segunda-feira, 30 de abril de 2012

Como motivar seus funcionários mais competentes (e os nem tanto)

Para cada tipo de profissional é preciso uma maneira de gerir. Veja como motivar e tirar o melhor de seus colaboradores

Uma das missões mais importante e mais desafiadora de um gestor é fazer com que seus pares estejam sempre motivados e dispostos a melhorar suas habilidades de maneira constante. Um desafio e tanto se levado em conta que cada funcionário tem seu jeito de ser e de trabalhar. Entre os que são muito competentes, há os motivados e os desmotivados. Da mesma forma, há os que são super animados, mas pouco competentes.

Para cada tipo de colaborador, é preciso um uma maneira diferente de liderar. Abaixo, com ajuda de consultores de gestão, listamos os principais pares formados pela relação competência e motivação e a postura que cada um deles exige de um bom gestor.

Funcionário altamente competente e muito motivado
Características: é pro-ativo. Está sempre em busca de novas tarefas e novos desafios. Antecipa-se aos problemas e traz boas soluções. É eficiente (faz bem) e eficaz (faz o que é certo).

Como lidar: delegue o máximo de decisões e dê-lhe muita autonomia. Negocie com ele a prestação de conta e controle o resultado, mas não a maneira como ele prefere atingir tais objetivos. É importante que ele saiba que você assumiu o risco de deixá-lo tomar algumas decisões porque você confia no potencial dele. Mas que também não descuidou de cobrar resultados sempre que necessário.

Funcionário altamente competente, mas muito desmotivado
Características: é bom. Quando executa uma tarefa, faz bem feito, mas não é pro-ativo. É mais reativo (apenas faz o que lhe mandam). Não busca, por iniciativa própria, novos projetos ou desafios. Há duas causas para a desmotivação: profissional, quando ele não encontra motivação dentro do ambiente de trabalho; e pessoal, quando enfrenta uma fase difícil em sua vida particular, que lhe toma toda a atenção.

Como lidar: se a causa for profissional, busque envolver mais o funcionário nos processos de decisão. Faça-o sentir parte de projetos importantes, valorize sua opinião e mostre a ele que, por causa de sua competência, suas ideias podem ser importantes para o grupo.

Funcionário altamente motivado, mas sem competência
Características: é pro-ativo, busca novas tarefas e novos desafios por conta própria, mas no lugar errado. Sua baixa competência pode ser temporária (ele está se desenvolvendo ainda, está aprendendo) ou permanente (é um bom funcionário, mas inadequado à função). Por propor tarefas e buscar desafios equivocados, gasta muito tempo e energia para entregar resultados abaixo do esperado.

Como lidar: se ele estiver em fase de desenvolvimento, o melhor princípio de gestão é o de orientar e dirigir. São duas coisas distintas. Orientar enfatiza mais as linhas gerais do trabalho, os conceitos e princípios que ele deve observar sempre. Dirigir significa a “microgestão”, o acompanhamento das tarefas diárias, até que ele consiga fazer por si mesmo. A missão do gestor aqui é assegurar que o outro aprenda e chegue aos resultados esperados.

Funcionário sem motivação e sem competência
Características: é reativo (age apenas quando solicitado) e resistente (questiona os motivos ou a necessidade da tarefa passada). Encontra problemas para tudo e nunca propõe alternativas. E, quando executa a tarefa, faz apena o arroz-com-feijão – às vezes, nem isso, entregando algo aquém do esperado.

Como lidar: é preciso avaliar se o funcionário é inadequado apenas para aquela função e, por isso, está desmotivado, ou se a causa é ainda mais ampla. A primeira coisa que se deve tentar é remanejá-lo para uma área ou função que possa ser mais adequada ao seu perfil. Se isto não for possível ou não der certo, passa-se à segunda estratégia: a “microgestão” – isto é, o gestor precisa ordenar a tarefa e supervisionar de perto sua execução. Se, ainda assim, isso não der certo, a última alternativa é cortá-lo.

Fonte: Exame

quinta-feira, 26 de abril de 2012

De morador de lixão a banqueiro

Documentário conta a trajetória de Joaquim Melo, criador do banco Palmas, que já emprestou R$ 4 milhões a pobres, e de outros empreendedores sociais ao redor do mundo.

“Se eu pudesse apontar um momento, daqueles em que você diz: ‘Agora não tem mais jeito, minha vida vai ser essa’, foram aqueles oito meses em que morei com os catadores de lixo, em Fortaleza (CE), convivendo com os urubus, com o lixo, com a lama. Tudo ali é um contexto só. É o fundo do poço da miséria humana. Ali eu disse, não tem mais jeito, daqui pra frente minha vida inteira vai ser enfrentando esse flagelo da humanidade que é a pobreza, a miséria”.

O depoimento é de Joaquim Melo, fundador do Banco Palmas – se não o primeiro, um dos primeiros bancos sociais do Brasil – em cena do documentário Quem se Importa, estreado neste mês de abril. Em 1984, o então seminarista Melo foi morar no lixão para fazer trabalhos comunitários. A maioria dos catadores do lixão residia na favela Palmeiras, a maior de Fortaleza. Melo, então, se mudou para o lugar. Com o passar dos anos, depois de muitos mutirões comunitários, a favela virou bairro, com saneamento básico, água encanada e luz.

Sem condições de bancar essa nova estrutura, pagar conta de água e luz, os moradores do Palmeiras passaram a vender suas casas e deixar o bairro. Foi assim que nasceu a ideia do Banco Palmas. Por meio de uma pesquisa, o “Mapa da produção e do consumo local”, a comunidade percebeu que gastava R$ 1,2 milhão em compras mensais. Cerca de 25 mil pessoas moravam no conjunto à época. Basicamente, 80% do que consumiam vinha de fora do bairro. A conclusão: se o dinheiro ficasse dentro do bairro, as pessoas também teriam condições de permanecer ali.

A largada foi dada com um empréstimo de R$ 2 mil, em 1998. O crédito era fornecido à população local por meio de uma moeda própria, a “palmas”, utilizada e aceita apenas na própria comunidade. O sistema que passou a funcionar é o mesmo até hoje. Cada palma vale R$ 1 na transação. Nenhum comerciante é obrigado a aceitar, mas cerca de 240 estabelecimentos aceitam a moeda local no Conjunto Palmeiras. O morador pode fazer um empréstimo sem juros em palmas. Ele pode ainda trocar reais por palmas no próprio banco e consumir com descontos de 5 a 10% nos estabelecimentos credenciados. Outra possibilidade, ainda, é receber parte do salário na moeda própria.

Logo, as pessoas começaram a pagar o crédito e o Banco Palmas foi conseguindo mais injeção de capital. O dinheiro passou a circular. De 2007 a 2009, o banco realizou 3.139 operações de crédito, com um volume emprestado de R$ 4.126.712,79. No total, 2,5 mil  famílias foram beneficiadas pelo esquema. Segundo cálculos da organização, 8 mil postos de trabalho foram mantidos e mais 2 mil foram gerados.

