terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Caixa tem linha de crédito para empreendedor individual com taxa de 0,64% ao mês

A Caixa Econômica Federal vai destinar este ano R$ 345 milhões em crédito para empreendedores individuais, por meio do microcrédito produtivo orientado (Crescer). A operação oferece taxa de juros de 0,64% ao mês e prazo de até 24 meses para pagar.

O empreendedor que tiver interesse em contratar uma operação pode se dirigir a uma agência ou a um dos postos de atendimento do banco, instalados em comunidades atendidas pelo programa.

De acordo com a Caixa, desde setembro do ano passado – quando teve início o programa – a dezembro de 2011, regiões como o Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, e Heliópolis, em São Paulo, receberam, pelo programa, R$ 5 milhões, em aproximadamente mil contratos. No total, a Caixa concedeu mais de R$ 11 milhões pelo Crescer, desde o início do programa.

Em dezembro de 2011, a Caixa ampliou a atuação para mais três comunidades do Rio de Janeiro: Rocinha, Vidigal e Chácara do Céu, aproveitando o processo de pacificação dos bairros. O primeiro contrato na Rocinha foi firmado no dia 7 de dezembro, no valor de R$ 6 mil, com prazo de pagamento de dez meses.

Segundo a Caixa, a atuação do banco no microcrédito produtivo orientado tem um elemento inovador: a contratação de jovens das próprias comunidades atendidas para atuar como agentes de microcrédito. Em 2011, foram contratados mais de 500 jovens. Para 2012, devem ser selecionados mais 2 mil aprendizes. Com idades entre 18 e 22 anos, os 2,5 mil agentes atuarão na prospecção e orientação dos potenciais tomadores de crédito, com a supervisão direta de empregados da Caixa.

Os recursos do microcrédito produtivo orientado podem ser usados como capital de giro ou para compra de equipamentos e máquinas. O valor máximo do empréstimo é de R$ 15 mil, com prazo de até 24 meses para pagar. A Taxa de Abertura de Crédito (TAC) é de 1% do valor do empréstimo. Atualmente o valor médio concedido aos empreendedores é de R$ 4 mil. (Agência Brasil).

Fonte: UOL

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Maioria dos brasileiros planeja trocar de emprego

A nova pesquisa da consultoria Mercer mostra que os funcionários no Brasil estão satisfeitos com muitos aspectos de seu trabalho e carreira, mas comparando-se com a última edição da mesma pesquisa feita em 2004, estão menos comprometidos com suas empresas.

Realizada entre o quatro trimestre de 2010 e o segundo trimestre de 2011, com aproximadamente 30 mil empregados de 17 países, a Inside Employees Minds™ ouviu também as opiniões de cerca de 1.200 empregados brasileiros.
Por outro lado, em 2004, 72% dos profissionais pretendiam deixar suas corporações. Em 2011 esse número passou para 56%, um número menor, mas ainda considerado elevado.

As organizações no Brasil cresceram economicamente, mas isso parece ser uma faca de dois gumes uma vez que o melhor ambiente econômico levou a uma maior rotatividade de pessoal em busca de salários mais altos. Por isso que, embora os empregados estejam satisfeitos com seus empregos atuais, seus gestores e sua remuneração, ainda assim, grande parte planeja deixar suas organizações.

Dados percentuais:
No Brasil 80% dos entrevistados estão satisfeitos com o emprego;
56% afirmaram a intenção de deixar as empresas nas quais trabalham no momento
Entre os que querem sair da empresa, 45% trabalham de um a quatro anos na organização; 40% têm entre 35 e 54 anos;
Na amostra, quem compõe os níveis administrativos e de alta administração, surpresa, tem ainda mais intenção de sair da empresa. O número sobre para 67%.

A pesquisa também confirma que o relacionamento interpessoal no emprego atualmente encontra-se em um ponto de inflexão crítico. Uma força de trabalho engajada é mais necessária do que nunca, mas, ao mesmo tempo, conseguir manter este comprometimento representa um grande desafio, para estabelecer um equilíbrio nestas relações.
 
Apesar da propensão de deixar a empresa, quando perguntados sobre sua satisfação geral com suas organizações, os profissionais mais jovens registraram graus de satisfação maiores que os demais profissionais, na maioria dos países. 

No Brasil, 82% dos empregados têm orgulho de trabalhar em sua organização entre aqueles que não consideram seriamente deixar sua empresa; e dos que pretendem deixar 73% tem orgulho de sua empresa. Interessante é que, para este mesmo grupo, o percentual aumenta quando a pergunta é se eles recomendariam sua organização para outros profissionais. Ficando em 84% e 79% respectivamente.

Carreira

Nos últimos anos, as organizações no Brasil ampliaram substancialmente suas ofertas de desenvolvimento de carreira aos empregados e essas iniciativas ficam evidentes no aumento da pontuação nas questões relacionadas a este item. Entretanto, com a redução no comprometimento e o aumento na rotatividade, pode haver espaço para outras melhorias porque os empregados dizem se preocupar imensamente com as oportunidades de carreira. 

Fica clara essa preocupação ao se analisar os 10 valores principais para o empregado quando pensa em seu atual trabalho. Entre os três primeiros itens estão: avanço na carreira, remuneração básica e oportunidade de treinamento. Os dez itens em ordem de valor são:

Oportunidades de carreira
Remuneração fixa
Oportunidades de treinamento
Trabalhar para uma organização respeitável
Tipo de trabalho realizado
Bônus e outros incentivos
Plano de saúde privado
Plano de pensão para aposentadoria
Reembolso educacional
Programas de qualidade de vida 

“Os profissionais brasileiros tem uma percepção positiva sobre as chances de crescer em suas organizações. Cerca de 71% acreditam que vão atingir seus objetivos profissionais de longo prazo e 61% afirmam que as promoções são dadas para pessoas talentosas. Nesse sentido, mesmo as corporações correndo o risco de perder seus talentos pelo atual momento de apagão de mão-de-obra, nunca na história do país houve essa visão positiva de plano de carreira; do pacote de remuneração e benefícios; das ferramentas para atualização e a importância da reputação da organização como elemento de maior engajamento e um melhor desempenho profissional”, afirma Marisabel Ribeiro, líder da área de negócios de Capital Humano da Mercer para o Brasil.

