemente, assuntos desconexos. Mas ambos são importantes e devem orientar suas atitudes e decisões. Em primeiro lugar, a clareza. Trabalhe sempre com a luz acesa. As coisas devem ser feitas e ditas às claras. Subterfúgios, opacidades e meandros linguísticos só servem para diminuir a credibilidade de quem os usa e enfraquecer sua argumentação ou processo decisório.

Na dúvida, acenda a luz. Não trabalhe na penumbra. Seja claro sem ser descuidado, fale com franqueza sem ser rude, seja transparente sem ser grosso. Hoje, as comunicações são rápidas, curtas e frias. Usamos excessivamente SMS e e-mail, em geral escritos às pressas e sem reflexão adequada. São um convite à falta de clareza. Ao apoiar-se nos meios eletrônicos, evite ser mal interpretado. Seja objetivo, evite a superficialidade e não abra mão da transparência.


Eu sei que você está pensando "mas e a reciprocidade?". Pois é. Ao agir com a luz acesa, você estabelece a regra do jogo, e leva o outro lado a ser claro também. O otimismo é outra importante virtude para a construção de uma carreira. É a velha imagem do copo com líquido pela metade. Ele está meio cheio ou meio vazio? Veja o lado bom, a parte cheia do copo.


Olhar para a vida com um olhar crítico, porém otimista, consistentemente positivo, tornará suas críticas construtivas. Ter esse dom de ver o copo meio cheio faz com que o ambiente à sua volta se transforme, pois os outros param para melhor tentar entender a situação. Quem sempre vê o copo meio vazio vive se lamentando que tudo é culpa dos outros. O indivíduo pessimista acaba sendo uma pessoa sem espaço, sem ressonância entre os pares e os superiores. Também pudera! Quem só vê o lado negativo fica negativo.


É claro que não estou falando de falta de senso de realidade, da incapacidade de diagnosticar corretamente os problemas. Estou falando de postura positiva contra aquela atitude que destrói valores, que inibe o crescimento e paralisa a inovação. Experimente a combinação de agir com a luz acesa e ver o copo meio cheio. Essa é a atitude do profissional que pode ser capaz de construir equipes, fazer alianças e estruturar parcerias.


Quem trabalha dessa maneira torna- se respeitado por seu comportamento, além de ser admirado por seus resultados. No fundo, no fundo, esses são, mesmo, dois requisitos fundamentais para quem quer se tornar um líder.

Fonte: Revista Você SA, por Luiz Carlos Cabrera

O poder da marca

Das embalagens às redes sociais, as marcas evoluiram e se adaptaram para nos atrair cada vez mais.

Entre uma passada e outra, em uma praia deserta, uma concha sobre a areia. Que jogue a primeira pedra quem nunca pegou a tal concha e levou para casa, na tentativa de materializar um momento especial. Esse é uma das mais singelas - e populares - cenas de consumo primitivo. Não há como negar que o ato de recolher e acumular objetos em torno de si é uma das características mais elementares do comportamento do ser humano.

No caso da concha, o primeiro encantamento é com a beleza. No mercado de varejo não é diferente: poucas ferramentas podem ser tão eficientes para te seduzir quanto uma boa embalagem. Considerando que em quase todos os tipos de varejo o autoatendimento é a modalidade padrão, agências de publicidade em todo o mundo andam fazendo a maior ginástica para fazer com que você se apaixone pelos produtos antes mesmo de prova-lo. "Nos apaixonamos pelo olhar e consumimos pelo tato", afirma Gilberto Strunck, sócio-fundador da Dia Comunicação e autor do livro Compras por Impulso (2AB, 2011).

Após anos de demanda reprimida, hoje o brasileiro também quer entrar na festa do consumo. No entanto, a condição dos entrantes é diferenciada. As redes sociais entregaram boa parte do poder de escolha nas mãos do próprio consumidor. "A natureza das relações entre marca e consumidor ficou mais complexa. Sempre fomos apenas receptivos à mensagem das marcas e hoje, com o canal criado pelas redes, direcionamos o diálogo", lembra Strunck.

O consumidor está "muitíssimo mais poderoso" e com isso, algumas exigências vêm sendo feitas. O bom relacionamento das marcas com seus clientes tem sido a palavra de ordem para as companhias comprometidas em acompanhar a evolução dos mercados. "Hoje, basta uma marca conseguir fazer uma venda qualificada para criar um vínculo e, pelas redes, as pessoas se influenciam", explica Strunck.