Uma pesquisa da Universidade Federal do Ceará (UFCE) avaliou o impacto do Banco Palmas sobre a comunidade e mostrou que 90% dos entrevistados melhoraram sua condição de vida, 25% conseguiram um emprego e 23% montaram um pequeno negócio. O comércio local aumentou suas vendas em 80%. Ao todo foram criados 2,2 mil postos de trabalho e seis empresas comunitárias. A experiência do Palmas começou a se disseminar no Brasil. Existem, atualmente, 67 bancos comunitários no país. Em 2006, foi criada a Rede Brasileira de Bancos Comunitários, que integra todos os bancos. “A palma não foi criada em Harvard ou na USP. Surgiu nos grotões do Nordeste”, diz Melo no filme. “A pobreza não é uma sentença.”

Aluguel de banheiros

Outra história contada pelo documentário é a do nigeriano Isaac Durojaiye. Durojaiye, que morreu no último dia 20, trabalhou como guarda-costas de Moshood Kashimawo Olawale Abiola, ex-presidente nigeriano, empresário e político. Ao notar que a falta de banheiros limpos era responsável por muitas doenças que acometiam sua comunidade, Durojaiye montou uma rede de toaletes públicos, a DMT Mobile Toillets.

Para gerenciar os banheiros, a DMT contratou “meliantes de rua ociosos”, como chefes de ganges, prostitutas etc. Cada banheiro normalmente serve cerca de 100 pessoas por dia e seus “gerentes” ficam com uma parte do dinheiro. Eles levam 60% da renda e e repassam 40% para a DMT. Por meio da parceria, os integrantes não apenas ganham salários decentes, como também adquirem a experiência de trabalho significativa e podem ser reintegrados à sociedade.

A ousadia nos negócios da DMT vai adiante. Como em qualquer negócio, Durojaiye sabia que o aluguel de banheiros públicos precisava de um forte slogan para ser divulgado. Foi assim que surgiu o “Shit Business is Seriuous Business” (em livre tradução, algo como “A merda é um negócio sério”). “Ideias são coisas que devemos libertar. Quanto mais você guarda sua ideia para si mesmo, mais ela se torna inútil”, afirma o empreendedor nigeriano no documentário.

Crédito pela internet

A imagem nunca saiu da cabeça do indiano Premal Shah. Aos cinco anos, Shah foi a um mercado com sua mãe. Era a época das monções, o período das chuvas na Índia e o chão estava repleto de lama. Quando sua mãe deixou cair uma moeda de uma rúpia, uma senhora de 60 anos imediatamente se abaixou e ficou remexendo a lama na tentativa de encontrar algo.

Em 2006, com uma vida muito tranquila, ele começou a ficar inquieto. “Eu tinha bons amigos, um bom emprego, bom salário, mas sentia que faltava algo”, conta ele em Quem se importa. Dessa inquietação nasceu a Kiva, uma organizaçao sem fins lucrativos que conecta pessoas ao redor do mundo que precisam de empréstimos para abrir um negócio a possíveis financiadores. O empréstimo começa em US$ 25 (o equivalente a quase R$ 46). Em seis anos, a Kiva já emprestou US$ 300 milhões e registra uma taxa de 98,94% de pagamento. Pela iniciativa, em 2009, Shah foi selecionado pela revista Fortune para a lista dos maiores empreendedores abaixo dos 40 anos e eleito Jovem Líder Global pelo Fórum Econômico Mundial.

Banqueiro dos pobres

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o terceiro setor movimenta aproximadamente R$ 32 bilhões no país. O valor representa 1,4% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

Quem se Importa é um documentário de Mara Mourão, com narração do ator Rodrigo Santoro. O filme mostra ainda a experiência de Muhammad Yunus, fundador do Grameen Bank e ganhador do Nobel da Paz, Bill Drayton, fundador da Ashoka, primeira organização do mundo a identificar e apoiar o empreendedorismo social.

Fonte: Época Negócios

“Se não fossem os gargalos, o Brasil estaria crescendo em ritmo chinês”

O país deixou de ser visto como apenas parte da América Latina para ganhar uma agenda que deve ampliar os investimentos no país, segundo Gabriel Rico, presidente da Amcham.

Nem bem a secretária de Estado Hillary Clinton havia anunciado a criação de mais dois consulados dos Estados Unidos no Brasil e já falava, pela primeira vez em muito tempo, no estabelecimento do livre comércio entre os dois países. Os fatos sinalizam a aproximação Brasil-EUA que deve ainda se intensificar e trazer mais investimentos da iniciativa privada para cá – e levar produtos brasileiros para lá. “Nunca houve uma convergência de fatores tão favoráveis”, afirma Gabriel Rico, presidente da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos (Amcham). Ele diz que a eliminação de vistos para turistas brasileiros em viagem ao território americano e de barreiras para a entrada de produtos não devem acontecer muito rapidamente, mas vão se concretizar no médio prazo. “É algo que não há como discutir”, diz.

Também inevitável é a marcha de companhias americanas rumo ao Brasil. “Nenhuma grande empresa no mundo pode se dar ao luxo de ficar fora do mercado brasileiro. Afeta a valorização da própria companhia”, afirma Rico. 

Em seu papel de promotora dos bons negócios entre as duas nações, a Amcham tem publicado guias “How to Invest in Brazil”, que permitem a empresários estrangeiros entender a dinâmica da economia nacional e os entraves burocráticos na criação de uma filial. O próximo a ser lançado é do Paraná, mas o Estado não está sozinho nos esforços para atrair a atenção, principalmente dos empreendedores americanos. “Temos trabalhado muito com o governo e empresários do Pernambuco”, diz Rico. “A região de Suape cresce em um ritmo Também inevitável é a marcha de companhias americanas rumo ao Brasil. “Nenhuma grande empresa no mundo pode se dar ao luxo de ficar fora do mercado brasileiro. Afeta a valorização da própria companhia”, afirma Rico. Em seu papel de promotora dos bons negócios entre as duas nações, a Amcham tem publicado guias “How to Invest in Brazil”, que permitem a empresários estrangeiros entender a dinâmica da economia nacional e os entraves burocráticos na criação de uma filial. O próximo a ser lançado é do Paraná, mas o Estado não está sozinho nos esforços para atrair a atenção, principalmente dos empreendedores americanos. “Temos trabalhado muito com o governo e empresários do Pernambuco”, diz Rico. “A região de Suape cresce em um ritmo acima da China”.

A comparação com o crescimento chinês permeia muitas análises do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial. Mas as instituições se esquecem muitas vezes de apresentar as vantagens que colocariam o Brasil em uma situação mais favorável que os outros Brics. “Temos divulgado esses diferenciais competitivos, que são importantes na definição de investimentos no Brasil”, diz Gabriel Rico. Entre eles estão o crescimento da classe média e o fato de o país ter uma sociedade multirracial e multicultural. Nada de ruim? “O nosso calcanhar de Aquiles é a perda de competitividade, o custo Brasil, que afetam inclusive nossa infraestrutura”, afirma. Sem esses problemas, o investimento de empresas americanas seria ainda maior. “Se não tivéssemos esses gargalos, estaríamos crescendo em ritmo chinês, próximo dos dois dígitos”.