“Atualmente, as empresas estão fazendo muito uso da intranet para atender as demandas dos profissionais ao seu projeto de crescimento com uma comunicação mais eficiente. Também estão utilizando cursos on-line e programas de treinamento específicos para determinados talentos e apostando em projetos de expatriação para promover o comprometimento de funcionários com alto potencial", diz.

"No mundo, obviamente, as estratégias apresentarão uma variação de organização para organização, mas é essencial que se tenha primeiramente um entendimento claro da proposta de valor de um empregado e depois analisar que ações podem ou devem ser adotadas para aumentar a permanência de jovens trabalhadores, dos profissionais mais maduros e da força de trabalho da empresa. Daquelas pessoas que farão a diferença para o negócio a curto, médio e longo prazos”.

Serviço:
Para obter mais informações e fazer o download do sumário contendo as conclusões da pesquisa, visite “Generational findings” no endereço eletrônico www.mercer.com/insideemployeesminds.

O site também apresenta um vídeo de documentário curto intitulado “New on the job: A portrait of Millennials at work.”

Fonte: Canal Executivo

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Brasil tem o pior retorno no uso de impostos

Segundo pesquisa com 30 países, Brasil é o que mostra pior retorno para o cidadão no uso de impostos

Brasília – A arrecadação de impostos no Brasil pode ser melhor investida em benefício da população, diz estudo feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). De 30 países observados, o Brasil está na última posição no ranking sobre aproveitamento dos recursos arrecadados, inclusive entre os sul-americanos – Argentina e Uruguai. O primeiro colocado é a Austrália, depois vêm os Estados Unidos, a Coreia do Sul, o Japão e a Irlanda.

O presidente executivo do IBPT, João Eloi Olenike, defendeu a redução da quantidade de impostos cobrados no país e o aperfeiçoamento na utilização dos recursos. Em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional, Olenike disse que o resultado da pesquisa mostra que é necessário agir rapidamente.
“O Brasil, como potência que é hoje, economicamente, vem sendo o sexto maior em termos de PIB [Produto Interno Bruto] e em termos de crescimento econômico. Mas, ao mesmo tempo, não transforma isso em qualidade de vida para a população, o que é bastante lamentável”, disse Olenike.

O estudo analisou o comportamento dos consumidores e a aplicação dos recursos em 30 países. Pela ordem, os piores colocados no ranking são o Brasil, a Itália, a Bélgica, a Hungria e a França. Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores consideraram a carga tributária de cada país, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e elaboraram o que foi chamado de Índice de Retorno de Bem Estar da Sociedade (Irbes).

De acordo com o IBPT, em 2011, o Brasil arrecadou cerca de R$ 1,5 trilhão em pagamentos de tributos. “Esse valor deveria voltar mais significativamente para a população”, defendeu Olenike. Segundo ele, um dos aspectos considerados graves pela pesquisa é que não há retorno em investimentos básicos para a população.

Olenike citou como exemplo serviços relativos à educação, saúde e segurança. De acordo com ele, a classe média se vê obrigada a complementar o que o Poder Público deveria arcar. “O pessoal da classe média é obrigado a pagar uma tributação indireta e complementar, [por exemplo, pagando] o plano de saúde privado”, disse ele, citando também escolas particulares e pedágios nas estradas.

Pela ordem, os piores colocados no ranking são o Brasil, a Itália, a Bélgica, a Hungria e a França
 
Fonte: Exame

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

A criação de um novo Suape

O governo de Pernambuco tenta repetir em Goiana, no carente litoral norte do Estado, o sucesso do polo industrial e logístico construído ao redor do porto de Suape.

Localizado no litoral norte de Pernambuco, o pouco conhecido município de Goiana, de 75 000 habitantes, começa a se preparar para o que deverá ser a transformação mais importante de sua história. Cidade pobre da Zona da Mata pernambucana, na divisa com a Paraíba, Goiana receberá uma nova fábrica da Fiat no Brasil.

Com capacidade para produzir anualmente 250 000 veículos, o complexo deve incluir centro de pesquisa e pista de testes, a segunda da montadora no mundo — a outra fica na Itália.

A fábrica da Fiat, com previsão de consumir investimentos de 4 bilhões de reais e gerar 3 500 empregos diretos, deverá ser apenas o início das mudanças no norte de Pernambuco.

O governo do estado trabalha para transformar a região em uma espécie de novo Suape, o polo industrial erguido no sul do estado a partir da construção de um grande porto marítimo. Suape atraiu mais de uma centena de empresas para Pernambuco.

A companhia de engenharia Promon está em fase final de estudos de viabilidade de uma área em Goiana para abrigar um cais que tenha condições de receber grandes navios.

“A profundidade parece adequada e o canal é bastante protegido, o que dispensa a construção de uma obra cara como um quebra-mar”, diz Paulo Sobreira, diretor comercial da Promon.

Se tudo ocorrer dentro do cronograma previsto, ainda no início de 2012 deverá ser feita a licitação do novo porto. A previsão é que as obras estejam concluídas no início de 2015.

Além da criação do porto, o governo pernambucano anunciou melhorias viárias. Será construída uma via expressa para ligar a Região Norte ao porto de Suape, contornando a área metropolitana de Recife. A atual rodovia BR-101, que une Goiana ao sul de Pernambuco, passando pela capital, está sendo duplicada.
O governo quer repetir em Goiana a receita de sucesso de Suape. Lá, o investimento em infraestrutura foi decisivo para a conclusão do porto, iniciado na década de 70, e para a transformação do entorno em polo industrial. A ideia também é aproveitar as lições dos erros cometidos em Suape para evitar novos problemas.

