sexta-feira, 30 de março de 2012

DF e SP são destaques em índice de criatividade lançado pela FecomercioSP

O Distrito Federal é a unidade do país que reúne mais condições de atrair e manter talentos criativos. Entre as cidades, São Paulo é a que lidera. Os dados são do Índice de Criatividade das Cidades, produzido pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) e apresentado nesta quinta-feira (29). 

O indicador, que é inédito, fornece informações relevantes para a adoção de medidas públicas, focadas na criatividade, capazes de gerar avanços efetivos no nível de competitividade e na economia desses municípios.

Para chegar ao índice, foram considerados fatores econômicos, sociais e de potencial criativo das 50 maiores cidades do País ao longo de 2011, coletando dados e cruzando informações com números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

O presidente do Conselho de Criatividade e Inovação da FecomercioSP, Adolfo Melito, explica que o potencial econômico das cidades analisadas foi o ponto de partida para a obtenção do índice, mas, que as questões sociais e o nível de criatividade são complementares. "O poder econômico entra, principalmente, no investimento em educação. Tendo educação de qualidade, se consegue atrair talentos e, com isso, se atrai empresas para se instalar nessa cidade. Automaticamente, tudo isso passa a se desenvolver melhor", destaca. 

O indicador evidencia que as cidades com melhores condições socioeconômicas têm maior potencial para atrair e reter - o que, talvez, seja ainda mais importante - talentos criativos. O que representa uma oportunidade real para impulsionar o desenvolvimento local com a expansão da economia criativa. Um diferencial que poderia ser melhor explorado por Curitiba, por exemplo, que a despeito de seus bons indicadores socioeconômicos, não desenvolve um bom trabalho nos setores criativos.

Por outro lado, algumas cidades com grande potencial criativo não estão aproveitando plenamente suas características para alavancar o desenvolvimento econômico ou gerar melhorias em qualidade de vida e benefícios para sociedade, como é o caso de Campinas.

A Assessoria Técnica da FecomercioSP destaca que trabalhar a economia criativa é fundamental para o desenvolvimento das cidades, e do País como um todo, já que essas atividades possibilitam um crescimento sustentado ao longo do tempo e tem grande potencial para contornar períodos de crise.

A cidade de São Paulo, que ficou em primeiro lugar entre as cidades, alcançou somente o 6° lugar no geral econômico. Resultado que foi impactado pela elevada densidade demográfica do município, que tem mais de 11 milhões de pessoas. A baixa taxa de desocupação, a alta quantidade de estabelecimentos públicos de saúde e o saneamento básico da cidade, entretanto, asseguraram a São Paulo o primeiro lugar no geral social. 

Campinas, a 4° melhor cidade no índice geral, por outro lado, alcançou a 1° posição no geral criativo por sua política de educação e pela quantidade de empregos em setores criativos. Contudo, a cidade não oferece uma boa rede de estabelecimentos públicos de saúde, o que lhe rendeu somente o 16° lugar no geral social.

O Índice de Criatividade das Cidades e seus subíndices oferecem uma análise detalhada dos pontos fortes e fracos das 50 maiores cidades do País, bem como uma visão mais ampla de cada estado. Uma ferramenta para os governos municipais, estaduais e, por que não, federal, balizarem sua gestão, focando pontos específicos que, certamente, afetarão positivamente o todo.

Fonte: Canal Executivo

quinta-feira, 29 de março de 2012

10 lições para dar vida longa ao negócio familiar


Os segredos que levam as empresas familiares adiante

Apenas uma em cada três empresas familiares ultrapassa a terceira geração de seus fundadores. E, destas, apenas 30% chegam à quarta geração. Qual é o segredo? Talvez o mais importante deles seja a preocupação em passar às novas gerações a paixão pelas raízes e pelo próprio negócio. Como quem planta sementes, quem está no comando preocupa-se em formar sucessores cedo, quando eles ainda são meras crianças. Mas essa não é a única lição. Eis mais algumas:

1 - Controle de caixa - Pesquisas internacionais revelam que apenas 5% dos negócios familiares continuam a gerar dividendos atrativos para os seus acionistas depois da terceira geração. A ordem é controlar o caixa com pulso firme