Existe uma percepção hoje de que o Brasil tornou-se um país muito mais importante na agenda dos Estados Unidos. Para quem acompanhou a visita da presidente Dilma a Washington, poderia nos dizer se essa percepção é verdadeira?
É isso mesmo. A visita do presidente Barack Obama há um ano foi um marco nas relações do Brasil com os Estados Unidos e sinalizou o início de uma nova fase. Até então, as políticas norte-americanas eram voltadas para a América Latina e o Brasil fazia parte delas. A partir dali ficou evidente que o Brasil passou a ter uma agenda bilateral, sinalizando um relacionamento mais profundo e complexo. Há pouco tivemos a visita da presidente Dilma a Washington. E por fim, a visita da secretária de Estado Hillary Clinton e do secretário do interior, Kenneth Salazar. O ministro Fernando Pimentel disse muito que a relação com os EUA transcende o aspecto comercial e envolve o setor privado – que a própria presidente Dilma destacou como crítico nesse relacionamento. Se isso não bastasse, este ano teremos dois milhões de brasileiros viajando aos EUA. É um destino aspiracional da classe média brasileira. Hoje começamos a comprar ainda mais o soft power (a habilidade de atrair em vez de coagir) americano e o Brasil passa a vender o soft power brasileiro.
 
E esse aprofundamento de relações tem reflexos diretos no aumento de empresas americanas no país?
Aqui na Amcham recebemos de 20 a 30 empresas por mês procurando informações de como fazer negócios no Brasil. Para isso já temos 20 publicações, os guias “How to do Business in Brazil” com vários aspectos, como a instalação de uma empresa. Com a reestruturação socioeconômica no Brasil, que ampliou a sociedade de consumo, o interesse por investir no país naturalmente deve crescer. Somado a isso há um momento propício em que as grandes empresas americanas, especialmente, vivem uma fase de alta liquidez. Então, o Brasil tem mercado, tem relações diplomáticas favoráveis e as companhias têm dinheiro para investir.

O Brasil também tem juros altos, problemas de câmbio e uma carga tributária que, segundo a Fiesp, prejudicam os investimentos.
Se não tivéssemos esses gargalos, estaríamos crescendo em ritmo chinês, próximo dos dois dígitos. Somos um país que se encaminha para os 200 milhões de habitantes [dados do Censo indicam que o país tinha 192 milhões em 2010] que há oito anos tinha cerca de 42% da população no mercado de consumo. Hoje esse número está em 75%, com maiores salários e mais crédito. É um aumento tão grande que estamos consumindo o que produzimos aqui e o que importamos. Nenhuma grande empresa no mundo pode se dar ao luxo de ficar fora do mercado brasileiro. Ter uma posição forte no Brasil é importante para a avaliação de qualquer grande empresa mundial. À medida que elas se instalam aqui, o país se torna mais e mais o centro dinâmico da América Latina.

O nosso calcanhar de Aquiles é a infraestrutura?
O nosso calcanhar de Aquiles é a perda de competitividade, o Custo Brasil. A infraesturutra representa uma parte desse conjunto. No ano passado, a Amcham promoveu 11 seminários sobre competitividade, em caráter nacional e depois regionalmente, no Paraná, em Minas, Recife, Brasília. É preciso recuperar o quanto antes essa condição. Como o Brasil não tem nível adequado de poupança, a participação do investimento estrangeiro direto (IED) é fundamental.

Tem algum gargalo para as empresas brasileiras que querem investir nos EUA?
Não na entrada, mas na fase seguinte, pois não temos acordo de bitributação. Quando as empresas precisam repatriar dividendos, a taxação é muito alta. Agora esse assunto volta a ser prioritário nas relações entre os dois países, após 40 anos na pauta. A secretária Hillary Clinton citou em seu discurso que deveríamos pensar no acordo de livre comércio. Acredito que isso seja algo para médio prazo.

De quantos anos estamos falando? Dez anos?
Não é algo que vai se resolver em um ano, mas acredito que bem menos do que dez anos. Eu vejo a possibilidade de um acordo de livre comércio na mesma proporção que a eliminação de vistos entre os dois países. Não há como ignorar. Os EUA estão aumentando o número de consulados para concessão de vistos. Dois milhões de brasileiros devem visitar o país, daqui a pouco serão três milhões. Não vamos nos esquecer que os subsídios – a questão do algodão, da laranja, da carne suína – constituem um ruído na comunicação com os EUA e vêm sendo resolvidos pontualmente. Existe um protecionismo no mercado americano, muito mais em função de políticas regionais, que custa caro. O governo Obama está direcionando sua atenção para a eliminação desses subsídios. E este é um ponto importante para o Brasil ter entrada no mercado americano e crescer principalmente no setor agropecuário. Os EUA podem entrar com fluxo de tecnologia de ponta, então começamos a falar de interesses que no conjunto podem se harmonizar.

Em quanto tempo o Brasil deveria resolver a questão da perda de competitividade para que o país não deixe de aproveitar o bom momento?
O Brasil atua em dois eixos. Um eixo envolve o protecionismo, ou seja, o país está se defendendo das próprias deficiências e das vantagens competitivas de outros países. O governo tenta defender setores específicos da economia brasileira, mas nós sabemos que esse é um remédio de curto prazo. A solução de longo prazo envolve mudanças estruturais, que passam por investimento estrangeiro, de qualidade, capaz de trazer inovação, tecnologia e aumentar a produtividade. E não tem outro país que possa fazer isso como os EUA.

A que setores pertencem as empresas americanas que têm mostrado interesse em vir ao Brasil?
Em primeiro lugar há um aumento dos investimentos das empresas americanas que já estão no Brasil. Em relação as que estão analisando o mercado, vemos um interesse de empresas que operam em nanotecnologia, biotecnologia, na área de energia, óleo e gás, no campo de etanol, com aplicação de tecnologias mais avançadas. Há muito interesse por parte de companhias da área de alimentos e de informática. Sem falar em empresas que têm interesse nos projetos dos jogos, com tecnologias como vending machines que preparam as bebidas. Alguns desses acordos para a Copa já estão sendo fechados.

Quais são os Estados que têm feito um esforço maior para atrair as empresas americanas?
O programa da Invest SP, uma empresa montada para orientar investimentos em São Paulo, é um trabalho bastante profissional e tem trazido bilhões de dólares num prazo relativamente curto. Pernambuco tem feito um esforço grande e a região de Suape cresce em um ritmo acima da China. A área ao redor do porto congrega indústria naval, um centro industrial, um pólo logístico e um centro de desenvolvimento de tecnologia, complementados por hotéis nos mesmos padrões de Miami. Tem o governo do Paraná, com o qual faremos um “How to Invest”, Minas Gerais e, claro, por questões óbvias, o Rio de Janeiro que vive um momento muito favorável.

Como é possível mostrar aos investidores americanos que nosso crescimento regional é sólido?
É um trabalho contínuo, que passa pelos números. A economia brasileira representa cerca de 3% do PIB mundial. A participação do Brasil no comércio internacional é de 1,3%. Isso mostra como somos ainda uma economia fechada. Durante muitos anos tivemos um comportamento um tanto provinciano. Está na hora de correr atrás para formar mão de obra qualificada que nos falta. Com tudo isso, a internacionalização do Brasil é um fenômeno que essa geração jovem vai vivenciar por toda a vida.

