quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Líder: saiba como dividir as tarefas sem sobrecarregar ninguém

Entregar o trabalho atrasado, cometer pequenos erros, não conseguir atingir as metas, ter de resolver assuntos urgentes a todo momento, entre outros, são indicadores de excesso de trabalho. Ter alguém sobrecarregado na equipe prejudica não somente o profissional, mas os colegas e a própria empresa. Por isso, cabe ao líder resolver esta situação.

Pensando em ajudar o gestor, o Portal InfoMoney  conversou com o diretor regional da ABRH-SP (Associação Brasileira de Recursos Humanos de São Paulo) e diretor-executivo da Enora Leaders, João Marcelo Furlan.
O especialista explica que o acúmulo de tarefas ocorre porque muitos gestores não conhecem o processo e o método utilizado dentro das empresas. Segundo ele, estes fatores são mais claros em setores produtivos do que em ambientes como escritórios e empresas de serviços.

O problema de acumular tarefas também está ligado diretamente ao tamanho da empresa, já que nas maiores a distribuição das atividades são mais nítidas, enquanto que nas menores têm aqueles profissionais que fazem de tudo um pouco.
“Estes são os famosos patos. Não andam, não nadam e não voam direito. Fazem tudo, mas nada muito bem”, diz Furlan.

Como resolver

O primeiro passo para resolver o acúmulo de tarefas de alguém da equipe é identificar todos os processos de trabalho da empresa. “Ao mapear os processos é possível enxergar em quais lugares existe um gargalo”.
Durante este mapeamento, o gestor saberá qual é o processo de trabalho dos funcionários e quem cumpre todas as etapas. “Isso é mais fácil de se enxergar em uma linha de produção, mas é possível levar a prática para o escritório”, ressalta.

A segunda etapa que o líder deve cumprir é analisar a gestão de rotina de cada colaborador. É importante sentar com cada integrante da equipe e saber quais são os processos que ele está envolvido. Muitas vezes, os funcionários não sabem priorizar as atividades que realmente são importantes.

“O foco tem de ser na eficiência na empresa, produzir mais em menos tempo. O acompanhamento é bem visto por profissionais com menos experiência. Estes necessitam de mais direção. Já os profissionais mais sêniores preferem que os líderes foquem mais nos resultados”.

Além disso, o gestor deve analisar quais atividades que se acumulam. De acordo com o especialista, isso ocorre ou porque é necessário que mais pessoas estejam envolvidas ou aquele funcionário não é o mais adequado para aquela função por falta de competência.
Em ambos os casos é necessário que haja um remanejamento dentro da equipe ou contrate alguém. O problema pode ser sazonal, devido a um projeto específico ou pela época do ano. Neste caso, o especialista aconselha contratar alguém temporariamente.

“A chave é a gestão de processo. Infelizmente, nossa cultura não é voltada para o planejamento. Deixa para resolver os problemas sempre na última hora”, finaliza.

Fonte: InfoMoney

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Perguntas e respostas sobre investimentos em tempos de crise

1 A crise chegará aqui?
Sim, uma recessão global derruba a demanda e o preço das commodities, prejudicando as exportações brasileiras, desacelerando a economia e afetando o mercado de trabalho. Se o dólar subir, pode elevar o preço dos importados e pressionar a inflação, já em alta no país. O Brasil também pode ter dificuldade para captar recursos para financiar obras de infraestrutura. 

2 É hora de sair da Bolsa?
O mais recomendável é aguardar para recuperar o dinheiro quando a Bolsa voltar a subir. Para diluir o risco, procure deixar o investimento em pelo menos cinco ações. Quem não tiver sangue frio pode vender uma parte das ações, aplicar em renda fixa ou comprar depois os mesmos papéis por um preço menor, reduzindo o prejuízo. 

3 Chegamos ao fundo do poço? É hora de comprar?
Ninguém sabe se o piso foi atingido. Quanto mais a Bolsa cai, mais chance tem de subir. Porém, a recuperação só virá quando as incertezas globais diminuírem, o que pode demorar semanas ou anos. Pode valer a pena entrar agora, mas há risco de cair ainda mais. 