Para atender ao crescimento populacional que deve ocorrer em Goiana, um bairro com até 10 000 casas deve ser erguido em uma área do governo do estado. Outro terreno foi doado ao programa Minha Casa, Minha Vida, mirando a construção de mais 10 000 residências populares.
Na vizinhança de Suape praticamente não há casas. O resultado é que a maioria dos trabalhadores mora longe e gasta muito tempo na locomoção de casa para o porto. O percurso de Recife a Suape, de 60 quilômetros, leva normalmente 2 horas.

“Esses problemas e a alta demanda fizeram com que os salários em Suape subissem muito nos últimos anos”, diz Jorge Jatobá, sócio da empresa de consultoria Ceplan e ex-secretário da Fazenda de Pernambuco.

Migração para o norte

Foi em busca da estrutura que começa a ser erguida no norte do estado e para fugir dos custos crescentes de Suape que a Fiat e uma dezena de empresas menores decidiram migrar para Goiana e cidades vizinhas.
A montadora italiana já havia escolhido terrenos em Suape e até anunciou a construção de sua segunda fábrica brasileira no polo, no final do ano passado.
Em julho deste ano, depois de conhecer Goiana, os executivos da Fiat mudaram de ideia. “Em Suape, além do trânsito intenso e da competição por mão de obra, não havia um terreno grande o suficiente para abrigar todo o nosso complexo. Teríamos de usar três áreas separadas”, diz o argentino Pablo Disi, vice-presidente financeiro da Fiat para a América Latina.

“Em Goiana, conseguimos uma área para construir a fábrica, o centro de desenvolvimento e a pista de testes juntos.” Para se instalar no norte pernambucano, a Fiat recebeu os mesmos incentivos que teria se fosse para Suape: terreno grátis e isenção de 95% do imposto sobre circulação de mercadorias e serviços por 12 anos. A previsão da Fiat é começar a montar carros em Goiana em 2014.

Em torno da montadora poderão se instalar dezenas de empresas. “Há um compromisso para que 16 fornecedoras acompanhem a Fiat e que outros 24 cheguem até 2015”, diz Eduardo Campos, governador de Pernambuco. “Mas já conversamos com mais de 100 companhias interessadas em construir fábricas na cidade.”

A infraestrutura que começa a ser erguida e a perspectiva de transformação da região num polo industrial já atraíram alguns negócios para o local. Cerca de dez companhias do setor farmacêutico anunciaram investimentos em Goiana nos últimos meses.

O grupo Cornélio Brennand, um dos maiores de Pernambuco, começou a construir duas fábricas na cidade, uma de vidros planos, para atender o setor de construção civil, e outra de vidros automotivos, que deverá fornecer para a Fiat. Só os investimentos do Brennand superam 600 milhões de reais e deverão gerar 500 empregos diretos.

Na vizinha Itapissuma, a Ambev constrói aquela que deverá ser sua segunda maior fábrica no país. A empresa comunicou inicialmente o investimento de 260 milhões de reais na unidade, que deverá começar a operar neste mês.

Mas, antes mesmo da conclusão das obras, decidiu ampliar o aporte para 400 milhões de reais e dobrou o número de empregos gerados de 200 para 400.
A capacidade de produção, de 500 milhões de litros por ano, passou para 850 milhões. Oficialmente, a Ambev não confirma, mas pessoas próximas à direção da empresa dizem que haverá mais um anúncio de ampliação para duplicar a capacidade de produção.

“Pernambuco tinha as condições perfeitas para abrigar a nova fábrica, porque está no centro do Nordeste, que é a região onde o consumo mais cresce no país”, diz Márcio Fróes, vice-presidente de suprimento da Ambev. “E o norte de Pernambuco, com boa infraestrutura, área plana e água em abundância, é ideal.”

A chegada das empresas começou a mudar a vida das cidades do norte pernambucano. A Fiat e a Ambev investem em formação profissional para contar com funcionários da região. A Ambev fez uma parceria com o Senai para treinar todos os empregados pelo menos por dois meses.

A Fiat, em parceria com o governo, terá cursos em uma escola técnica em Goiana e intermediou um acordo entre a Universidade Estadual de Pernambuco e a Universidade de Turim para que 40 alunos se especializem em engenharia automotiva na Itália.

As plantações de cana-de-açúcar, base histórica da atividade econômica da região, começam a dar lugar a fábricas, e já há planos para a construção de hotéis e de um aeroporto.

Goiana e suas vizinhas devem agora ingressar na lista de polos econômicos de Pernambuco, criados com base em investimentos em infraestrutura e na continuidade de projetos, independentemente do partido de plantão no governo. A lista tem à frente Suape, com sua refinaria de petróleo, estaleiros e indústrias.

Recife viu os setores de serviços e de imóveis disparar nos últimos anos. No sertão, Salgueiro começa a se transformar em centro logístico da Região Nordeste. E Petrolina, com a agricultura irrigada, é uma das principais produtoras de frutas e vinho do país.

Como resultado da atração de empresas e investimentos, Pernambuco se livrou de alguns dos piores índices socioeconômicos do país, como a maior taxa de homicídios e o pior desempenho entre alunos do ensino médio. Sua taxa de desemprego caiu de 15% para 6% em seis anos.

A economia do estado cresceu 9,3% no ano passado, bem acima da média nacional, de 7,5%, e mais do que a média dos principais estados vizinhos. Com mais um polo de produção, Pernambuco amplia a chance de se manter na rota do ­desenvolvimento.

Fonte: Exame

Ensino em aula, mas longe da escola

Saem os professores. Entram os especialistas.
O ensino entre pares começa a ganhar adeptos na rede.