Há quem diga que ainda temos muito a fazer para ultrapassar a síndrome do vira-lata e provar que o Brasil não tem apenas potencial, que pode representar um papel importante na economia mundial.
Queira ou não, esse momento chegou. Em todos os assuntos relevantes da agenda internacional, seja G-20 ou da Organização Mundial do Comércio (OMC), o Brasil não tem mais como se esconder dos grandes temas. Estamos falando de um país que está apenas atrás dos EUA como maior produtor de alimento do mundo [dados da Embrapa projetam que o país ocupará o primeiro lugar até 2020], que tem 12% das reservas de água potável do mundo, 3% da população mundial, 30% do carbono florestal e ocupa da primeira à quinta posição no ranking dos 17 minerais mais comercializados. É um país com matriz energética incrível, plataforma econômica e industrial forte e que pode se tornar um dos maiores produtores e exportadores de petróleo. A importância geopolítica do Brasil também cresceu muito. Mas somos novos. O Brasil faz parte dos países Bric, mas sua participação na história mundial é muito recente. O Brasil é um adolescente no cenário internacional. E como tal, acha que por ter 1,90 m de altura já é adulto. Há muitos pontos que precisarão ser lapidados, mas isso é parte da nossa evolução.

Com quem o Brasil deveria tomar uma lição rápida para crescer?
Coreia do Sul, o país promoveu a maior revolução educacional, talvez da história, instituiu um programa de construção de grandes empresas para competir mundialmente e ao mesmo tempo em que se estruturou e fortaleceu sua economia, escolheu a hora certa para fazer um acordo de livre comércio com os EUA. Tudo muito rápido. Nos anos 1950, a Coreia do Sul não era nada. É o maior exemplo para o Brasil.

Resumo da história: o Brasil precisa fazer sua lição, correr atrás do desenvolvimento e olhar para a Coreia.
Nunca houve uma convergência de fatores tão favoráveis ao país. A gente aqui diz que o Brasil vivencia três viradas que acontecem ao mesmo tempo. A primeira é a macroeconômica, em que o Brasil deixa de correr atrás do FMI para renovar empréstimos e passa a ser credor, com US$ 300 bilhões em investimento direto estrangeiro e reservas internas de mais de US$ 350 bilhões. A segunda é a virada socioeconômica, com a incorporação de 50 milhões de brasileiros na sociedade de consumo [48,8 milhões migraram para as classes A, B e C desde 2003 até maio de 2011, segundo a FGV] desde 2003. E a terceira é a conquista da importância geopolítica, por todas as condições que tivemos ao longo da história e que agora o mundo inteiro está conhecendo.

 Fonte: Época Negócios


quarta-feira, 25 de abril de 2012

Pesquisa mostra as seis principais tendências de sustentabilidade no meio corporativo

Uma pesquisa da Ernst & Young, em parceria com o grupo GreenBiz, apontou seis tendências de sustentabilidade no mundo empresarial. O estudo, por meio de entrevistas com 272 executivos de companhias atuantes em 24 diferentes setores da economia e cujo faturamento ultrapassa a cifra de um bilhão de dólares, objetivava mapear as principais iniciativas empresariais dentro da temática.

Na verdade, o número de companhias que reconhecem a importância da sustentabilidade está evoluindo. Hoje, a prática sustentável não se restringe apenas a áreas específicas da empresa, mas já é considerada um conceito que deve ser integrado aos modelos de negócios. Confira as seis tendências que conduzem essa mudança:

1. As empresas estão descobrindo que “ser verde” gera vantagem competitiva. Prova disso é o aumento da publicação de Relatórios de Sustentabilidade. Segundo dados do CorporateRegister.com, entre 1992 e 2010, houve um crescimento superior a 20 mil por cento do número de empresas que produziam esses relatórios.

2. O envolvimento de diretores financeiros nos processos de avaliação, gestão e elaboração dos Relatórios de Sustentabilidade é cada vez mais intenso, devido, especialmente, aos resultados positivos de uma agenda verde nos negócios.

3. Os funcionários estão pressionando as empresas a agir. Ao contrário do que muitos pensam, as iniciativas sustentáveis de uma companhia nem sempre são motivadas por pressões de investidores, ONGs e consumidores. De acordo com o estudo da Ernst & Young, há casos em que os funcionários são figuras-chave nas decisões das empresas.

4. As “mudanças climáticas” ajudam a promover a sustentabilidade ao estabelecer metas para a redução de emissões de gases efeito estufa. Medir a pegada de carbono configura um fator diferencial para determinada empresa integrar os mercados mais exigentes.

5. A pressão sobre os recursos naturais está crescendo. No universo corporativo, isso significa riscos ao negócio. Para não serem pegos desprevenidos, os empresários precisam se antecipar e investir em soluções que otimizem a produção e reduzam sua dependência nesses recursos.

6. A sustentabilidade influencia a imagem da empresa. Segundo dados do GreenBiz, todos os anos as companhias recebem pelo menos trezentos questionários “verdes” de clientes, grupos de investidores, ONGs e mídia. Alguns desses questionários resultam em rankings, como o Dow Jones Sustainability Index. Portanto, é importante se preocupar com a reputação baseada em uma conduta social e ambientalmente responsável.

Fonte: AsBoasNovas.com

terça-feira, 24 de abril de 2012

Como reinvestir o lucro da sua empresa?

Saber distinguir “saldo positivo” de "lucro" é importante, pois assim entenderemos se uma empresa realmente está gerando bons resultados ou se simplesmente está passando por um período bom de caixa.

Quando realmente é determinado que a empresa gera lucros, é preciso definir como e quando fazer a distribuição. Os três caminhos mais comuns são reinvestir em capital de giro, na estrutura na empresa ou no longo prazo.

É sempre bom manter certa quantia em dinheiro (ou em investimentos de curto prazo) para eventuais necessidades. Quando uma empresa cresce e assume contratos maiores, vale reestudar o fluxo de caixa para prever possíveis faltas.

Assim, para períodos de caixa baixo, ter uma reserva possibilitará passar por estes momentos sem sufocos e sem utilizar de dinheiro de terceiros (pagando juros, consequentemente). Para empresas novas, que sentem mais a sazonalidade, ou que ainda não possuem um bom planejamento financeiro, vale guardar certo capital de giro pelo menos até entender o mercado e conhecer seus altos e baixos.

Seja em máquinas, veículos, modernização de sistemas ou treinamento da equipe, é sempre bom manter uma empresa atualizada, moderna, com equipamentos novos e confiáveis. Isso garantirá satisfação dos clientes, confiabilidade nos processos produtivos, aumento (ou garantia) de vendas e uma imagem de empresa próspera, tanto aos clientes quanto aos colaboradores.

Pode-se dizer que é “obrigação” de qualquer gestor manter parte do lucro de uma empresa reinvestido nela própria. É o ideal para empresas mais antigas, tradicionais ou que atendam um público exigente por tendências.

Quando uma empresa faz pagamentos regulares de dividendos/lucros aos seus sócios, isso também pode ser considerado um reinvestimento. Satisfeitos, os sócios costumam alavancar o negócio ainda mais, muitas vezes fazendo a injeção de capital na própria empresa, seja em novos departamentos ou filiais em outras cidades.

Assim, alguns empresários já programam investimentos de médio e longo prazo, aplicando parte do lucro da empresa em investimentos bancários ou imóveis, no intuito de ampliar sua atuação no futuro.