2 - Seleção criteriosa - Jamais empregue alguém que não possa ser demitido. Os descendentes do fundador precisam acumular experiência no mercado e aprender a olhar a empresa da família não como uma herança, mas como um negócio

3 - Crescimento limitado - Por mais eficiente que seja a empresa, dificilmente ela crescerá mais do que a família. Por isso, muito cuidado para não comprometer o negócio por transformá-lo em um cabide de empregos

4 - Conflitos à parte - Estudo feito por uma consultoria internacional especializada em gestão de empresas revela que 65% dos casos de mortalidade decorrem de conflitos entre parentes. Por isso, é importante deixar os rancores do lado de fora dos portões da companhia

5 - História passada a limpo - Procurar manter o vínculo dos descendentes com o negócio deve ser um exercício diário. Uma das formas de fazê-lo é estimular a participação dos herdeiros desde cedo na rotina da empresa

6 - Valorização da essência - É indispensável passar às próximas gerações os princípios e os valores que nortearam a criação do negócio

7 - Planejamento a longo prazo - Empresas só atravessam décadas de vida porque seus gestores estão sempre atentos aos rumos do mercado, aos movimentos da concorrência e às inovações tecnológicas

8 - Aprender com os erros - A maioria da empresas familiares já passou por pelo menos um problema sério ao longo de sua história. Porém, é importante aprender com a história do negócio e tentar não repetir os erros do passado

9 - Olho no futuro - A tradição é um grande diferencial, mas empresas devem ter os olhos voltados para o futuro, para não perder seu lugar no mercado

10 - Sangue novo - É importante que cada geração que assuma o comando dê fôlego ao negócio e ao modelo de gestão, de modo que a empresa seja renovada e esteja preparada para enfrentar novos desafios

Fonte: Revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios 

Pequenas gigantes

Empresas escolhem não crescer muito e se tornam cobiçadas. O que você pode aprender com elas

Terminava o ano de 1926. Na esquina das ruas Augusta e Oscar Freire, então sementes do que se tornaria mais tarde o bairro dos Jardins, em São Paulo, o português Daniel Lopes abria um pequeno armazém, bem diferente daqueles que seus conterrâneos haviam instalado em vários outros pontos da cidade. A ideia era trabalhar com conceito de variedade e qualidade, oferecendo os melhores alimentos produzidos no Brasil e no mundo. 

Embora pequeno, o comércio, batizado de Casa Santa Luzia, se diferenciava pelos produtos importados e pelo atendimento personalizado. "Somos uma casa só e é por isso que temos condições de oferecer um serviço através do qual cada cliente deve se sentir como se fosse o único", costumava dizer naquela época o velho Lopes. A lição, passada na década de 50 ao filho Álvaro Lopes, ao genro João Nunes Pereira e ao sobrinho Jorge Lopes, todos ainda hoje à frente do negócio, atravessou oito décadas. Sobreviveu à mudança de endereço para a sede própria na alameda Lorena, no mesmo bairro, aos vários planos econômicos e à tentação de expandir seus domínios.

Com uma oferta de 17.000 itens, a Casa Santa Luzia é um clássico exemplo do que os estudiosos chamam de pequenas gigantes, empresas que se mantêm pequenas por filosofia, mas trabalham e oferecem produtos e serviços com a qualidade de gente grande. Brilham e são cobiçadas justamente porque fogem do lugar-comum. "Mais do que pensar em lucros e no crescimento desenfreado, elas concentram os seus esforços na ambição de se tornar as melhores naquilo que fazem", afirma o americano Bo Burlingham, autor do livro Pequenos Gigantes, lançado em português pela Editora Globo. 

Conhecer as peculiaridades da empresa e do público-alvo, marcar presença o tempo todo e não abrir mão da cria são apenas algumas das características dos empreendedores que buscam sempre o melhor e não acham graça em crescer por crescer. Veja a seguir como se comportam os empreendedores por trás de uma empresa vista como uma pequena gigante e saiba se a sua empresa tem o perfil para ser uma delas.