Depois de concluir o mestrado em negócios, o americano Miles Fitzgerald, programador em uma startup de Nova York, pretendia continuar aprimorando suas habilidades profissionais. Mas, depois de tantos anos de educação formal, ele não queria voltar a frequentar uma sala de aula.

A solução foi procurar o Skillshare, um site lançado no início de 2011. Diferentemente de um colégio ou de uma universidade, o Skillshare é uma espécie de rede de aprendizado: especialistas em qualquer assunto, de fotografia a sobremesas, se propõem a dar aulas para outros diletantes.

A ideia do serviço é unir de um lado quem tem vontade de passar seu conhecimento adiante, mas não é professor, e, do outro, quem quer aprender, mas não está disposto a frequentar um curso ou uma escola.

Fitz­gerald decidiu dar uma chance à novidade. Uma das primeiras aulas foi um curso sobre criação de aplicações para a web. De lá para cá, ele repetiu a experiência 13 vezes. “As aulas que eles oferecem não podem ser encontradas em nenhum outro lugar”, diz. 

Até pouco tempo atrás, o ensino via internet, ou e-learning, era visto como a principal inovação trazida pela internet no terreno da educação. Apenas no Brasil, segundo dados do Ministério da Educação, um em cada cinco novos alunos de graduação ingressa em um curso a distância.

A estimativa é de que, até 2015, esse mercado movimente mais de 100 bilhões de dólares em todo o mundo, quando o número de alunos de graduação de aulas remotas deverá igualar o de estudantes de cursos tradicionais.

Eliminar a necessidade de aulas presenciais entre professores e alunos de cursos de graduação foi, sem dúvida, um passo importante para a democratização do ensino. Mas há hoje indícios de que outra revolução no que diz respeito à disseminação de conhecimento pela web começa a tomar forma. 
Serviços como Skillshare e TeachStreet estão mostrando que o impacto da internet na educação pode ter formas muito diferentes. A ideia é semelhante à de sites de empréstimo ou aluguel entre pessoas, como o AirBnB, de apartamentos e casas.

Os próprios usuários são responsáveis pela avaliação dos cursos e dos professores. Mesmo que eles não tenham familiaridade com práticas de ensino ou didática, os mais competentes conseguem estabelecer uma boa reputação e, assim, ganham novos alunos.

Um dos cursos mais populares do Skillshare até hoje foi dado por Michael Geer, cofundador do Badoo, uma das redes de relacionamento que mais crescem no mundo. O tema: como recrutar o primeiro milhão de usuários para seu empreendimento de internet.

“Em áreas como tecnologia para a web, os conceitos de ponta não são ensinados nas faculdades”, diz Michael Nicklas, investidor do fundo brasileiro Ideasnet. “A educação de pessoa para pessoa promovida via internet tem o potencial de tornar mais acessível esse conhecimento.”

Nessa nova fase, a internet continua sendo uma ferramenta importante para promover aulas a distância, com transmissão de vídeos. Mas também ganhou novas funções.Uma das principais é organizar grupos de interessados para a realização de cursos presenciais, em geral de curta duração.

Com pouco mais de cinco meses de vida, o Skillshare já foi responsável por organizar 8 500 horas de aulas, com custo médio de 20 dólares por aluno (a empresa fica com 15% de comissão sobre cada matrícula).

Oferecendo cursos como ensino de programação para não programadores ou como ser mais eficiente em sua rotina, a empresa acumula investimentos de 3,6 milhões de dólares dos fundos Union Square Partners e Spark Capital.

Outro pioneiro é o TeachStreet. A sacada do fundador, o americano Dave Schappel, foi oferecer não apenas um ponto de encontro entre professores particulares e interessados, como era comum à época, mas também uma plataforma que permitisse, na prática, que qualquer pessoa se tornasse um educador.

Uma visita rápida ao site mostra o anúncio de aulas de soldagem oferecidas por um usuário chamado Rusty Oliver, especialista em componentes tecnológicos da cidade de Seattle. Oliver não é professor, mas sua experiência com trabalhos com metal o qualifica para as aulas, que custam 150 dólares por mês.

“Dar espaço para esse tipo de pessoa ensinar é algo que atrai gente para cursos pouco comuns nas instituições tradicionais”, diz Schappel. A possibilidade de conseguir uma boa receita mensal é um dos grandes atrativos para quem deseja se tornar um professor.

Por causa da baixa comissão cobrada pelos sites, aqueles que conseguem promover aulas atraentes podem receber até mais do que ganhariam em uma escola ou faculdade convencional. Alguns especialistas que atuam como professores do Skillshare e do TeachStreet chegam a receber 2 000 dólares por mês com as aulas.

Prazer de estudar

A popularização dos cursos livres pela rede, claro, está longe de ser uma ameaça para cursos formais de graduação ou mestrado. O papel desses cursos livres — do qual participam atualmente cerca de 5 milhões de pessoas em todo o Brasil em instituições como Senac e Senai — é democratizar o acesso à informação.

Diplomas oferecidos por instituições tradicionais deverão continuar sendo exigência de empresas que buscam garantia de aptidão de profissionais ou candidatos a vagas. Ainda assim, o futuro da educação casual parece promissor.

“O público adulto dos cursos livres está mais interessado em aprender do que em ter um certificado”, diz Ryon Braga, o presidente da consultoria brasileira em educação Hoper. “Por isso existe um grande potencial de crescimento para esse tipo de serviço online.”

O total de brasileiros que fazem algum tipo de curso livre no país pode dobrar em cinco anos. Em um momento em que os alunos estão cada vez menos interessados nas aulas, e os padrões de ensino estão sendo questionados pelos especialistas, os cursos livres podem funcionar como um resgate do prazer de estudar.