Fonte: Exame, por Maurício Galhardo

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Real é a moeda que mais se desvaloriza no G-20

De 28 de fevereiro até a última sexta-feira, o Real perdeu 9,5% do valor. A segunda maior queda nesse período foi a da Rúpia Indiana, com 5,79%.

Há sinais de que o governo brasileiro pode, afinal, estar vencendo algumas batalhas importantes na "guerra cambial" anunciada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Desde o fim de fevereiro, quando o governo intensificou a estratégia para desvalorizar o real, a moeda brasileira foi, disparada, a que mais se depreciou não só no G-20, grupo das economias mais importantes do mundo, mas também em relação a outras nações relevantes.

De 28 de fevereiro até a última sexta-feira, o real perdeu 9,5% do valor. A segunda maior queda nesse período foi a da rúpia indiana, com 5,79%. Austrália e África do Sul, por sua vez, tiveram desvalorizações de, respectivamente, 3,89% e 3,82%. Chile e Colômbia, de 1,76% e 0,26%.

Mesmo tomando-se períodos um pouco mais longos, o real se destaca pela depreciação a partir de 2011 (com oscilações). Desde o dia 3 de novembro, a moeda brasileira caiu 8,5%, sofrendo também a maior desvalorização naquele grupo de nações do G-20 e outros países relevantes.

Levantamento da gestora de recursos JGP mostra que, enquanto o real se desvalorizou 11% desde o início de 2011 (até a última segunda-feira), um grupo de países exportadores de commodities, como o Brasil, teve uma queda média das suas moedas de apenas 1% no período. O grupo inclui países como Austrália e África do Sul. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Época Negócios

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Otimizar tempo garante crescimento profissional aos colaboradores

Cada vez mais o tempo vale dinheiro e as empresas vem tratando como grande diferencial de um colaborador a capacidade de organizar bem o tempo de serviço, produzindo adequadamente dentro dos horários de trabalho, evitando horas extras e dando os retornos necessários.

"O ritmo alucinante das mudanças, a avalanche de dados e informações, a pressão do mercado para se produzir mais, com menor custo e tempo possíveis, reforçam a necessidade de gestão compartilhada e produtiva do tempo para garantir lucratividade, empregos bons e estáveis com qualidade devida", explica o diretor executivo da Innovia Training & Consulting Ricardo Barbosa.

Porém, as dificuldades para um profissional se adequar a essa demanda de mercado é muito grande. O especialista Innovia detalha pontos que potencializam as dificuldades: 

· Ausência de foco - O colaborador acumula várias obrigações e deseja resolver tudo ao mesmo tempo, o resultado é que nenhuma das obrigações é feita;

· Falta de concentração na tarefa em execução - o colaborador leva para empresa problemas pessoais, alem de conversas paralelas que faz com que o resultado fique prejudicado;

· Ausência de planejamento - Não sabendo se planejar ocorre confusão e não se estabelece prioridades;

· Acomodação que gera desmotivação - Muitos colaboradores não buscam fazer um trabalho diferenciado, criando um ciclo vicioso na relação acomodação e desmotivação;

· Procrastinação - deixar tudo que se pode fazer hoje para o amanhã;

· Refém de ferramentas tecnológicas - as pessoas ficam apegadas ao celular e ao uso de e-mail de forma errada (checar caixa de correspondência toda hora).

Por outro lado, Barbosa reforça que isso não significa que o colaborador não tem direito de descansar e que o chefe deve ser carrasco. 

"O descanso é fundamental para que a pessoa possa ser produtiva. Nenhum profissional é 100% do seu tempo. Temos que cada vez mais exercer o famoso ócio criativo. Assim, é necessário relações balanceadas. Uma forma eficaz é utilizar o quadrante do tempo, quando você separa suas atividades em: Crises (importante e urgente), Urgências (urgente, mas não importante), Planejamento (importante, mas não urgente) e Rotina (nem importante e nem urgente)".

A pessoa estabelecendo bem esta relação com o tempo terá muito mais tempo para sua vida pessoal, caindo com o mito de que o colaborador dedicado é o que só pensa no trabalho. "Só pensar no trabalho não é bom, pois afeta diretamente a nossa saúde, família e qualidade de vida. Quando planejamos nossas atividades, conseguiremos ser produtivos", alerta o diretor da Innovia.

Veja as principais dicas para que um colaborador otimize seu tempo:

· Estabelecer prioridades
· Disciplinar reuniões;
· Disciplinar horários para conversas;
· Estabelecer código de conduta telefônica e para eletrônicos;
· Classificar ativas que são importantes e urgentes;
· Evitar acumular funções que não sejam suas.

Fonte: Canal Executivo

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Economistas recomendam cautela a quem pensa em trocar de banco atrás de empréstimos mais baratos

"O dinheiro, o empréstimo, também é um produto", lembra especialista

Mesmo com o anúncio da redução das taxas de juros cobradas pelos bancos nas linhas de crédito para pessoas físicas, os clientes bancários devem manter a cautela na hora de mudar de instituição financeira ou de pegar um novo empréstimo. Essa é a recomendação de alguns economistas ouvidos pelaAgência Brasil.

O especialista em finanças pessoais e professor de economia da Universidade de Brasília (UnB) Newton Marques recomenda às pessoas que pesquisem e comparem os produtos oferecidos pelos bancos na hora de tomar um empréstimo. "O dinheiro, o empréstimo, também é um produto", lembrou. Mas o professor alerta que os consumidores devem evitar o impulso de fazer compras à prestação. A dica é só parcelar se responder "sim" a três perguntas: tenho necessidade deste produto? Tenho dinheiro para pagar? Preciso comprar agora?

Antes de trocar de banco para obter taxas mais baixas de juros, a dica do professor de finanças pessoais da Fundação Getulio Vargas (FGV) Fábio Gallo é negociar a redução dos encargos com a própria instituição financeira da qual já é cliente. "Antes de mudar de conta e ficar entusiasmado com o anúncio da taxa do banco do vizinho, é preciso negociar". Gallo disse ainda que o cliente deve fazer simulações dos empréstimos, verificar o valor das prestações e a taxa efetiva de juros. E se for mudar de banco, é preciso analisar ainda todo o pacote de serviços oferecido pelo banco.

Outra orientação é que o cliente peça ao banco para o qual pretende migrar que seja apresentado por escrito tudo o que está sendo prometido, como tarifas e taxas. Assim, se for preciso recorrer aos órgãos de defesa do consumidor, o cliente terá a documentação necessária para comprovar irregularidades.

Ontem (18), seguindo o movimento iniciado pelos bancos públicos Caixa e Banco do Brasil, Bradesco e Itaú anunciaram redução de juros para clientes.

O governo vinha cobrado dos bancos privados a redução dos juros. A presidenta Dilma Rousseff classificou os juros altos como um dos entraves que impedem o crescimento mais acelerado da economia brasileira, de forma equilibrada e contínua. No dia 12, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, também criticou os bancos privados. Segundo ele, as instituições privadas provocam retenção de crédito, cobram o maior spread (diferença entre a taxa de captação de recursos de investidores e a cobrada de quem pega empréstimo) do mundo e "querem jogar a conta nas costas do governo". 