Perfil do dono
 
- Prefere não se concentrar nos lucros ou na expansão geográfica, pois considera que isso é consequência de um trabalho bem-feito 

- É a alma do negócio, a quem empresta a sua própria personalidade 

- Sente uma paixão acima da média pela empresa e pelas pessoas que nela trabalham 

- Dá grande valor ao relacionamento mantido com os clientes e, por isso, gosta de fazê-lo pessoalmente. Muitos chamam os fregueses pelo nome e sabem de suas preferências 

- Apresenta total controle do negócio (muitos são centralizadores) e constrói empreendimentos nos quais realmente gosta de trabalhar

Perfil das pequenas gigantes
 
- São empresas admiradas e despertam nas pessoas a vontade de se associar a elas 

- Muitas têm sua excelência reconhecida por instituições independentes de seus setores de atividade ou ligadas a eles 

- Recebem inúmeras opções de compra e ignoram o clássico conceito de que as empresas precisam crescer para ganhar respeito e não morrer 

- Reconhecem a propaganda boca-a-boca como o seu instrumento de marketing mais eficaz

Fonte: Revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios

quarta-feira, 28 de março de 2012

Brics avaliam criar banco conjunto e aproximar bolsas de valores

Autoridades dizem que as iniciativas vão demorar, já que ainda precisam dos detalhes no bloco de emergentes, composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
A intenção é criar um banco de desenvolvimento nos moldes do Banco Mundial.

O grupo Brics (que reúne as potências emergentes Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) deve lançar nesta semana a proposta de um banco conjunto de desenvolvimento, e medidas para aproximar suas bolsas de valores.

Autoridades dizem que as iniciativas vão demorar, já que ainda precisam ser definidos os detalhes. Mas elas marcam um novo grau de ambição para o bloco que reúne cerca de metade da população mundial. O Oriente Médio e a segurança energética também serão discutidos, disseram autoridades.

A sigla Bric foi cunhada em 2001 pelo economista Jim O'Neill, do Goldman Sachs, para descrever a guinada econômica global na direção dos grandes mercados emergentes. A África do Sul aderiu ao grupo em 2010, transformando-o em Brics.

Os países realizaram sua primeira cúpula em 2009, e têm sido criticados como nada além de uma mera sigla, já que têm dificuldades para encontrar uma causa comum dos quatro continentes, com economias, sistemas de governo e prioridades radicalmente diferentes.

O anúncio mais relevante da cúpula desta semana na Índia deve ser a intenção de criar um banco de desenvolvimento nos moldes do Banco Mundial.
A iniciativa permitiria que os países reunissem recursos para obras de infraestrutura e também poderia ser usada, em longo prazo, como instrumento de crédito durante crises financeiras globais como a que assola atualmente a Europa, segundo autoridades.

O ministro brasileiro de Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, disse na semana passada a jornalistas em Brasília que os países devem assinar na cúpula um acordo para estudar a criação do banco.

Índice de derivativos

Na sexta-feira, deve ser lançado um índice de referência para derivativos, a ser usado pelas bolsas dos cinco países, conforme anúncio feito neste mês pelas bolsas envolvidas. Os derivativos seriam listados em todas as bolsas, de forma que pudessem ser adquiridos nas moedas locais.

Os líderes também devem assinar acordos permitindo que seus bancos nacionais de desenvolvimento estendam crédito a outros membros em moeda local, um passo rumo à substituição do dólar como principal unidade de transações entre os emergentes.

Uma fonte de alto escalão do governo indiano disse que o Oriente Médio e a segurança energética estarão em destaque na agenda, incluindo o Irã. O embaixador russo em Nova Délhi disse nesta semana que uma discussão sobre a Síria estaria entre as principais prioridades.
Enquanto a sessão plenária da cúpula, na quinta-feira, deve se concentrar em pontos de afinidade, os encontros bilaterais paralelos podem tocar em questões mais delicadas.

A política cambial chinesa, por exemplo, tem gerado protestos de vários países, inclusive de industriais brasileiros, que acusam Pequim de manter o iuan artificialmente desvalorizado. A maioria dos países do bloco também enfrenta uma desaceleração nas suas economias.