A fan page da Coca-Cola no Facebook, por exemplo, surgiu da iniciativa de consumidores realmente fãs da bebida. Só depois a marca passou a administrá-la. Para Pedro Dale, gerente de mídia social da Coca-Cola no Brasil, as redes são fundamentais na construção da postura da marca e para estreitar a relação com os consumidores.

Segundo Vicente Rezende, diretor de marketing da Nova Pontocom, a equipe que vai lidar com redes sociais precisa ser muito bem escolhida, porque "é mais fácil destruir nas redes do que construir", já que a repercussão negativa é difundida com facilidade. "E para lidar com isso, ninguém melhor do que os freaks de redes", defende.

Fonte: Você SA

terça-feira, 24 de julho de 2012

Erros podem tornar a ferramenta de email marketing um problema

Anunciar uma promoção, contar mais sobre um produto ou serviço proporcionado por uma empresa, tem se tornado cada vez mais comum, na era digital. O email marketing não é nenhuma novidade, mas poucas empresas sabem usá-lo de forma correta, para que realmente torne-se uma ferramenta favorável. Para isso, o especialista no assunto e diretor da Central Mailing List, Marcos Alex Rodrigues, traz dicas e informações para todos os empreendedores que buscam bons resultados com uma ação digital.

Fazer compras e solicitar serviços sem sair de casa tem aumentando diariamente e para isso, as empresas que buscam conquistar novos clientes, ganharam como aliado, o email marketing. Mas, o erro mais comum numa campanha eletrônica é o assunto do email: não adianta o conteúdo ter boa qualidade se o assunto não for atrativo. É importante lembrar que a pessoa que está recebendo o email, deverá primeiro, ser atraída pelo assunto.

O assunto de qualquer ação de marketing precisa ser objetivo e direto; nada de usar acentos gráficos e caixa alta, pois isto barra o email nos filtros de antispam; o tamanho ideal de um assunto é no máximo 50 caracteres. “Quando se tratar de uma campanha promocional, busque nomear a promoção, e não usar a palavra “promoção” que já não é mais um método atrativo. Se for uma newsletter, dê preferência ao assunto principal da mensagem e a coloque no assunto do email”, diz Rodrigues.


Os servidores possuem programas de antispam que impedem que o email seja entregue aos destinatários, quando se contém algumas palavras ou expressões como: Compre agora, Não perca, Grátis, Oferta, Ganhe, Confira, Promocional, Imperdível, Acesse aqui, Clique aqui, Compra, Venda, ao usar algumas destas palavras o email terá uma grande probabilidade de ser considerado lixo eletrônico.


Quando o email está em formato de template o ideal é fatiar a imagem, desta maneira, o internauta terá mais facilidade para visualizar o email e nada de usar imagens de pastas com nomes: emailmkt, promoção ou qualquer outra citada a cima; procure renomear a pasta com palavras como: public, imagens ou imgs; esta é uma outra forma para evitar problemas com o disparo do email.


Jamais se esqueça de usar estas regras em qualquer campanha, além de inserir em todo email a opção de visualizar o email marketing corretamente e a opção do link de descadastro “Se você não deseja mais receber nossos e-mails, cancele seu recebimento aqui”, e não utilizar “responda esse email com assunto remover”, este processo é muito burocrático.


Através destes recursos, o e-mail marketing se torna eticamente correto e o ajudará a obter os resultados desejados com a campanha. Adote estas dicas e tenha sucesso em qualquer tipo de comunicação.  

Fonte: Consumidor Moderno - UOL

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Quer recurso para inovar? Então, corra atrás

O Brasil tenta avançar no campo da inovação. Para isso, lança mão das suas armas para vencer a falta de cultura que ainda existe em torno desse tema e para aproveitar melhor os instrumentos disponíveis para apoiar as estratégias das empresas

Desafiados a dar um passo a frente em termos de inovação, as empresas e instituições públicas brasileiras acertam os ponteiros para garantir que o País aproveite o bom momento econômico e posicione os seus produtos e serviços de forma mais competitiva. A boa notícia é que recursos estão disponíveis, há algum tempo, através de financiamentos e benefícios fiscais estaduais e federais. A má é que as empresas ainda não acordaram para essas possibilidades.

Existem cerca de 50 instrumentos que podem ser acessados junto a instituições como Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Sebrae e agências de amparo à pesquisa. Mas são poucos os empresários que costumam ir atrás. 