Fonte: Agência Brasil

Nobel em Economia aconselha investir no mercado interno

As micro e pequenas empresas brasileiras (MPE) devem direcionar suas atividades para o mercado interno, aconselhou o Prêmio Nobel em Economia de 2008, Paul Krugman. Ele proferiu palestra ontem no primeiro dia do Seminário Internacional sobre Pequenos Negócios, que o Sebrae realiza até sexta-feira (20). De acordo com o economista, os mercados emergentes estão relativamente fortes, mas ainda não são tão competitivos quanto os de países ricos.

Na opinião de Krugman, desde 2002 o Brasil passa por um período de fortalecimento da economia interna. A redução das desigualdades de renda, segundo ele, aumentou o mercado consumidor, o que ajuda a mitigar os efeitos da turbulência que atingiu os Estados Unidos e a Europa. Além disso, as empresas e instituições estão mais cuidadosas. "Aqui (no Brasil), as crises estão na memória mais recente. As pessoas não esqueceram que as coisas podem dar errado. O resultado é mais cautela no setor público e privado", disse.

No entanto, Krugman alertou que "é difícil para as pequenas empresas exportarem. O Brasil está ganhando uma classe média, isso é um mercado que elas devem olhar para ter sucesso. É uma tendência", afirma. Entre as dificuldades para as MPE venderam ao mercado externo, segundo o economista, está o fortalecimento da moeda local, que encarece os produtos brasileiros no mercado internacional. "O país enfrenta uma ameaça de perda de competitividade em função do Real forte. Mas não é uma catástrofe", ameniza.

A valorização da moeda brasileira se deve, principalmente, ao acréscimo de investimentos estrangeiros na economia local. Krugman destacou que há um fluxo de capitais do norte para o sul, em referência aos investidores que deixam de investir nos EUA e na Europa e direcionam seus recursos para as economias emergentes. "Os países avançados não são bom lugar para investir. 

Não é porque as coisas se tornaram muito melhores no Brasil, mas é porque pioraram nos países mais avançados", afirma.

Krugman analisou que, mesmo com o interesse pelos mercados emergentes, o nível de investimentos na economia mundial como um todo se reduziu. "As grandes corporações cortaram essas operações. Algo como US$ 2 trilhões desapareceu da economia mundial", relatou.

Fonte: Portal Administradores

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Como funciona o IPI para pequenas empresas?

Esse tributo deve ser pago também pelas empresas que optam pelo Simples Nacional.

As pequenas empresas enquadradas no Simples Nacional que desenvolvam a atividade industrial também são obrigadas a pagar o Imposto sobre Produtos Industrializados, ou IPI.

Para tanto, as micro e pequenas empresas deverão sujeitar as receitas recebidas à tabela prevista no Anexo II da Resolução CGSN nº 94/2011, que inclui a cobrança do IPI a uma alíquota fixa de 0,5%, independentemente do valor da receita auferida.

No entanto, vale ressaltar que a alíquota do IPI não será cobrada se a atividade industrial tiver substituição tributária desse imposto específico.
Para tanto, quando se verificar essa situação, essas receitas deverão ser separadas de outras.

No caso, a substituição tributária ocorre quando a lei, por razões de conveniência e fiscalização, transfere a obrigação pelo pagamento do tributo a outra pessoa que não o contribuinte. Com isso, a pequena empresa não tem que pagar o tributo, já que é outra pessoa que fez ou que fará o recolhimento por ele.

Desta forma, caso ela apure uma receita sujeita a substituição tributária de IPI, a alíquota do tributo deverá ser desconsiderada, já que não é essa empresa que possui a obrigação do recolhimento desse imposto. O mesmo ocorrerá em relação ao PIS, COFINS ou ICMS, caso a atividade que gerou a referida receita também estiver sujeita à substituição tributária desses tributos.

Finalmente, cumpre ressaltar que o IPI incidente sobre a importação de mercadorias deve ser pago em separado, não estando incluído no IPI previsto na Tabela do SIMPLES Nacional da Resolução CGSN nº 94/2011. É sempre recomendável buscar um profissional que conheça o assunto para ajudar a identificar o caso específico da sua empresa.

Fonte: Exame, por Roberto Martinez, especialista em Direito Tributário

terça-feira, 17 de abril de 2012

Tsunami monetário e desindustrialização

Embora não esteja plenamente resolvida, a crise europeia vive uma fase de abrandamento após o acordo alcançado pela Grécia com as instituições credoras. Não há dúvida de que o acordo evita o iminente colapso do sistema financeiro mundial, cujas repercussões seriam desastrosas para todos. A moratória da Grécia traria incertezas e apreensões que colocariam o sistema bancário europeu à beira do abismo.

Humberto Barbato


Entretanto, a predominância do bom senso não traduz uma situação de apaziguamento para a economia mundial. A desaceleração da China, cuja previsão de crescimento é de 7,5% para este ano (abaixo dos 9,2% registrados em 2011 e dos 10,4% de 2010), traz novas dores de cabeça, seja do ponto de vista da redução do volume das importações e/ou da queda dos preços das principais commodities agrícolas e minerais, o que se refletirá diretamente no saldo da balança comercial brasileira e das demais nações que exportam para China.

Além disso, a estratégia do governo chinês de deslocar o eixo de crescimento da economia das exportações para o consumo doméstico, mantido o ritmo dos investimentos, já está trazendo impactos diretos sobre o custo salarial, e, consequentemente, empurrando a produção manufatureira intensiva em mão de obra para países vizinhos como Coréia do Norte, Camboja e Vietnam. Logo, a acirrada concorrência com os asiáticos não se esgota na China e avança para uma nova etapa.

A presidente Dilma Rousseff sintetizou esse arranjo de problemas ao falar em um tsunami monetário. O governo critica a estratégia do mundo europeu de injetar liquidez nos mercados, assim como fizeram os Estados Unidos em anos anteriores, ao invés do uso de incentivos e desonerações fiscais para alcançar o equilíbrio da economia.

Nesse contexto, ela enfatiza que, diante da desvalorização artificial das moedas dos outros países, o Brasil tomará todas as medidas que não firam as disposições da OMC para evitar que essa movimentação das moedas desindustrialize a economia brasileira.

Nesse caso, a retórica deve ser posta de lado e as ações operacionalizadas com maior rapidez e efetividade. No entanto, confrontando-se ao discurso da Presidente, determinadas situações provam que a retórica permanece distante das ações efetivas. Em que pesem as intervenções do Banco Central e medidas no âmbito do IOF, o Real foi uma das moedas que mais se valorizou nos primeiros três meses de 2012. A redução da Selic de 10,5% para 9,75% ainda mantém o país na incômoda liderança do ranking das maiores taxas reais de juros do mundo.

Objetivamente, a indústria precisa de águas tranquilas para gerar bons resultados e oferecer tais condições parece-nos papel do governo. Não reivindicamos protecionismo e nem condições fora da legalidade para trabalhar. Precisamos de uma política industrial que lance definitivamente as bases para o desenvolvimento sustentado. Nesse sentido, estudo recente do Ipea mostrou que a falta de uma estratégia para o setor industrial e de investimentos em infraestrutura acentua o processo atual de desindustrialização precoce no Brasil.