"Por diferentes razões, cada um (dos países) tem alguma questão política séria a tratar aqui, que determinará se eles continuam no caminho com o qual todos nos animamos tanto", disse O'Neill.

Apesar dos problemas, a perspectiva de crescimento ainda é melhor do que na maior parte do mundo desenvolvido, o que significa que a influência dos Brics deve continuar crescendo. O'Neill prevê que o PIB total do bloco superará o dos EUA dentro de três anos, e que a economia chinesa, sozinha, vai se tornar a maior do mundo até 2027.

Fonte: Exame

terça-feira, 27 de março de 2012

Idade e carreira: veja o que dizem especialistas sobre o assunto

Independentemente da idade, o profissional precisa perceber que é necessária a busca constante de conhecimento.

Existe idade para assumir um cargo de liderança? Com que idade a pessoa é considerada velha para o mercado? Questões envolvendo idade e carreira estão entre as que mais geram dúvidas nos profissionais.
Assim, para tentar sanar ou ao menos clarear algumas dessas dúvidas, o portal InfoMoney foi ouvir o diretor executivo da Ricardo Xavier Recursos Humanos, Marshal Raffa, e a headhunter da De Bernt Entschev Human Capital, Ariadne Tomczak.

Jovens na liderança
Quando assunto envolve idade e liderança, um dos principais questionamentos é sobre os jovens que chegam muito cedo ao poder. Ambos os especialistas, acreditam que a pouca idade pode ser um complicador neste sentido, visto que, para muitos dos jovens em posições de liderança nas empresas, faltam maturidade e experiência.

“Não podemos deixar de reconhecer que estes jovens alcançam o espaço por competência. Contudo, a falta de maturidade e o fato de pularem etapas do desenvolvimento profissional podem impactar de forma negativa na tomada de decisões”, diz Raffa.

Ariadne concorda e completa: “a vida não tem atalho (…) Liderança é reflexo de um processo de aprendizagem. O líder tem que inspirar, ensinar... E, muitas vezes, a falta de experiência pode atrapalhar (…) É lógico que há bons líderes jovens. De toda forma, estes profissionais devem estar preparados para enfrentar as dificuldades, preconceito e resistência”.

Prazo de validade
Outra questão que costuma ser tema de discussões acaloradas diz respeito a quando as pessoas são consideradas velhas para o mercado de trabalho.

Na opinião da headhunter da De Bernt Human Capital, a resposta para esta pergunta passa pela área do profissional. Ou seja, depende do mercado de atuação.

Já diretor executivo da Ricardo Xavier Recursos Humanos, não acha que exista uma idade de rejeição. “Se fosse há dez anos, eu diria que a partir dos 40 anos as pessoas já encontrariam dificuldades no mercado de trabalho. Hoje, contudo, isto não é mais uma realidade (…) Especialmente, após a crise de 2008, quando as empresas foram atrás dos profissionais mais experientes”.

Idade e ascensão profissional
Muitas pessoas relatam ter mais dificuldades para ascender profissionalmente, quando já não são mais consideradas jovens. Sobre o assunto, Ariadne reconhece que há mais dificuldade para estes profissionais alcançarem novas posições, porém, diz ela, depende do cenário e do momento da empresa.

Raffa, por outro lado, é categórico: “profissionais que não galgaram uma posição até uns 40 anos, por exemplo, vão sim encontrar dificuldades”.

Nunca é tarde para recomeçar
Sobre a questão da troca de área ou profissão depois de uma certa idade, os especialistas acreditam que nunca é tarde para recomeçar.

Contudo, explicam os especialistas, se a pessoa decide trocar de carreira deve estar preparada para “descer alguns degraus”. Em outras palavras, ela deve entender que não ficará no mesmo patamar e que terá de investir na carreira.

Além da idade
De modo geral, avalia Ariadne, independentemente da idade, o profissional precisa perceber que é necessária a busca constante de conhecimento para evoluir na carreira, sendo que os profissionais mais velhos devem sempre buscar destacar a experiência, enquanto que os mais novos, a vontade de crescer profissionalmente.