4 Devo reduzir o percentual de ações no fundo de previdência privada?
Não. Previdência é aplicação de longo prazo, quando aumentam as chances de recuperação. Quem sair na baixa poderá perder a subida da Bolsa. 

5 Os juros subirão para compensar o risco maior de calote nos EUA e na Europa?
As taxas de juros costumam refletir o risco, que aumentou. Os governos desses países, porém, devem fazer um esforço para manter as taxas em baixa e impulsionar suas economias. 

6 Devo resgatar o FGTS aplicado em Vale e Petrobras?
Não é possível resgatar o dinheiro, salvos nos casos previstos (casa própria, doença, demissão etc). Quem sair das ações terá o dinheiro devolvido ao fundo, que rende 3% mais TR e perde para inflação. Por isso, é melhor esperar. 

7 Posso pagar menos IR com a Bolsa em baixa?
O investidor pode descontar o prejuízo apurado em uma operação do IR incidente no ganho de capital obtido com ela. 

8 É hora de tirar dinheiro do banco e comprar imóveis?
Os imóveis já estão caros e as aplicações têm retorno garantido. Se houver retração na economia, o ritmo de alta vai desacelerar havendo possibilidade de redução de preços. 

9 Poupança, CDB e renda fixa serão afetados?
Não, devem continuar com taxas altas, atraindo cada vez mais investidores, devido ao aumento recente do juro. 

10 Vou viajar ao exterior. Devo comprar dólar já?
O ideal é observar o movimento da moeda, que pode subir, e ir comprando pequenas quantidades até a viagem. Caso o dólar suba, já terá comprado com um valor menor. Se ocorrer o contrário, poderá se beneficiar de um preço melhor. 

11 Há chance de a Bolsa brasileira subir se as demais estiverem em queda?
É difícil, mas isso aconteceu em 2009 porque as perspectivas no país eram melhores do que no exterior. Dessa vez, porém, a queda das ações no Brasil foi mais acentuada do que nesses países. A Bolsa brasileira, no entanto, costuma seguir o ritmo dos maiores mercados. 

12 O BC pode mexer nos juros por conta dos problemas no exterior?
Não é provável agora porque o BC acaba de elevar as taxas para conter a inflação. Mas, se a recessão se confirmar, apagando o risco de inflação e secando o dinheiro no país como em 2008, ele poderá reduzir as taxas. 

13 Tenho dinheiro aplicado em fundo de investimento. O que faço?
Em renda fixa, nada. Se tiver fundos multimercado e/ou com ações, sairá na baixa se resgatar agora. O ideal é manter os investimentos, que devem subir em longo prazo. 

Fonte: Folha.com

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Presença feminina cresce mais na área de finanças

A Michael Page, que atua em recrutamento, em levantamento realizado com base nas entrevistas feitas entre janeiro e outubro de 2011, apurou uma maior participação de mulheres em cargos de diretoria e gerência, embora ainda sejam poucas as presidentes de empresas do sexo feminino (menos de 10%). 

Sérgio Sabino, diretor de Marketing da MP para América Latina, garante que a principal mudança de perfil aconteceu na área de Finanças, na qual a maioria dos cargos de alta gerência e diretoria pertencia aos homens.

“Atualmente, 40% das vagas no setor são preenchidas com mulheres e, na maior parte das vezes, nas áreas de Controladoria, Gestão de Impostos e Planejamento Financeiro”, completa. 

O levantamento usou como base as 10 principais divisões da Michael Page: Logística, Engenharia, Tecnologia, Vendas & Marketing, Banking, Propriedade & Construção, Finanças, Seguros, Jurídico e RH. 