Dados do IBGE mostram que, em 2011, a participação da indústria de transformação no PIB brasileiro atingiu 14,6%. Com este resultado, voltamos ao nível dos anos de Juscelino Kubitschek (13,75%), num gritante retrocesso. Ainda no ano passado, a produção industrial como um todo (incluam-se aqui construção civil, extrativa mineral e produção de energia) cresceu apenas 1,6%.

Este foi um dos piores desempenhos dos últimos anos e deixou a indústria muito atrás das demais atividades da economia. Acrescente-se a isto o fato de que o déficit da balança comercial de produtos manufaturados, entre janeiro de 2011 e janeiro de 2012, alcançou a inacreditável cifra de US$ 94,3 bilhões.

Ao longo dos últimos anos, a Abinee, cumprindo seu papel de representar o setor eletroeletrônico, levou aos governos propostas de alto nível, desenvolvidas por experientes e expressivos executivos do setor eletroeletrônico, assessorados por consultores em políticas públicas de renome internacional. Apresentamos propostas de medidas factíveis, tanto pontuais, visando problemas emergenciais, como estruturais, objetivando a definição de uma estratégia de longo prazo. Infelizmente, muito pouco ou quase nada foi acolhido.

Em função de todas as dificuldades enfrentadas pela indústria instalada no país, o setor produtivo e trabalhadores decidiram unir-se em uma luta comum, pelo objetivo de alertar a sociedade para o processo de desindustrialização precoce da nossa economia. A indústria está cada fez mais frágil, o que já está refletindo na perda de postos de trabalho e na capacidade futura de desenvolvimento da nação.

A mobilização, denominada de Grito de Alerta, está ganhando as ruas de diversas capitais do país como Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, São Paulo e Brasília, e deverá se estender para Belo Horizonte, Manaus, Salvador, Recife e Fortaleza. O objetivo é fortalecer a ideia de que algo precisa ser feito imediatamente para mudar este cenário tenebroso. Ou seja, temos que evitar que o país plante hoje a destruição da renda e do emprego que colherá amanhã.

Acompanha esse alerta um documento que será entregue às autoridades, contendo uma série de medidas horizontais que, se adotadas, podem mudar o atual rumo e elevar a indústria ao seu tradicional patamar de geradora de tecnologia, riqueza e emprego.

É importante que o governo brasileiro entenda que atingimos um ponto de inflexão. Agir com rapidez e na direção correta pode assegurar uma virada positiva para a indústria de transformação instalada no país. Do contrário, vamos guardar o sepulcro da indústria.

Humberto Barbato é presidente da Abinee 

Fonte: Blog Joelmir Beting

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Crise mundial altera perfil do diretor financeiro

A função de finanças está passando por uma transformação significativa, segundo relatório feito pela KPMG International. O estudo constatou que a maioria dos CFOs (Chief Financial Officer) está renovando o seu comprometimento com a melhoria da contribuição de sua função para os negócios, com base em entrevistas feitas com altos executivos de finanças na Europa, Ásia e Américas. 

“Depois de focar incessantemente na eficiência e em cortes de custos desde o início da crise financeira, muitos executivos de finanças procuram agora construir sobre tais ganhos, para auxiliar suas organizações a retomar o crescimento”, observou Pieter van Dijk, sócio da KPMG Brasil, responsável para a área de Financial Management Advisory Services.

“As entrevistas demonstram que essa mudança causou uma melhora significativa na maneira pela qual a função de finanças agrega valor aos seus negócios e, ao mesmo tempo, como ela opera com outras funções corporativas de suporte.”

O relatório, intitulado “Do Registro do Desempenho à Agregação de Valor” (From Keeping Score to Adding Value), constatou que os executivos de finanças já estão desempenhando uma função maior no desenvolvimento do caminho de crescimento de suas empresas. Todavia, os participantes da pesquisa também indicaram que diversos desafios ainda precisam ser superados para a criação de um departamento de finanças mais arrojado e integrado.

Quase todos os participantes do estudo da KPMG citam alguma forma de desafio de capital humano. Especialmente em mercados de rápido crescimento, como os BRICs, os líderes da área de finanças estão encontrando dificuldades para atrair e reter pessoal de finanças com o equilíbrio certo entre habilidades tecnicos e talentos interpessoias para refletir as novas demandas que são colocadas sobre a função de finanças.

“Ao longo dos últimos anos, a função de finanças passou a dividir as suas atividades em duas áreas distintas: funções de rotina, tais como contabilidade e emissão de relatórios financeiros, e as funções de alto valor, como projeções e parceria estratégica de negócios”, complementou Pieter van Dijk. “Como resultado da coleta e análise de dados, atualmente sendo cada vez mais concentradas em centrais de serviços compartilhados, o pessoal de finanças de nível corporativo está sendo transferido do trabalho orientado para transações para atuar em responsabilidades mais estratégicas.”

Os entrevistados do levantamento da KPMG também manifestaram sua frustração contínua com as limitações da tecnologia. Em muitos casos, aplicativos e sistemas herdados de TI, desatualizados, foram citados como barreiras para a melhoria da eficácia da função financeira. Dada a ênfase fundamental para a entrega tempestiva de dados financeiros precisos e consistentes, muitos executivos disseram que querem promover uma diminuição nas lacunas entre os departamentos de TI e financeiro. 

Apesar disso, os executivos também fizeram um alerta contra a adoção rápida de novas tecnologias. Enquanto alguns concordaram que mais automação em finanças seria em geral algo positivo, outros afirmaram que novos implementações de tecnologia são geralmente projetos de mudanças significativas que podem absorver muito tempo de recursos escassos, sem a entrega efetiva dos resultados esperados. 

“Esse relatório mostra que a função de finanças está se tornando mais integrada com os processos de tomada de decisão da organização, o que transforma a função de prestador remoto de informações em consultor de confiança e parceiro estratégico para pessoas em todos os níveis e funções do negócio”, concluiu Pieter van Dijk. 

O relato From Keeping Score to Adding Value foi elaborado pela CFO Reserch Services em colaboração com a KPMG International e teve como base o estudo Novo Papel para Novos Tempos (New Role for New Times), que reuniu informações de entrevistas feitas com 443 executivos financeiros seniores de vários países, tratando das forças, fraquezas e aspirações de equipes de finanças nas Américas do Norte e do Sul, Europa, África e Ásia-Pacífico. 

Fonte: Canal Executivo

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Como está o ânimo de quem vende e de quem compra

Saiu o Índice de Confiança do Comércio, medido pela Fundação Getulio Vargas: em março, houve evolução favorável, influenciada principalmente pela melhora da percepção em relação à demanda presente, mesmo se nem tudo anda lá muito bem. E, na capital de São Paulo, pesquisa da Fecomércio indica manutenção do otimismo quanto ao futuro próximo, ainda que o ano tenha começado com certo desânimo com relação ao resultado dos atuais negócios. Quanto aos consumidores, o ânimo baixou em março, mas as coisas vão melhorar, como fazem supor dois outros estudos também divulgados nesta quarta-feira.

A FGV detectou tendências de recuperação em 11 dos 17 segmentos pesquisados. Em cinco deles, houve piora e houve estabilidade em um. A melhora é maior no atacado (na base de 3 setores positivos e 1 negativo) que no varejo (5 em 9).