Raffa concorda e acrescenta: “na maior parte das vezes, quem tem o maior preconceito é o próprio profissional e não o mercado, sendo que a pessoa usa a questão para mascarar outros problemas. Assim, o profissional deve procurar fazer uma autoanálise para identificar suas deficiências e procurar saná-las”.

Fonte: InfoMoney

segunda-feira, 26 de março de 2012

Comércio mundial move-se cada vez mais para o Leste

O comércio global, há tempos dominado pelas economias avançadas, está sofrendo uma mudança permanente em direção ao Leste. Essa é a conclusão do estudo Trading places: The emergenceof new patternsof international trade, elaborado pela Ernst &Young em parceria com a Oxford Economics. Os países do eixo Ásia-Pacífico vivenciarão o crescimento mais rápido de comércio internacional no período até 2020, e o comércio intrarregional resultará em renovação da concentração de demanda internacional.

Embora o comércio global tenha permanecido restrito durante a crise financeira, desde então ele tem mostrado recuperação de forma vigorosa, liderado pelo comércio entre os mercados emergentes. As trocas comerciais foram dominadas pelas nações desenvolvidas no começo dos anos 1990, mas a contribuição desses países tem caído acentuadamente e essa tendência deverá continuar com ainda mais intensidade até 2020.

“Enquanto as economias avançadas tentam sair da crise financeira, os mercados de rápido crescimento estão indo de vento em popa e são parte cada vez mais significativa da economia global”, diz Jay Nibbe, líder da Ernst & Young para as regiões da Europa, Oriente Médio, Índia e África. 

“Eles se tornarão uma força ainda mais dominante no comércio global e, como resultado, empresas terão que adequar suas estratégias de negócios refletindo o crescente padrão regional do comércio mundial que está surgindo e se intensificará na próxima década.”

Cenário em 2020

O estudo estima que a mudança contínua em direção à terceirização global da produção – assim como o crescimento de cadeias de suprimento regionais que servem à rápida expansão da demanda dos mercados emergentes – irá comprimir a fatia que as economias avançadas representam no comércio global de pouco mais de 60% em 2010 para aproximadamente 55% até 2020. 

A Ásia continuará a ser a região mais dinâmica em termos de comércio, com o crescimento mais rápido em exportação de produtos ocorrendo dentro da própria região. Índia e China irão conduzir o crescimento contínuo dos mercados emergentes e, juntas, essas economias representarão quase 20% do fluxo de comércio global até 2020.

Índia e China também serão as fontes de crescimento mais rápido da demanda de exportações vindas de outros países. O estudo mostra que duas das rotas de comércio que crescerão mais rapidamente são as exportações dos EUA para a China e a Índia, cujo crescimento prenunciado segue uma média anual de quase 16%. Sendo assim, enquanto a parcela americana nas exportações mundiais caiu significativamente na última década, a previsão do estudo diz que essa tendência será revertida durante os próximos 10 anos, com os EUA capitalizando sua força em exportar para a Ásia.

Já a fatia europeia das exportações globais declinará de 38% em 2010 para 34% até 2020. No entanto, o estudo mostra que a Europa é a região desenvolvida que mais se beneficiará em termos de valores de exportação pela expansão da demanda na China, com exportações para o país crescendo em US$ 370 bilhões durante os próximos 10 anos. As exportações da China para a Europa, previstas em mais de US$ 1 trilhão, serão quase duas vezes maiores do que as exportações dos EUA para a Europa.

“Apesar do rápido crescimento que ocorre na Ásia em relação ao volume de comércio, o estudo mostra que é do comércio intrarregional da Europa que se espera maior aumento de volume de dólar na próxima década”, explica Rain Newton-Smith, assessor econômico sênior da Ernst & Young. “A segunda maior alta no volume do comércio em geral está prevista para acontecer entre China e o restante da Ásia, com fluxos em direção oposta ocupando o terceiro lugar”.

Padrões regionais do comércio

Novos mercados para exportação também estão se abrindo na região formada pelo Oriente Médio, Norte da África e África subsaariana, conforme essas economias crescem em tamanho. O prognóstico no total de exportações para esses locaisé de crescimento mais rápido se comparado às exportações para os EUA, Europa, Japão e o restante das Américas. 