A Lei 11.196, conhecida como Lei do Bem, existe desde 2005 e tem como grande vantagem o fato de ser um incentivo fiscal, como o abatimento de Imposto de Renda e Contribuição Social, que pode ser tomado de forma automática. Mas, no ano passado, das 100 mil empresas brasileiras, apenas 653 utilizaram esse instrumento. 

“O Brasil tem hoje uma boa base instalada de apoio à inovação através de incentivos e marcos regulatórios, e com níveis diferenciados de burocracia. O que falta é proatividade da iniciativa privada para acessá-los”, comenta o vice-presidente da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei), Guilherme Marco de Lima.

Os motivos que fazem com que os empresários ainda atuem de forma tímida nessa seara são muitos e poderiam originar uma tese. Mas tudo começa pela falta de uma cultura do risco no Brasil. Em muitas companhias, a inovação ainda não é aceita como um projeto de médio e longo prazo e, sim, como uma iniciativa que deve ser capaz de trazer resultados imediatos.

Mais especificamente sobre o acesso a instrumentos de apoio a essa prática, pesa a falta de conhecimento e o medo de perder muito tempo em busca das documentações necessárias para comprovar que a empresa é inovadora e, assim, poder usufruir dos benefícios. “As burocracias existem, mas isso é apenas uma barreira, não um impeditivo para as empresas buscarem a diferenciação”, alerta Lima.

O gerente sênior executivo de Consultoria Tributária da Ernst & Young Terco no Rio Grande do Sul, Paulo Corazza, explica que o que se faz é uma consulta prévia para verificar aderência do projeto às linhas disponíveis. E, apenas em uma segunda etapa, quando o benefício já está confirmado, é que a empresa precisa sair em busca de documentos e das comprovações. “O início é mais difícil, mas depois os profissionais se acostumam com a dinâmica e tudo fica mais natural”, diz. A Ernst & Young Terco possui clientes no Estado para os quais presta consultoria nessa área: identifica as oportunidades, elabora os projetos e faz todo acompanhamento até a aprovação. 

A necessidade de comprovar que merece receber o incentivo  faz parte do jogo. O Brasil, inclusive, possui uma metodologia de oferta de incentivo fiscal à inovação semelhante à de países como os Estados Unidos. A diferença é o montante que as nações desenvolvidas costumam direcionar para essa área e a maturidade acerca do tema, inclusive no que se refere à inserção das pequenas e médias.

Muitas vezes, os valores mínimos que podem ser financiados são muito altos para uma operação de menor porte. Em outros casos, como no da Lei do Bem, as maiores beneficiadas são as companhias optantes do lucro real. “As grandes já estão bem acostumadas com instrumentos da Finep e do Bndes, mas para as de menor porte precisamos avançar na criação de um ambiente favorável” diz o secretário de Inovação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Nelson Fujimoto.

Keko aposta no Pró-Inovação e na Lei do Bem

 

Do início de 2010 e até o final de 2012, a Keko terá lançado de 60 a 80 novos produtos no mercado, todos acessórios desenvolvidos pela empresa gaúcha para o segmento de veículos automotores. O desafio é criar produtos que atendam às necessidades do mercado, especialmente dos segmentos que estão crescendo impulsionados pela expansão da classe média. 

Fundamental para garantir a competitividade, a velocidade de lançamentos depende cada vez mais da capacidade de a empresa inovar. “Não somos produtores de peças e, sim, de personalização. E isso só é possível com muita pesquisa e desenvolvimento”, observa o diretor-administrativo-financeiro da Keko, Volnei Ebertz. Segundo ele, a empresa sabe que se não acompanhar essas mudanças, acabará ficando para trás.

Por isso mesmo, a Keko vem, há alguns anos, estudando as oportunidades que existem nos projetos de incentivo à inovação no Brasil, através de instrumentos estaduais e federais. Com o apoio de uma consultoria jurídica, a Keko foi a primeira a aderir ao Pró-Inovação no Rio Grande do Sul, regulamentação da Lei Estadual de Inovação voltado para o incentivo de atividades inovadoras no ambiente produtivo. A lei garante um desconto de até 75% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) gerado pelas novas ideias.

O contrato foi assinado no final do ano passado e a expectativa é começar a usufruir este ano. A projeção da Keko é que 1% do faturamento retorne via incentivo. O mesmo percentual é esperado com a Lei do Bem, outro instrumento que oferece vantagens fiscais para as companhias que apostam na inovação. 