Fonte: Exame

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Líder precisa exercitar a capacidade de audição

Para ter êxito no seu trabalho, líderes devem escrever, falar e ouvir efetivamente. Para Pablo Aversa, especialista em carreiras e sócio-fundador da Alliance Coaching, ouvir efetivamente talvez seja a mais importante dessas três habilidades, considerando que os executivos são demandados a fazê-lo com significativa frequência, mas também é, provavelmente, a aptidão mais difícil de dominar.

De acordo com um recente estudo realizado pela revista Harvard Business Review, as pessoas consideram que as mensagens que enviam são mais importantes que as mensagens recebidas. Geralmente, aqueles que enviam pensam que aquilo que deixam na caixa postal dos outros é mais útil e urgente do que pensam as pessoas que recebem tais dados.

“Ouvir efetivamente é um desafio e tanto, em parte porque as pessoas habitualmente estão mais focadas naquilo que estão faland o do que naquilo que estão ouvindo de volta”, afirma Aversa.

Nem todo mundo possui o mesmo estilo de escuta, mas líderes que utilizam a escuta ativa estão mais propensos a se tornar melhores ouvintes. “A escuta ativa demanda que o receptor de uma mensagem deixe de lado a crença de que ouvir é fácil, que acontece naturalmente, para se dar conta de que ouvir efetivamente requer intensa dedicação. Daí o resultado de a escuta ativa ser uma comunicação mais eficiente e efetiva”, comenta Aversa.

Líderes devem ouvir explicações, raciocínios e defesas sobre iniciativas e estratégias. Eles estão constantemente se comunicando com diferentes profissionais, cujas bagagens vão de contabilidade a finanças, de marketing a TI.
Além disso, as explicações de diferentes equipes sobre qualquer iniciativa pouco ortodoxa frequentemente introduzem um desafio significativo às habilidades de escuta do líder. Assim, o especialista compartilha as técnicas que os líderes podem utilizar para aprimorar essas habilidades:

1. Concentre-se no que os outros estão dizendo. Quando está ouvindo alguém, você normalmente se vê pensando numa tarefa cujo prazo de entrega está se esgotando? Ou mesmo numa questão familiar importante? No meio de uma conversa, você percebe às vezes que não ouviu uma única palavra do que a outra pessoa falou? Pois é, a maior parte dos indivíduos fala numa velocidade entre 175 e 200 palavras por minuto. Entretanto, pesquisas sugerem que nós somos capazes de processar palavras numa velocidade de 600 a 1.000 palavras por minuto. O papel do líder hoje em dia é muito rápido e complexo e, considerando q ue o cérebro não utiliza toda a sua capacidade ao ouvir, a mente do líder talvez devaneie pensando em perguntas e explicações que ainda estão por vir, em vez de ouvir a mensagem presente. Essa energia mental não utilizada pode ser uma barreira para ouvir efetivamente, fazendo com que o líder perca ou interprete mal o que os outros estão falando. É importante, portanto, que o líder se concentre naquilo que os outros estão dizendo, de forma que uma comunicação efetiva possa se estabelecer.

2. Envie a mensagem não-verbal que você está ouvindo. Quando alguém está falando com você, você mantém contato visual com essa pessoa? Você demonstra para quem fala que está ouvindo, balançando afirmativamente a cabeça? Sua linguagem corporal transmite a mensagem que você está ouvindo? Você se inclina para frente e não utiliza suas mãos para brincar com objetos? A maior parte dos peritos em comunicação concorda que as mensagens não-verbais podem ser três vezes mais poderosas que as mensagens verbais. Uma comunicação efetiva fica difícil sempre e quando você envia uma mensagem não-verbal de que não está realmente ouvindo.

3. Evite conclusões prematuras. Ao ouvir, você frequentemente realiza julgamentos imediatos sobre o que o outro está falando? Você assume ou imagina o que o outro vai falar a seguir? Às vezes, você descobre mais tarde que errou na correta interpretação do que o outro estava lhe dizendo? Considerando que o ouvinte pode escutar numa velocidade maior que aquela com a qual a maior parte dos locutores fala, existe uma tendência a concluir rápido dem ais. Essa tendência é, talvez, o maior obstáculo para ouvir efetivamente. É especialmente importante evitar conclusões prematuras, quando se ouve uma pessoa com a qual você não concorda. Quando os ouvintes começam a discordar da mensagem enviada, eles tendem a interpretar mal o restante da informação e a distorcer o significado originalmente pretendido, de forma que ela seja consistente com as suas próprias crenças.

4. Evite ficar defensivo. Você alguma vez levou para o lado pessoal o que outra pessoa falou, quando aquilo que ela dizia não tinha nenhuma conotação pessoal? Você alguma vez ficou zangado em relação ao que outra pessoa disse? Ouvir cuidadosamente não significa que você sempre vai concordar com o ponto de vista do outro, mas significa, sim, que você vai tentar ouvir o que a outra pessoa est á dizendo sem ficar exageradamente na defensiva. Tempo demais gasto explicando, elaborando e defendendo sua decisão ou posição é um sinal seguro de que você não está ouvindo. Isso ocorre porque seu papel mudou, de um posicionamento no qual você ouve para outro no qual você convence os demais de que estão errados. Depois de ouvir uma posição ou uma sugestão com que você não concorda, simplesmente responda com algo do tipo: “Entendo o seu ponto. Apenas discordamos nessa questão.” Ouvintes efetivos podem ouvir calmamente outra pessoa, mesmo quando ela está discorrendo críticas injustas.