De todas as contratações da empresa, 61% são homens e 39% são mulheres. Das contratações femininas, a área de RH continua na liderança com 67% de vagas preenchidas. Na sequência, 59% das profissionais foram para empresas da área jurídica, principalmente para áreas sociais e tributárias. O quadro abaixo descreve a divisão por gênero conforme a área de atuação:

SETOR
HOMEM
MULHER

Logistica

79%
21%

Engenharia

73%
27%

Tecnologia

70%
30%

Vendas e marketing

67%
33%

Banking

67%
33%

Propriedade e Construção

64%
36%

Finanças

60%
40%

Seguros

50%
50%

Jurídico

41%
59%

RH

33%
67%

Média Geral
61%
39%

Fonte: Canal Executivo

Recrutar para área financeira é mais difícil no Brasil

Contratar profissionais de finanças e contabilidade no Brasil é mais desafiador do que em qualquer outro país. De acordo com pesquisa realizada pela Robert Half, com mais de seis mil profissionais da área financeira em 18 nações, metade das empresas brasileiras considera a busca por talentos dessa área muito difícil. No restante do mundo, essa é uma preocupação de apenas 19% dos gestores ouvidos pela líder mundial de recrutamento.

A forte procura por mão de obra especializada em finanças e contabilidade é reflexo direto do aquecimento da economia brasileira. “Os melhores profissionais foram recentemente contratados ou promovidos. Atrair essa mão de obra tem custado caro para as empresas”, revela Mário Custódio, especialista em recrutamento da divisão de Finanças e Contabilidade da Robert Half.

Os maiores desafios estão no recrutamento para as áreas de finanças e auditoria. A pesquisa mostra que 34% das organizações têm dificuldade para contratar profissionais de finanças e um quarto delas não consegue preencher as posições de auditores.

“O mercado brasileiro vive um momento de fusões e aquisições de novos negócios, investimentos de multinacionais e preparação para venda de operações, o que exige auditorias detalhadas”, diz Custódio.

O desafio de encontrar pessoal qualificado disponível para atuar nessas áreas tem inflacionado os salários. “Muitas vezes, esses especialistas só aceitam mudar de emprego com oferta de aumento salarial de 60% a 70%. E as empresas não estão mais dispostas a supervalorizar os talentos como fizeram antes da crise”, garante.

Por isso, a “guerra” por executivos nessa área faz com que parte das empresas considere estratégica a política de retenção de talentos. Mais de 25% dos gestores de finanças brasileiros estão muito preocupados em manter seus principais quadros. Entre os 18 países pesquisados, o Brasil aparece na terceira colocação nesse quesito, atrás apenas de Cingapura (38%) e Hong Kong (29%).

Segundo o especialista, as empresas têm apostado na formação de mão de obra como forma de valorização dos funcionários. “Há uma demanda acentuada por jovens que estão entrando no mercado e que podem ser treinados apesar do pouco conhecimento técnico. Essa tem sido uma escolha mais frequente, ao invés de trazer do mercado pessoas com salários inflacionados”, explica.
Mesmo com toda a dificuldade de encontrar no mercado profissionais de finanças e contabilidade, as organizações brasileiras estão otimistas quanto às perspectivas para o próximo ano. 

Metade dos executivos do Brasil está muito confiante no crescimento de suas empresas em 2012, atrás apenas dos Emirados Árabes, onde o otimismo atinge 51% dos entrevistados. Já na Europa, impactada pela crise, os britânicos são os mais pessimistas, e apenas 7% deles apostam em bons resultados no próximo ano, assim como 12% dos franceses.

Fonte: Canal Executivo

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Como fazer o orçamento render mais


Acompanhe receitas e despesas e identifique onde cortar gastos e melhorar as vendas

Mais perto do final do ano, os empresários começam a apertar o orçamento para conseguir pagar 13º e fechar o ano no azul. Além disso, é hora também de começar a fazer o planejamento do próximo ano.
O primeiro passo é fazer o orçamento, para saber melhor onde usar o dinheiro que entra. Com ele em mãos, você identifica onde pode investir e o que está consumindo mais dinheiro. A forma mais tradicional de fazer o orçamento é com o histórico dos meses anteriores.
Há também o orçamento de base zero, usado quando a empresa ainda não tem um histórico para se basear ou está em busca de um resultado específico. “Assim o empreendedor monta o orçamento a partir da real necessidade dele”, diz o sócio-diretor da Blue Numbers, Márcio Iavelberg.

