Era DP, virou RH e, mais recentemente, DHO. E as mudanças
não param por aí: o crescimento econômico,
a crescente integração do Brasil à
economia mundial e o tão propalado “apagão
da mão de obra” têm levado as empresas
a reinventar suas áreas de gestão de pessoas.
Afinal, esses são os profissionais responsáveis
justamente por atrair, reter, treinar e motivar a corporação
a perseguir e alcançar seus objetivos. O Guia
Salarial 2012, elaborado pela Hays em parceria com o
Insper Instituto de Ensino e Pesquisa, apresenta inúmeros
dados sobre o mercado de RH no país.
De acordo com o estudo, criar políticas de incentivo
e planos de retenção sem necessariamente
aumentar custos é o desejo de dez entre dez empregadores.
“Por isso, a tendência é buscar lideranças
com visão estratégica, que falem a linguagem
do negócio e contribuam ativamente para a conquista
de metas e objetivos da empresa como um todo”,
afirma André Magro, Gerente de Human Resources
da HAYS em São Paulo. Nesse cenário, o
ano de 2012 vem para consolidar a tendência de
transformar o RH em área de negócios,
e não apenas área de apoio.
O perfil do profissional de RH disputado pelas empresas
também mudou. O Guia 2012 aponta que esse novo
talento precisa ter características mais híbridas,
porque as empresas esperam resultados mais tangíveis
em planejamento e estratégia para o médio
e longo prazos.
“Mas, também na área de RH, as
empresas têm se deparado com a escassez de mão
de obra qualificada: ainda é difícil encontrar
profissionais que entendam o core business das companhias
nas quais atuam, que tenham uma visão estratégica
com foco no negócio”, avalia André
Magro, gerente da área de expertise de Recursos
Humanos da Hays.
E, se há necessidade de domínio de outro
idioma, as opções tornam-se ainda mais
escassas, especialmente fora do eixo Rio-São
Paulo. Porém, o Brasil se tornou um headquarter
para a América Latina, e é importante
que esse profissional domine outros idiomas.
Em 2011, a busca foi por perfis com experiência
em estruturas regionais, reportes internacionais e,
consequentemente, inglês fluente. Os cargos mais
requisitados para a Hays foram profissionais em posição
de liderança com experiência em remuneração
e benefícios, o que refletiu o enorme desafio
das empresas de conciliar atração e retenção
com competitividade econômica e desenvolvimento
organizacional. Registrou-se também grande demanda
por consultores internos de RH (os chamados business
partners), focados no negócio.
“Funções de cunho mais operacional,
como folha de pagamento e controles, por sua vez, tendem
a ser menos requisitadas, até porque a tendência
de terceirização desses serviços
é forte e deve permanecer. E, falando em 2012,
o ano ainda registra um aumento tanto na busca de business
partners quanto de posições técnicas,
em áreas como relações sindicais,
remuneração e gerências para reestruturação”,
analisa Magro.
Empresas em busca de especialistas em relações
trabalhistas e remuneração precisam de
uma dose extra de flexibilidade na proposta financeira,
pois esses são dois perfis em que há maior
demanda que oferta: os poucos que existem estão
bem alavancados em remuneração.
Na disputa por talentos, as empresas têm sido
mais agressivas na parte variável da remuneração
– tendência que deve permanecer durante
todo este ano, junto com flexibilidade de atuação
e possibilidade de crescimento de carreira a longo prazo.
O Guia Salarial está em sua segunda edição,
obtendo respostas de 700 entrevistados para o questionário
de empresas e 3,5 mil para o de profissionais.
Fonte: Canal Executivo