sexta-feira, 13 de abril de 2012

Como está o ânimo de quem vende e de quem compra

Saiu o Índice de Confiança do Comércio, medido pela Fundação Getulio Vargas: em março, houve evolução favorável, influenciada principalmente pela melhora da percepção em relação à demanda presente, mesmo se nem tudo anda lá muito bem. E, na capital de São Paulo, pesquisa da Fecomércio indica manutenção do otimismo quanto ao futuro próximo, ainda que o ano tenha começado com certo desânimo com relação ao resultado dos atuais negócios. Quanto aos consumidores, o ânimo baixou em março, mas as coisas vão melhorar, como fazem supor dois outros estudos também divulgados nesta quarta-feira.

A FGV detectou tendências de recuperação em 11 dos 17 segmentos pesquisados. Em cinco deles, houve piora e houve estabilidade em um. A melhora é maior no atacado (na base de 3 setores positivos e 1 negativo) que no varejo (5 em 9).

Na comparação dos primeiros trimestres deste ano e do anterior, porém, o atual ficou 4,3% abaixo do precedente, por conta da forte baixa registrada neste fevereiro (6,4% em base anual). Por enquanto, 19,4% das empresas consultadas avaliaram o nível atual de demanda como forte e 24,0%, como fraca. Em 2011, esses percentuais haviam sido de 19,6% e 20,1%, respectivamente.

Outra pesquisa, a do Índice Nacional de Confiança, medido pelo instituto Ipsos para a Associação Comercial de São Paulo, também em baixa, indica que as coisas podem melhorar. Houve baixa de 176 pontos em fevereiro para 164 s em março, mas ainda acima da pontuação de um ano antes (157) e dois anos antes (150).

"O brasileiro permanece confiante na economia e o governo também está atento, pronto para adotar medidas de estímulo ao setor produtivo, como já tem feito, ainda que de modo pontual", diz nota da entidade.

Os técnicos consideram estarem os números de março equivalentes aos de 2010, auge da recuperação econômica brasileira.

Para 49% dos entrevistados, é boa a situação financeira pessoal, mesmo resultado de março de 2010. E a situação financeira futura vai melhorar para 61% dos consumidores. A segurança no emprego mantém-se estável há três anos (44%, 45% e 45%, de 2010 até agora). O número de pessoas que confiam em melhara na situação financeira pessoal dentro de seis meses foi de 58%; o dos que temem piora, de 8%.

A ACSP destaca que, em março, 2,9 pessoas em 1 mil conheciam pessoas que perderam o emprego - mais que um ano antes (2,8) e menos que dois anos antes (3,6). "Assim, apesar da baixa perspectiva do desemprego, a acomodação da confiança do consumidor pode ser reflexo do noticiário da crise internacional que voltou a se agravar na Europa".

O INC ACSP/Ipsos faz 1 mil entrevistas domiciliares todos os meses, em nove regiões metropolitanas de 70 cidades do interior brasileiro. Varia de 0 a 200 pontos. Acima de 100, indica otimismo e, abaixo, pessimismo.

Em São Paulo
Saiu também o Índice de Confiança do Empresário do Comércio, medido no município de São Paulo pela Federação do Comércio paulista: queda de 2,3% em março (de 121,1 pontos em fevereiro para 118,3 depois), mas ainda no patamar que indica otimismo (acima de 100 pontos).

O que puxou o indicador foi a avaliação menos positiva do presente, que entrou na zona de pessimismo ao cair 9,7% sobre o de fevereiro, baixando a 93,1 pontos. Para os técnicos da federação, esse pessimismo pode ser sazonal, pois, neste período, as vendas tendem a ficar abaixo das médias mensais.

O Índice de Investimento também registrou queda (-0,6%), mantendo-se ainda acima da linha divisória entre pessimismo e otimismo, com 106,4 pontos. Foi a segunda queda consecutiva nesse item e os técnicos chamam a atenção para o acompanhamento do indicador.

Mesmo com esses dois recuos, o Índice de Expectativa subiu 1,4% e manteve a trajetória ascendente (para 155,3 pontos), com avaliação positiva em todos os itens que compõem o indicador. O maior avanço apurado foi nas expectativas dos empresários em relação ao próprio setor.

Em conclusão, diz a Fecomerico-SP que as "perspectivas futuras continuam robustas, principalmente no que tange ao ímpeto de contratação de funcionários, sinalizando que o nível de atividade econômica pode se recuperar no médio prazo e que as oscilações percebidas neste primeiro trimestre refletem a sazonalidade específica do setor".

Mas uma terceira pesquisa divulgada, o Programa de Administração do Varejo (Provar) da Fundação Instituto de Pesquisa, mostra menor disposição de compras entre os consumidores paulistanos, neste segundo trimestre. A intenção de compra caiu de 60,6% para 58%.

Fonte: Joelmir Beting 

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