Já quando o assunto é aumentar a capacidade de investimento, a Keko conta atualmente com R$ 15 milhões junto a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Esses recursos fazem parte do plano estratégico para os próximos cinco anos da empresa - de 2012 a 2016 – e que estão sendo repassados com o aval do Badesul. A empresa possui um terço deste valor em mãos e até o final do ano terá a totalidade. 

Ebertz comenta que o caminho para acessar o crédito junto a Finep não é dos mais simples, mas a parceria com o Badesul tem ajudado nesse meio de campo. “O banco ajuda a viabilizar que as empresas consigam acesso ao recurso na medida em que entra como o garantidor junto a Finep”, destaca.
O gestor comenta que esse é um recurso diferenciado, que permite que a Keko possa antecipar um movimento estratégico e lançar produtos diferenciados em um tempo menor. A empresa deve fechar esse ano com faturamento de R$ 120 milhões e, até 2016, a meta é chegar a R$ 250 milhões. Esse prazo deve ser encurtado em dois anos a partir desses recursos em inovação. “O nosso objetivo é manter um ciclo contínuo de investimento em novos produtos”, diz.

Medo de arriscar impede avanços

 

Um dos principais gargalos que o Brasil enfrenta, quando o assunto é a inovação, é a falta de uma melhor conexão entre o conhecimento de alto nível que é produzido dentro das instituições de ensino nacionais e a sua transferência para a iniciativa privada. 

Prova disso é que o Brasil está em 13º na produção de artigos científicos sobre descobertas feitas no meio acadêmico, mas ocupa a 24º colocação entre os países mais inovadores do mundo. “Ainda falta tempo, visão e cultura para que o conhecimento gerado dentro da universidade possa ser inserido dentro do processo produtivo”, comenta o secretário da Ciência, Tecnologia e Inovação (SCTI), Cleber Prodanov.

De uma forma geral, empresas, poder público e até mesmo as universidades ainda não despertaram para a importância desse tema. Perceber a necessidade de fazer um trabalho de base bem feito, capaz de levar a processos e produtos diferenciados, é o passo esperado para aumentar a competitividade do País. 

Especialistas defendem ainda que as empresas aumentem os recursos voltados para o financiamento da inovação, passando a atuar junto com o governo. Atualmente, cerca de 1,19% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil é investido em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Estima-se que 60% desse total sejam recursos governamentais.

Nos países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o índice é de 2,5%. “A inovação tem que ser um pilar de negócio das empresas. Só assim conseguiremos competir globalmente e sobreviver localmente”, relata o vice-presidente da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei), Guilherme Marco de Lima. Mas alguns sinais começam a mostrar que existe uma evolução em curso nesse sentido. Até bem recentemente, o País tinha mais recursos disponíveis para inovação em órgãos como a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do que interessados. 

Boa parte dos milhões reservados para o mercado investir em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) ficava parada nos cofres da entidade. Neste ano, a história já é diferente. A Finep, por exemplo, tem uma carteira de R$ 14 bilhões para financiamento de projetos e, ainda assim, existem mais interessados que do que dinheiro disponível.

Isso não quer dizer que a falta de atenção das empresas seja algo completamente resolvido. Tanto que, no Rio Grande do Sul, o Pró-Inovação, uma regulamentação da Lei Estadual de Inovação que oferece benefícios fiscais para as empresas que investirem em P&D, está com uma procura abaixo do projetado. 

Atualmente, pouco mais de 20 players estão buscando esse benefício. Não era isso que o secretário da SCTI tinha em mente quando sentou à mesa para negociar os percentuais de benefícios com a Secretaria da Fazenda. “Eu esperava pelo menos 200 pedidos até o final do ano”, admite Prodanov. 

Como tem capacidade para operar com mais empresas, a SCTI acredita que, com mais divulgação e com os primeiros cases de sucesso aparecendo, o programa possa deslanchar. “O Pró-Inovação é uma regulamentação relativamente nova, e a tendência é que com o tempo se torne mais conhecida das empresas”, relata o gerente sênior executivo de Consultoria Tributária da Ernst & Young Terco no Rio Grande do Sul, Paulo Corazza. Situação similar já aconteceu com outros instrumentos no Brasil, como a Lei do Bem, que demorou para começar a ser acessada pelas empresas.