Para o professor de finanças da Business School São Paulo (BSP), Thomas Brull, o primeiro passo é fazer alguns tipos de controle. “Compare os resultados com meses anteriores e questione se os gastos estão subindo e qual o motivo deles. Em relação à receita, veja se o faturamento não está subindo como os gastos e avalie se é uma questão de tempo para virar receita ou corte”, explica.
Confira a seguir seis dicas que vão te ajudar a fazer o seu orçamento render ainda mais.

1. Faça o demonstrativo de resultados

Observar o quanto se gasta na empresa é a melhor forma de acompanhar onde e como sua receita é utilizada. Por isso, quanto mais detalhada for a demonstração dos resultados, mais fácil identificar onde fazer ajustes.

Na projeção de receita, inclua o que trouxe mais dinheiro para a empresa e qual produto foi mais vendido. Na parte das despesas, detalhe informações sobre tudo que a empresa gastou, de impostos a gastos administrativos, como luz, segurança e telefone. No caso das despesas, uma variação significativa de um mês para o outro, ou distante da projeção, significa um alerta para acompanhar aquele gasto mais de perto e tomar decisões.

Cruze os dados dos resultados esperados com os obtidos. Saber de onde o dinheiro vem e para onde vai ajuda a fazer manobras para melhorar os números. Thomas Brull, professor de finanças, sugere colocar os meses um ao lado do outro para ter clareza da evolução dos itens com o tempo. Se possível, atualize esta planilha diariamente.
Saber exatamente o que gasta e o que recebe pode ser útil também para pagar menos impostos. Iavelberg orienta que se o rendimento, no demonstrativo de resultado, for menor do que 3,6 milhões de reais, seu regime tributário pode ser o Simples, já que este valor será o limite a partir de janeiro de 2012. Diga ao contador qual será a sua projeção no próximo ano e nos meses seguintes para que a carga tributária acompanhe a realidade do seu negócio.

3. Observe gargalos e corte gastos

Algumas soluções parecem simples demais para fazer diferença no orçamento. Mas fazem. É o caso de gastar com viagens quando é possível fazer as reuniões via Skype ou de imprimir ao invés de criar uma biblioteca eletrônica. “Quando a empresa vai bem, normalmente existem gastos exagerados. Se ela planeja, vê que tem gorduras para queimar”, comenta Iavelberg.

O professor da BSP sugere que você sempre pense em formas mais baratas de fazer as coisas. “A vantagem do mundo da internet é que é possível encontrar muitas alternativas para qualquer atividade a preços competitivos”, diz. Softwares gratuitos, serviços jurídicos, contabilidade, fiscal, entregas e consultorias em todas as áreas podem ser encontrados online. “Lembre-se do espírito colaborativo disseminado na rede. Você pode trocar serviços e trabalhar em rede. Você pode conseguir muita coisa até de graça”, diz Brull.

4. Encontre os custos invisíveis

Quase toda empresa sofre com custos invisíveis. Eles geralmente estão nas planilhas de gastos mensais e vão aumentando gradativamente a cada mês. Aluguel, transportes, pequenas obras, prestação de serviços, alimentação e entregas podem ser colocados nesta categoria.
Thomas Brull explica que o mercado aquecido tem elevado os custos da empresa, principalmente a mão de obra. Há dissídios, por exemplo, que ficaram em torno de 10% e prejudicaram empresários desprevenidos que não atualizaram seus orçamentos nem tomaram providências ao longo dos meses.
Saber exatamente o que gasta e o que recebe pode ser útil também para pagar menos impostos. Iavelberg orienta que se o rendimento, no demonstrativo de resultado, for menor do que 3,6 milhões de reais, seu regime tributário pode ser o Simples, já que este valor será o limite a partir de janeiro de 2012. Diga ao contador qual será a sua projeção no próximo ano e nos meses seguintes para que a carga tributária acompanhe a realidade do seu negócio.