As previsões sugerem que exportadores europeus irão conquistar aproximadamente 25% do crescimento na demanda final da África subsaariana, mas exportadores da Ásia irão capturar quase 50% dele. O forte investimento de outros países emergentes, particularmente a China, pode facilitar o sólido crescimento de que a África precisa.

As exportações da Europa para a África e para o Oriente Médio mensuradas em mais de US$ 900bilhões se tornarão 50% maiores do que as exportações feitas para os EUA. A Europa será o mercado mais importante para as exportações da África subsaariana, representando 25% de todas as transações comerciais. Mas a dimensão total do fluxo dessa região africana para a Europa ainda será relativamente pequena, de US$ 108 bilhões.

Na América Latina, a abundância de recursos naturais e fortes entradas de Investimento Estrangeiro Direto (IED) permitirão melhorias na produtividade para sustentar o crescimento potencial. Grandes populações e o rápido acúmulo de riquezas, particularmente no Brasil, também irão respaldar o crescimento da demanda doméstica da região. Até 2020, as exportações da América Latina e do Caribe para os EUA, hoje em torno de US$ 769 bilhões, ficarão ligeiramente maiores do que as exportações da Europa para os EUA.

Fluxo regional de serviços

É também possível que o comércio de serviços testemunhe um rápido crescimento, com a Ásia mais uma vez na liderança. Até 2020, o fluxo total de serviços da Europa para a Ásia-Pacífico (com exceção do Japão) será maior do que para a América do Norte.

“Um dos maiores motores dessa expansão será o crescimento no setor bancário, dos seguros e outros serviços financeiros, dado o amadurecimento da economia asiática e o desenvolvimento da classe média. A demanda por serviços financeiros mais sofisticados já cresce rapidamente com o aumento dos níveis de riqueza e o também aumento de importância da região como centro financeiro”, afirma Nibbe. 

Não é apenas em relação aos serviços financeiros que se espera rápido crescimento na Ásia – a expectativa é a de que o turismo também seja um setor cada vez mais importante, uma vez que o número de turistas internacionais que viajam da China com destino a outros países está previsto para praticamente dobrar, de 32milhões em 2010 para 59 milhões até 2020. O aumento de gastos associados será ainda mais significativo, crescendo de US$ 52 bilhões em 2010 para US$ 222 bilhões em 2020. 

O comércio intrarregional de serviços na Europa irá testemunhar o maior aumento durante o período. Os EUA e a Europa continuarão a dominar esse mercado, com China e Índia ganhando cota cada vez mais significativa de mercado no resto da Ásia.

Setores

O setor de maquinário e equipamento de transportes (que inclui produtos elétricos como computadores, televisores e lavadoras de roupas, bem como maquinário industrial) dará a maior contribuição para o crescimento do comércio nos próximos dez anos, seguido por outros fabricantes como indústria têxtil, madeira e borracha.

No total, esses setores dominantes serão responsáveis por quase 54% do comércio de mercadorias até 2020. Isso reflete tanto o crescimento forte da demanda por bens de consumo, quanto de investimento esperado dos mercados emergentes e também o potencial de fragmentar a cadeia de suprimento, pelo aumento na produção de componentes em diferentes localidades. É prevista uma elevação de 18% para 24% na fatia de mercado ocupada pela China nesse setor de comércio.

Riscos e Incertezas

Com a rápida mudança na oferta global e a demanda incerta, há uma série de cenários alternativos e riscos que poderiam ameaçar ou impulsionar o crescimento no comércio global para 2020. 

“Talvez o mais dramático fosse um cenário de realinhamento monetário – uma valorização do dólar frente ao yuan, ou o inverso –, o que implicaria um reequilíbrio da demanda doméstica entre as regiões dos EUA e Ásia-Pacífico.

Isso teria impactos significativos nos padrões de comércio projetados. Em outro caso, mesmo uma aceleração parcial da liberalização do comércio poderia levar a um aumento maior do que o esperado nos fluxos de comércio global”, conclui Newton-Smith.

Fonte: Canal Executivo