Fonte: Jornal do Comércio

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Ram Charan - Modelo de Caixa

Neste vídeo Ram Charan, reconhecido consultor de negócios, autor de 13 best-sellers e professor da renomada Harvard Business School, fala sobre sua visão de negócios, relatando suas experiências e lições. Assista

terça-feira, 3 de julho de 2012

Um novo consumidor e cidadão: o poder da classe média

Para surpresa dos estudiosos e políticos, nas três ultimas décadas o Brasil deixou de ter aquela distribuição econômica e social que podia ser representada por uma pirâmide, com uma larga faixa de pobreza na base, uma classe média reduzida e um pico menor ainda, relativo à classe alta.
Atualmente, estamos partindo para uma nova representação gráfica, o “losango”, onde a base está mais estreita, pois a classe D engrossou a classe C (ou classe média), com consequências para os hábitos e consumo. O pico, por sua vez, também se alargou ligeiramente, com novos ricos que integraram a elite.

Hoje, a classe C é constituída por famílias que contam com uma renda mensal entre três e dez salários mínimos. Esse rendimento, para uma grande parte dessa população, foi alcançado nos últimos anos em decorrência de diversos fatores, dentre eles as políticas de eliminação da pobreza e inclusão social dos governos recentes e o crescimento econômico do país como um todo.
Com o aumento do poder de compra e a utilização de várias formas de crédito, a nova classe média tem demonstrado um grande interesse em novas tecnologias, bens de consumo e itens cotidianos. Assim, este grupo aumentou o consumo, melhorando seu padrão de vida e movimentando o mercado interno de produtos industrializados, bem como o de comércio e serviços.

Estudos da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e da Federação do Comércio (Fecomércio) preveem que o movimento de ascensão das classes D e E vai continuar por pelo menos oito anos – a Classe C, ou classe média, já representa 50,5% da população do país. Esse é um novo dado que deverá ser considerado pelos governos na adoção de políticas públicas. Além disso, é um fator extremamente relevante para o planejamento, o marketing e os estudos sociais.


O mercado interno é forte…

A nova situação da maioria da população brasileira, ou seja, de 95 milhões de brasileiros que se localizam na classe média, faz com que existam perspectivas de crescimento sustentável para o Brasil, com menor dependência da situação econômica externa.

Somente nos últimos 10 anos, 31 milhões de brasileiros passaram a fazer parte da classe média, com aumento da escolaridade e poder de compra de consumidores. Além do grande número de novos postos de trabalho, no mercado formal e informal, as mulheres também passaram a trabalhar, alterando a situação de renda das famílias. Mais itens passaram a fazer parte do cotidiano dos brasileiros.


…mas a crise internacional merece atenção
 
É claro que o Brasil também está sujeito às consequências de uma crise mundial. Dependemos de investimentos externos e temos grande parte de nossa economia sustentada por nossas exportações. Nosso crescimento tem relação, sim, com o que acontece lá fora.

E, por esse motivo, o brasileiro vai precisar ficar mais atento antes de fazer novas dívidas. A classe média e a classe baixa, que nos últimos tempos melhoraram de vida graças ao crédito e financiamentos concedidos, verão uma mudança nas regras do mercado.
 
O que você precisa colocar em prática em relação ao seu dinheiro?
 
As compras de carro em prestações a perder de vista, por exemplo, terão que ser bem avaliadas, porque o momento exige cuidado. É preciso aprender a selecionar melhor as compras, pesquisar o melhor preço e, se possível, quitar as dívidas – afinal, o cenário é incerto. É importante:

• Estabelecer um orçamento mensal por escrito;

• Tentar viver com seu próprio salário e dentro de suas possibilidades;
• Preferir comprar à vista;
• Evitar fazer empréstimo pessoal com taxas de juros elevadas, esse é um último recurso a ser utilizado;
• Ao fazer um financiamento, observar o quanto se vai pagar de juros ao ano e não só dentro do mês;
• Evitar a armadilha do parcelamento, já que a compra nesta modalidade pode significar pagar duas (e até três) vezes o valor do bem à vista.

A evolução deve ser acompanhada de participação
 
A participação social e consciência da cidadania também acompanham a ascensão social. Hoje há maior controle do consumidor sobre seus direitos, o que indiretamente também leva a um maior interesse na participação política. Além de determinarem mudanças no setor produtivo, esses novos consumidores também desenvolvem novos hábitos de informação, o que leva a novos níveis de exigência e, espera-se, maior rigor na escolha de representantes políticos.

Não somente estratégias comerciais precisam ser desenvolvidas para cativar o novo público, mas também estratégias políticas de efetiva representação. A nova e maior camada social brasileira tem agora e no futuro um novo e grande poder para determinar os rumos do país. Saberemos usar essa força de maneira inteligente? Tomara que sim.

Fonte: Consumidor Moderno - UOL, com informações do Dinheirama.