5. Acompanhe o fluxo de caixa

Thomas Brull comenta que o fluxo de caixa representa a totalidade do seu negócio. A dica é gastar em que traz receita e estar pronto para reagir a mudanças. Se a situação apertar, tente fugir dos juros e evite pegar dinheiro emprestado. “Ter caixa positivo é a única forma de sobreviver. Portanto, não tenha dúvida: se o negócio mudar para pior, corte suas despesas. E faça isso muito rapidamente”, alerta.

A receita também pode vir de maneira mais favorável ao crescimento da sua empresa. Se você der muito prazo ao cliente, provavelmente irá drenar seu dinheiro. O professor de finanças explica que é preferível ganhar mais rápido e pagar mais lentamente, mas sem pagar juros. Crie formas para incentivar que o pagamento seja feito à vista ou em prazos curtos.

6. Gaste bem

Gastar muito é o princípio da atividade de uma empresa, segundo o professor da BSP. “Você precisa gastar, caso contrário, não vai obter receitas e não terá lucro. O mais importante é gastar bem”, diz. Observe quais os gastos que te ajudam a faturar mais, ou seja, os bons gastos. É o caso de criar um serviço de entrega em um restaurante, o que aumenta os gastos, mas pode elevar o faturamento por oferecer a conveniência ao cliente. “Mesmo assim sempre pergunte se é possível fazer algo com menos gasto?”, sugere.

Brull comenta que parte do lucro deve ser guardada para eventualidades e outra parte para investimentos na melhoria dos negócios e, consequentemente, o aumento das vendas. “Muitos negócios quebram quando o crescimento é feito sem controle. Sempre que for crescer, procure não se deixar levar pelo entusiasmo do seu sucesso atual”, orienta. Continue fazendo o plano no papel, com previsão de receitas e de gastos. Observe se algo pode dar errado e o que aconteceria com o fluxo de caixa para ver que estratégias adotar em cada cenário.

Fonte: Exame

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A importância da estratégia nas empresas



Valor agregado é mais importante do que preço baixo.

Na dinâmica do mercado atual, a primeira pergunta que o empresário deve responder para uma lição de autoanálise em seu negócio ou futuro negócio é a seguinte: por que comprariam de minha empresa e não comprariam da concorrência?

O consumidor de hoje tem muita opção para comprar, seja o seu cliente pessoa física ou pessoa jurídica. Existem muito mais empresas do que antigamente. Não se vende mais como antes, e as margens de lucro são cada vez menores. Além disso, o concorrente não é somente quem está localizado mais próximo ao seu negócio ou até mesmo com a mesma característica.

No passado, os empreendedores escolhiam o negócio ou segmento de mercado que gostariam de atuar, abriam o negócio - muitas vezes sem nenhum planejamento - e era só esperar o cliente chegar ou até mesmo escolher para quem vender. Hoje, isso não é mais possível. Não há mais lugar para o amadorismo.

Atualmente a premissa fundamental para a abertura de uma empresa ou o sucesso de um negócio que está operando é o planejamento baseado em uma estratégia. Mas como podemos definir estratégia? Encontraremos na literatura e no mercado uma gama enorme de definições de estratégia. A mais simples de entender é a definição que mais se aproxima da realidade da micro e pequena empresa: estratégias são decisões que tomo na minha empresa, hoje, para estar mais bem posicionado no mercado amanhã. Logo, a estratégia é o início de tudo em uma empresa. Essa é a resposta para a pergunta feita no início deste texto: onde estou e aonde quero chegar?

Montar a estratégia
 
O primeiro passo para montar a estratégia de sua empresa é o conhecimento que o empresário possui de seus clientes ou futuros clientes. Descobrir uma necessidade e preenchê-la.
A prática da estratégia tradicional era descobrir clientes para produto e/ou serviço que a empresa oferecia no mercado, ou vender mais, para mais clientes. Mas vender mais para mais clientes é cada vez mais difícil. Portanto, o recomendável é monitorar o comportamento de seu cliente, entender e atendê-lo.