5. Parafraseie. Parafrasear é a arte de colocar em suas próprias palavras aquilo que você considera que ouviu e dizê-lo de volta ao locutor. Por exemplo, um subordinado pode dizer: “Você foi injusto ao me dar uma nota tão baixa na minha avaliação de desempenho. Você me avaliou abaixo do João. Eu posso fazer o trabalho melhor do que ele e, além disso, estou há mais tempo aqui.” Parafraseando uma resposta seria: “Vejo que você está transtornado em relação à sua avaliação. Você acha que foi injusto eu ter avaliado você desse jeito.” Parafrasear é uma excelente técnica para melhorar suas habilidades de ouvir e resolver problemas. Primeiro, porque você tem de ouvir com muito cuidado, caso deseje parafrasear exatamente o que ouviu. Segundo, porque uma resposta parafraseada vai deixar claro para o locutor que a mensagem dele foi corretamente recebida e encorajá-lo a expandir aquilo que está tentando comunicar.

6. Ouça (e observe) sentimentos. Ao ouvir, você se concentra a penas nas palavras que estão sendo ditas ou também se concentra na forma como elas estão sendo ditas? O modo como o locutor se posiciona, o tom de sua voz e a inflexão que utiliza, bem como o que está fazendo com as mãos, tudo isso faz parte da mensagem que está sendo enviada. Uma pessoa que altera sua voz está provavelmente zangada ou frustrada. Alguém olhando para baixo enquanto fala está provavelmente sem graça ou envergonhado. Interrupções podem sugerir medo ou falta de confiança. Quem faz contato visual e se inclina à frente está, em princípio, exibindo confiança. Discussões podem refletir preocupação. Silêncio inadequado pode ser sinal de agressão e ser entendido como punição.

7. Faça perguntas. Quando está ouvindo uma mensagem, você geralmente faz pe rguntas? Você tenta esclarecer o que alguém lhe disse? Ouvintes efetivos se asseguram de que escutaram corretamente a mensagem que está sendo enviada. Faça perguntas para esclarecer pontos ou para obter informação adicional. Questões abertas são as melhores. Elas demandam que o locutor passe mais dados. Formule suas perguntas de modo que fique claro que você ainda não chegou a nenhuma conclusão. Isso vai assegurar quem envia a mensagem de que você só está interessado em obter mais e melhores dados. E, quanto mais informações você, como ouvinte, tiver, melhor poderá responder à comunicação do locutor.
 
Fonte: Canal Executivo

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Brasil cai uma posição e é o 47º no índice de globalização da Ernst & Young

O mais recente relatório da Ernst & Young sobre o avanço da globalização conclui que, apesar de o fenômeno estar aumentando nas 60 principais economias do mundo, no Brasil houve um ligeiro retrocesso. O país caiu uma posição e passou a ocupar a 47ª do ranking, apesar de ser o segundo colocado entre os BRICs, atrás apenas da China (39º). O Brasil está à frente de Argentina (50º), Índia (55º), Rússia (56º) e Venezuela (58º), mas atrás de países como Nigéria (46º), México (36º) e Chile (25º).

Apesar de o país estar abaixo da média em quase todas as categorias do estudo, em 2011, o país ganhou 0,02 ponto na pontuação total em relação ao ano anterior, chegando a 3,24. Foi registrada uma grande queda na categoria de capital, resultado, em parte, da saída de Investimento Estrangeiro Direto (IED), que caiu de 0,6% do PIB para -0,6%. As entradas e saídas de IED aumentaram nos últimos anos, impulsionado pela entrada de investimentos da China. Deve-se notar que os dados de saídas de IED em 2011 foram distorcidos pela repatriação excepcional de empréstimos por empresas brasileiras relacionadas a investimentos feitos em anos anteriores, tornando negativos os dados líquidos de saída desses investimentos.

Resultados Brasil 2011

Classificação geral: 47
Pontuação geral: 3,24
Comércio: 3,48
Capital: 4,64
Trabalho: 2,56
Tecnologia: 2,18
Cultura: 3,27

Em três categorias (Comércio, Trabalho e Cultura), a pontuação permaneceu idêntica. A categoria de Tecnologia ganhou espaço em função das assinaturas de banda larga, que aumentaram de 7,4 (em cada 100 pessoas) para 8,8, e do aumento no número de assinantes de internet, de 32,3 (em cada 100 pessoas) para 36,1.

O país ainda aparece acima da média nos indicadores facilidade de negociação transnacional, restrições de conta corrente, política governamental para o investimento estrangeiro, e abertura da cultura nacional à influência estrangeira. 

Desde 1995, o Brasil caiu três posições na classificação geral. Embora ainda esteja abaixo da média do índice, a entrada de IED subiu rapidamente, passando de 0,6% do PIB em 1995, quando a média do índice era de 2,4%, para 2,3% em 2011, quando a média do índice ficou em 2,7%.

Assinantes de internet e penetração da banda larga também aumentaram rapidamente em relação à média, mas de um ponto de partida baixo. Mesmo assim, ainda ficaram abaixo da média do índice em 2011. Desde 1995, o índice de restrições de conta corrente subiu de 3 para 5 (sendo 5 = muito baixa), e esquemas de proteção do investimento de 2 para 3,6 (sendo 5 = muito bom).
O terceiro relatório anual de globalização da Ernst & Young recorre a duas fontes de pesquisa original, o Índice de Globalização da Ernst & Young, que estuda as 60 maiores economias de acordo com seu grau de globalização em relação ao seu PIB; e uma pesquisa de opinião com 1.000 executivos em todo o mundo, realizada no final de 2011. Além da previsão de crescimento do PIB global e regional ao longo dos próximos quatro anos.

Globalização em alta

A conclusão do relatório da Ernst & Young é a de que, apesar das hesitantes perspectivas para a economia mundial, a globalização continua crescendo entre as principais economias que, até agora, tem evitado o protecionismo. No entanto, 90% dos executivos consultados esperam ver um aumento nas medidas protecionistas se a economia global entrar em nova recessão após uma ligeira recuperação.