Na comparação dos primeiros trimestres deste ano e do anterior, porém, o atual ficou 4,3% abaixo do precedente, por conta da forte baixa registrada neste fevereiro (6,4% em base anual). Por enquanto, 19,4% das empresas consultadas avaliaram o nível atual de demanda como forte e 24,0%, como fraca. Em 2011, esses percentuais haviam sido de 19,6% e 20,1%, respectivamente.

Outra pesquisa, a do Índice Nacional de Confiança, medido pelo instituto Ipsos para a Associação Comercial de São Paulo, também em baixa, indica que as coisas podem melhorar. Houve baixa de 176 pontos em fevereiro para 164 s em março, mas ainda acima da pontuação de um ano antes (157) e dois anos antes (150).

"O brasileiro permanece confiante na economia e o governo também está atento, pronto para adotar medidas de estímulo ao setor produtivo, como já tem feito, ainda que de modo pontual", diz nota da entidade.

Os técnicos consideram estarem os números de março equivalentes aos de 2010, auge da recuperação econômica brasileira.

Para 49% dos entrevistados, é boa a situação financeira pessoal, mesmo resultado de março de 2010. E a situação financeira futura vai melhorar para 61% dos consumidores. A segurança no emprego mantém-se estável há três anos (44%, 45% e 45%, de 2010 até agora). O número de pessoas que confiam em melhara na situação financeira pessoal dentro de seis meses foi de 58%; o dos que temem piora, de 8%.

A ACSP destaca que, em março, 2,9 pessoas em 1 mil conheciam pessoas que perderam o emprego - mais que um ano antes (2,8) e menos que dois anos antes (3,6). "Assim, apesar da baixa perspectiva do desemprego, a acomodação da confiança do consumidor pode ser reflexo do noticiário da crise internacional que voltou a se agravar na Europa".

O INC ACSP/Ipsos faz 1 mil entrevistas domiciliares todos os meses, em nove regiões metropolitanas de 70 cidades do interior brasileiro. Varia de 0 a 200 pontos. Acima de 100, indica otimismo e, abaixo, pessimismo.

Em São Paulo
Saiu também o Índice de Confiança do Empresário do Comércio, medido no município de São Paulo pela Federação do Comércio paulista: queda de 2,3% em março (de 121,1 pontos em fevereiro para 118,3 depois), mas ainda no patamar que indica otimismo (acima de 100 pontos).

O que puxou o indicador foi a avaliação menos positiva do presente, que entrou na zona de pessimismo ao cair 9,7% sobre o de fevereiro, baixando a 93,1 pontos. Para os técnicos da federação, esse pessimismo pode ser sazonal, pois, neste período, as vendas tendem a ficar abaixo das médias mensais.

O Índice de Investimento também registrou queda (-0,6%), mantendo-se ainda acima da linha divisória entre pessimismo e otimismo, com 106,4 pontos. Foi a segunda queda consecutiva nesse item e os técnicos chamam a atenção para o acompanhamento do indicador.

Mesmo com esses dois recuos, o Índice de Expectativa subiu 1,4% e manteve a trajetória ascendente (para 155,3 pontos), com avaliação positiva em todos os itens que compõem o indicador. O maior avanço apurado foi nas expectativas dos empresários em relação ao próprio setor.

Em conclusão, diz a Fecomerico-SP que as "perspectivas futuras continuam robustas, principalmente no que tange ao ímpeto de contratação de funcionários, sinalizando que o nível de atividade econômica pode se recuperar no médio prazo e que as oscilações percebidas neste primeiro trimestre refletem a sazonalidade específica do setor".

Mas uma terceira pesquisa divulgada, o Programa de Administração do Varejo (Provar) da Fundação Instituto de Pesquisa, mostra menor disposição de compras entre os consumidores paulistanos, neste segundo trimestre. A intenção de compra caiu de 60,6% para 58%.

Fonte: Joelmir Beting 

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Redução de juros favorece pequenos negócios

Medidas anunciadas pelo Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal ainda estimula concorrência bancária, avalia diretor-técnico do Sebrae.

Juros menores, maior oferta de crédito e prazo de pagamento alongado para micro e pequenas empresas. A iniciativa do Banco do Brasil (BB) e da Caixa Econômica Federal (CEF) de diminuir os spreads bancários- diferença entre as taxas de juros pagas na captação dos recursos e as cobradas dos clientes - afeta positivamente os pequenos negócios. A avaliação foi feita pelo diretor-técnico do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos, ao destacar a importância das medidas para estimular a competição entre os bancos e fortalecer os pequenos negócios.

O BB elevou em R$ 26,8 bilhões o montante de crédito oferecido para as micro e pequenas empresas (MPE) e diminuiu em 15%, em média, as taxas de juros para essas empresas. As iniciativas, reunidas no Programa Bom para Todos, estão alinhadas com a intenção do governo federal de incentivar a produção nacional.

A CEF acompanhou a tendência de redução do spread e lançou na segunda-feira (09) medidas de redução dos juros para as MPE e pessoa física. Os cortes impactam as linhas de capital de giro para as empresas de pequeno porte, cujas taxas cairão de 2,72% ao mês para 0,94%.

As iniciativas do BB e da CEF estão no rumo certo para estimular a produção e a geração de emprego, assinala Carlos Alberto, para quem a redução das taxas deve ser acompanhada por outras instituições financeiras. “Acredito que possam ser acompanhadas por todo o sistema financeiro, na medida em que há possibilidade de redução dos spreads”, disse o diretor-técnico do Sebrae.

Carlos Alberto recomenda, no entanto, que as MPE adotem práticas de gestão financeira eficientes para que o crédito adquirido sirva, efetivamente, para impulsionar os negócios. “O custo do capital utilizado no processo produtivo vai diminuir, mas os pequenos negócios precisam avaliar o acesso ao crédito dentro de um planejamento financeiro adequado, que demonstre a compatibilidade entre o endividamento e a capacidade de inserção da empresa no mercado”, aconselhou.

Medidas de estímulo

No início do mês, a presidente Dilma Rousseff anunciou medidas de estímulo à produção como a desoneração da folha de pagamentos e a oferta de crédito mais barato pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). De acordo com Carlos Alberto dos Santos, o pacote do governo federal deve estimular a economia e terá reflexos para as MPE, ainda que indiretos. “Apesar de estarem voltadas principalmente às grandes empresas, as medidas são muito positivas porque impulsionam a contratação e o consumo de produtos nacionais, assim como dinamizam a economia como um todo, o que é excelente para os pequenos negócios”, destaca.

O modelo escolhido pelo governo para diminuir custos na contratação de mão de obra desvincula os encargos patronais previdenciários da folha de pagamento e os associa ao faturamento das empresas. “A desoneração é positiva porque flexibiliza, conforme as variações do mercado, o valor pago pela contratação de empregados. Assim, o empresário em dificuldades acaba pagando menos, enquanto o que estiver crescendo, paga mais”, explicou o diretor.

Em relação às MPE, Carlos Alberto dos Santos disse que “já são beneficiadas com a desoneração da folha promovida pelo Simples Nacional, desde julho de 2007. Do ponto de vista dos pequenos negócios, trata-se da grande reforma tributária feita no país”. Cerca de 6,1 milhões de micro e pequenas empresas brasileiras estão enquadradas nesse regime especial de tributação.

Fonte: Revista Exame