O segundo passo é avaliar seus concorrentes. Descobrir seus pontos fortes e fracos e saber realmente quem são seus concorrentes. A partir daí, o empreendedor pode definir qual estratégia implementar - concorrer diretamente, oferecendo o mesmo produto e/ou serviço, o mesmo preço, cobrindo a mesma região, ou concorrer indiretamente, explorando os pontos fracos da concorrência com um novo produto e/ou serviço, com preço superior e atendimento compatível com o perfil do cliente ou uma forma de pagamento diferenciada, com uma divulgação mais agressiva ou em novas localidades.

Um erro comum na micro e pequena empresa é achar que vai competir só porque possui um preço mais baixo que o preço da concorrência, ou seja, sua estratégia principal e única é o menor preço. Um erro fatal que leva muitas empresas à mortalidade é uma estratégia que procura fidelizar os seus clientes por preço. E quando o empresário faz essa prática, na verdade ele está comprando uma parte do mercado que é muito suscetível a preço. E cliente fiel a preço é fiel a preço, não enxerga valores agregados na sua empresa. Não enxerga o seu diferencial de mercado.

A arte de administrar é a arte de implementar estratégias e gerenciá-las, buscando os recursos necessários para sua implementação e atender o mercado. Vença a competição de mercado por valores agregados aos produtos e/ou serviços oferecidos a seus clientes e não comprando a participação dos clientes em seu mercado. Vença a competição de mercado implementando e administrando estratégias em sua empresa.

Seu sucesso será mais duradouro e reconhecido.

Texto de Wlamir Bello , Consultor do SEBRAE-SP

Pense bem, faça mais


Conhecer sua maneira de pensar pode ajudá-lo a cumprir metas. Saiba como organizar as idéias para ter mais resultados.

O administrador de empresas paulista Álvaro Barros, de 36 anos, gerente-geral da Viacom, programadora americana de televisão, reserva as duas primeiras semanas do ano para fazer uma lista de suas metas para os próximos 12 meses. "Divido em duas partes: os objetivos pessoais e os profissionais", diz.

Cada uma das abas é subdividida em diversos temas. Filhos, finanças, férias e saúde ficam na aba pessoal. Novos clientes, aumento de receita e contratações são alguns dos assuntos inseridos na aba profissional. Ao terminar, Álvaro imprime o documento e, pasme, coloca-o em uma pasta que o acompanha no dia a dia. Toda segunda-feira de manhã ele faz uma grande revisão dos objetivos.

É quando Álvaro desdobra as grandes metas em ações pontuais. "Minha primeira atividade é a preparação dos objetivos da semana", diz. Diferentemente da listagem anual, suas metas podem sofrer algumas alterações no decorrer do mês. Pode ser que você ache Álvaro extremamente metódico. Ele, porém, encontrou uma maneira eficiente de concretizar seus objetivos e minimizar as frustrações no trabalho e no plano pessoal.

"Já perdi a ilusão de cumprir tudo. Mas, sem dúvida, com esse método realizo muito mais coisas do que se não o fizesse", diz Álvaro. Existem várias formas de executar uma meta. O natural, no entanto, é fazê-lo sempre à mesma maneira — aquela a qual estamos acostumados e que já sabemos que dará certo. Especialistas em estilos cognitivos (ou estilos de personalidade) comentam que usar a mesma fórmula de execução tem vantagens, mas que há situações em que o método estruturado tem de dar lugar a um processo mais livre, mais criativo.

Se você trabalha em projetos distintos ou com equipes diferentes e não compreende esse ponto, corre o risco de entrar em atrito com o time ou o gestor da tarefa. "Estruturar o objetivo ajuda a alcançá-lo com agilidade e eficiência", diz Gazi Islam, professor de comportamento organizacional do Insper, de São Paulo. Mas viciar-se em um método de estruturação pode ser arriscado.

Gazi lembra que, até os anos 1980, fixar um objetivo e traçar caminhos para concretizá-lo era a regra. Estudos mais recentes passaram a contestar essa teoria. "Para funções criativas ou voltadas à inovação, o ideal é ter uma cabeça mais aberta e deixar o fluxo rolar, sem fórmulas", diz.