Embora a Ernst & Young preveja crescimento do PIB global de apenas 3,4% em 2012, o relatório mantém a perspectiva de que a globalização continuará avançando até 2015. Isso fica ainda mais evidente nos mercados médio-emergentes, como Vietnã, Malásia, México e Colômbia, e pequenos países europeus como Bélgica, Dinamarca, Eslováquia e Áustria. 

Reino Unido e EUA são os únicos mercados analisados em que o índice prevê uma globalização ligeiramente em declínio nos próximos três anos devido à introdução de regras de imigração que terão impacto sobre a contratação de estrangeiros. Nas duas últimas décadas, o único período em que esta tendência ficou globalmente estagnada foi em 2009, no auge da crise financeira. No entanto, entre os executivos entrevistados, mais da metade acredita que um ambiente de deterioração econômica causará aumento dramático no protecionismo.

"Embora a globalização continue em ritmo acelerado, independentemente de um crescimento mais fraco em todo o mundo, o espectro do protecionismo continua sendo uma ameaça. Empresas e governos têm de continuar defendendo a globalização como uma força positiva para o bem econômico e social e evitar qualquer escorregada para o protecionismo”, afirma James S. Turley, chairman e CEO da Ernst & Young.

De onde vem o crescimento econômico?

O desempenho dos mercados emergentes, liderados pelos BRICs, continua compensando o lento crescimento no mundo desenvolvido. A Ernst & Young prevê que o PIB combinado desses mercados deverá crescer 5,3% em 2012, ainda superando as economias ricas e aumentando sua participação no PIB mundial. O PIB dos mercados emergentes (medido com base na paridade do poder de compra) pode superar o das economias desenvolvidas já em 2014, com cerca de 70% do crescimento mundial total nos próximos anos vindo dessas economias, dos quais mais da metade virá de China e Índia.

O relatório da Ernst & Young prevê crescimento tímido na Europa em 2012 mesmo se a crise da dívida soberana for resolvida. Nos EUA, onde se espera crescimento modesto, a perspectiva é menos positiva. 

Os executivos pesquisados estavam compreensivelmente nervosos sobre o panorama atual de negócios, com destaque para problemas iminentes – desaceleração do crescimento, concorrência crescente, complexidade operacional significativa e escassez de talentos em mercados-chave – que estão diminuindo as perspectivas de negócios. Eles se mostraram mais pessimistas do que os analistas econômicos. 

Embora estejam otimistas com o potencial de médio prazo para os mercados emergentes, um pouco mais da metade dos executivos ouvidos acredita que, provavelmente, a economia global entrará em recessão até o final de 2012. Quase dois terços consideram provável uma nova crise financeira global, desencadeada por calotes de dívidas da zona do euro. Quase 90% dos entrevistados esperam um aumento nas medidas protecionistas se a economia global cair em nova recessão após uma leve recuperação.

Assim como a perspectiva de aumento do protecionismo, a crise da dívida soberana na zona do euro e a desaceleração econômica global têm levantado a possibilidade de uma nova crise de crédito diante de um cenário de declínio da confiança nos mercados interbancários.

"Este cenário assustador apresenta muitos problemas para empresas globais, nem todas com flexibilidade, capacidade de resposta ou habilidades necessárias para superá-los. Nosso relatório aponta quatro desafios fundamentais pelos quais as empresas devem passar nos próximos anos. Eles são complexos e é pouco provável que sejam resolvidos rapidamente, mas acreditamos que as empresas podem enfrentá-los com novas respostas que dependem de velocidade, flexibilidade e pensamento não convencional”, afirma John Ferraro, diretor de Operações da Ernst & Young.

Os desafios são:

1) Sucesso em mercados de rápido crescimento é mais difícil do que antes

O êxito em mercados de rápido crescimento está se tornando mais difícil porque os custos estão aumentando, a concorrência está se tornando mais intensa e o crescimento, embora ainda rápido quando comparado com os mercados desenvolvidos, está ficando mais fraco. As empresas terão de lançar sua bagagem organizacional, elaborar estratégias inovadoras que assegurem um retorno rápido e ter uma visão mais ampla das partes interessadas no investimento.

2) Uma medida não serve a todos os mercados

Como as empresas diversificam a atuação para mercados com perspectivas e ambientes de negócio muito diferentes, elas enfrentam o aumento da complexidade operacional. As companhias terão de integrar as redes de acordo com os mercados agrupados logicamente, repensar a terceirização, bem como investigar os benefícios da terceirização para perto. 

3) A política tem se tornado mais importante e menos previsível

Um ambiente político dinâmico e incerto – especialmente com protecionismo crescente – está causando preocupação considerável. As empresas devem se envolver com os responsáveis políticos para a tomada de decisões corretas, combinar o conhecimento local com coordenação global e construir relacionamentos mais fortes com as administrações fiscais.

4) As pessoas boas são difíceis de encontrar

Em todos os lugares, está cada vez mais difícil combinar candidatos com posições disponíveis. Para ajudar a lidar com o problema, as empresas devem colocar os melhores talentos em mercados mais promissores, promover gerentes de acordo com o ritmo do mercado e rever o modelo de expatriados.

Fonte: Canal Executivo

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

E-commerce traz novos desafios para as empresas

Acostumados a acessar o que desejam com um simples clique, os consumidores da era digital estão cada vez menos dispostos a esperar. Para o comércio eletrônico, esse comportamento, aliado ao crescimento de cerca de 40% das vendas virtuais a cada ano, tem representado um desafio e tanto para os sistemas de logística das empresas.

O sucesso nessa empreitada começa com uma primeira lição que deve ser entendida: as estratégias para atender o varejo tradicional e o virtual não são idênticas. “O grande deslize das empresas que possuem operações físicas é simplesmente replicar o modelo convencional”, alerta Daniel Mayo, diretor-geral da Linx Logística, divisão de negócios da Linx especializada no e-commerce.
  