Como fazer seu mapa mental

Há diversas formas de mapear qual é seu jeito de chegar a um resultado. Conheça algumas delas:

1. Para a psicóloga Mirt de Souza, professora de administração na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, o primeiro passo é listar suas qualidades e defeitos. O segundo é colocar numa escala de 0 a 10 o que mais atrapalha e o que mais ajuda na obtenção do resultado.

2. Para alguns especialistas, a elaboração de diagramas nos quais o objetivo é colocado no centro e em caixas laterais os passos a serem percorridos funciona bem para identificar as etapas que o cérebro define para atingir determinada meta. Também ajuda a eliminar erros de planejamento.

3. Para outros estudiosos de modelos cognitivos, listar as funções a serem exercidas é a melhor maneira de atingir uma meta. Profissionais que trabalham com projetos ou em posições gerenciais tendem a gostar desse método, que faz pouco sucesso entre os criativos.

4. Nem todo mundo tem o cérebro voltado para o planejamento organizado. Há um grupo de indivíduos mais intuitivos que, de forma prática e sem a necessidade de anotações ou esquemas, consegue realizar com habilidade as metas pessoais (leia mais em Confiança na Instituição).


Qual é o seu estilo? 
 
O ponto de partida é conhecer sua forma de pensar. De acordo com um estudo recente dos cientistas americanos Kachina Allen, Steven Ibara, Amy Seymour, Natalia Cordova, e Matthew Botvinick, o cérebro usa dois modelos básicos de planejamento. O primeiro afirma que uma ação leva a outra. Por exemplo: primeiro faço A, depois faço B para chegar ao C. O segundo diz que duas ações simultâneas são mais eficazes para atingir um objetivo.
Ou seja, faço A e B ao mesmo tempo para chegar ao C. Para Rafael Alcadipani, professor adjunto da Escola de Administração de Empresas da Fundação Getulio Vargas (FGV-Eaesp), de São Paulo, no entanto, existem muitos outros modelos de planejamento mental. "O mais importante é saber qual é seu jeito de chegar ao resultado. Para isso, é preciso experimentar e descobrir qual fórmula funciona melhor para si." Essa é a maneira de detectar os erros e corrigi- los nas próximas execuções. "Também é a forma de identificar os êxitos e repeti-los", diz Jane Souza, consultora da Soma Desenvolvimento Corporativo, de São Paulo.

Conhecer de que maneira você planeja e executa suas ações pode ajudá-lo a cumprir seus objetivos com mais eficiência e aumentar os acertos. O efeito da prática pode ter impacto no seu bolso, já que os bônus são pagos por resultado. Agora, o maior benefício pode ser o fato de não ter de se deparar com aquela sensação, no final do ano, de que outros 12 meses se passaram e você não conquistou o que pretendia.

Confiança na intuição
 
Alan Strozenberg, vice-presidente da agência de publicidade Z+, de 41 anos, e Max Petrucci, presidente da Garage interactive Marketing, de 43 anos, confiam na experiência que acumularam com os anos de trabalho e apostam na intuição para alcançar objetivos. "eu não faço anotações, tampouco elaboro diagramas. entendo qual é o objetivo e vou atrás dele", diz Max, da Garage. alan age da mesma forma: "Vou atrás da minha intuição", diz. a ciência define a intuição como a contribuição pessoal dos indivíduos para a solução dos problemas.

O jornalista e escritor Malcolm Gladwell, autor de Blink – A Decisão num Piscar de Olhos (ed. Rocco), afirma que a intuição é baseada no conjunto de conhecimentos próprios, adquiridos pelas múltiplas experiências de vida.

Profissionais mais experientes tendem a ter mais sucesso utilizando o método da intuição. segundo Max, o planejamento não é totalmente livre. estabelecer pequenas metas, como objetivos intermediários, ajuda principalmente quando a equipe também está envolvida e é importante que se visualize o caminho. o método permite detectar os erros mais facilmente durante a execução e faz com que o monitoramento dos objetivos por todos os integrantes seja mais fácil.

Fonte: Revista Você S/A