Outro erro de cálculo, apontado pelos especialistas, é considerar que é possível começar aos poucos e aumentar a estrutura de repente. No mundo virtual, os pedidos podem começar com dez produtos por mês e passar a 1 mil, quase que instantaneamente, o que exige um planejamento apurado.

Não restam dúvidas de que as singularidades do e-commerce tornam a gestão dos centros de distribuição e das entregas uma tarefa complexa. Quando um pedido é processado no varejo convencional, os fabricantes separam caixas de produtos para serem entregues em um número determinado de lojas, com o qual os operadores logísticos estão acostumados a trabalhar.

Já as compras feitas pela internet são pulverizadas. Clientes de todos os estados e de diversas cidades brasileiras compram produtos. As lojas, nos seus centros de distribuição, próprios ou terceirizados, precisam separar não mais caixas da mesma mercadoria, mas, sim, uma ou duas unidades. E estas, por sua vez, são entregues em endereços variados.

Isso impacta a organização das entregas e também a margem de erro. Se uma loja solicitou 50 televisores e dois deles foram trocados, é algo ruim. Mas, se um consumidor adquiriu pelo site uma TV e o pedido for entregue de forma equivocada, o índice de erro é de 100%. “Cometer um engano com uma loja é algo contornável, mas com o cliente virtual, isso pode ser fatal”, comenta Mayo.

Isso também acontece porque o nível de tolerância dos e-consumidores é muito mais baixo. Em função da velocidade com que tudo acontece na internet, as pessoas exigem respostas instantâneas. Assim, ao colocar o produto escolhido no carrinho virtual e fechar a compra, já ficam na expectativa de receber o e-mail de confirmação da compra. Isso sem falar na entrega, que deve ser feita dentro do prazo. “O grau de envolvimento das pessoas é bem diferente do que acontece no varejo tradicional. Os usuários acompanham tudo pelo site e toleram menos”, acrescenta Mayo.

Essa percepção é compartilhada por Alex do Nascimento, gerente corporativo de comércio eletrônico da líder no Brasil, nas entregas feitas para o e-commerce,  Empresa Brasileira de Correios (ECT). “A expectativa dos usuários é enorme e o desafio não é apenas o de entregar os produtos no prazo, mas também o de garantir que eles possam acompanhar todo processo, desde a compra, distribuição e entrega”.  As companhias que ainda não se deram conta desse novo cenário devem correr, aconselha o professor e coordenador do curso de Logística da Unisinos, Rafael Bassani. “O mercado de internet tem que atender essa realidade, na qual as compras são cada vez mais individuais, rápidas e seletivas”, diz.

 

Netshoes aprimora modelo para garantir a rapidez das entregas

Como a loja virtual é uma operação que nunca fecha, a Netshoes - operação web focada na oferta de artigos de esporte e lazer com mais de 25 mil produtos em sua vitrine - decidiu ter sempre um atendente, no chat ou no telefone, disponível para os seus clientes. A central de relacionamento que funciona 24 horas é uma das estratégias que a empresa adotou para estabelecer uma relação de confiança com os e-consumidores. O diretor de marketing da Netshoes, Roni Cunha Bueno, revela que a empresa implantou diversos processos para garantir que os produtos adquiridos sejam entregues no prazo informado aos consumidores.

JC Logística - Como a Netshoes se preparou para atender a explosão do e-commerce no Brasil?

Roni Cunha Bueno - Trabalhamos com foco em três pilares estratégicos, que orientam a atuação da empresa durante o ano todo: planejamento, foco no cliente e relacionamento com fornecedores. Contratamos mais de 300 pessoas para o trabalho, principalmente no nosso centro de distribuição (CD), localizado em Barueri (SP). Todas essas pessoas estão aptas a atender o aumento das compras no final de ano e também demandas futuras da empresa. Em relação à logística, a Netshoes realiza estudos e analisa previsões desse mercado e do seu histórico para dimensionar as vendas e eliminar possíveis gargalos. Procuramos aprimorar sempre os nossos processos logísticos para otimizar o tempo de entrega. Um exemplo foi o fato de que fomos a primeira empresa a inserir um posto dos Correios no nosso centro de distribuição. Com essa medida, diminuímos drasticamente o tempo de entrega das mercadorias.

JC Logística - Quais são os principais entraves de logística do País e como eles impactam o e-commerce nacional? 

Bueno - Para o e-commerce, os grandes problemas no Brasil são as estradas e os roubos de carga. Mesmo que a empresa tenha seus processos logísticos bem estabelecidos, essas questões podem ser grandes entraves para quem tem um compromisso firmado com seu cliente.

JC Logística - Como está organizada a estrutura de entregas da Netshoes?

Bueno - A estrutura logística do Grupo Netshoes é extremamente flexível, e a agilidade no processamento do pedido é um diferencial. Depois da compra efetuada e do pagamento confirmado, o nosso centro de distribuição embala o produto em até duas horas. Essa velocidade entre a compra e o empacotamento é extremamente importante, pois resulta em ganho de tempo para as diversas transportadoras e os Correios, que são os prestadores de serviços que utilizamos para realizar as entregas.

JC Logística - Como é feita a escolha dos operadores logísticos?

Bueno - Olhamos atentamente as transportadoras, pois elas são parte integrante da operação. Com os Correios, por exemplo, são realizadas diversas coletas diárias, e o horário de funcionamento do posto avançado é o mesmo do nosso CD. Outro ponto é o cuidado com os horários de corte. Não deixamos os produtos “dormirem” em nosso CD se existe a possibilidade de serem despachados no mesmo dia. Nossa central de relacionamento é toda composta por funcionários próprios, o que garante um maior nível de comprometimento com os consumidores. Temos atendimento por telefone, e-mail e chat durante 24 horas dos sete dias da semana e, via redes sociais em horário comercial. A Netshoes faz sua lição de casa na questão logística, inclusive para contornar fatores externos.

Fonte: Jornal do Comércio