quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Resultado da B2W é negativo para analistas, que ressaltam problemas operacionais


SÃO PAULO - Os resultados trimestrais da B2W (BTOW3) voltaram a decepcionar o mercado, afirmaram os analistas de Ativa, Ágora, Concórdia e BB Investimentos. O atual momento é negativo para a empresa, que passa por problemas logísticos desde o natal de 2010, a ponto de que nenhuma dessas quatro corretoras tenham recomendado a compra das ações. Ativa e BB Investimentos revisam suas estimativas, enquanto Concórdia e Ágora, que deve revisar o preço-alvo, recomendam a manutenção.

"A B2W apresentou um péssimo resultado neste trimestre, pois nem mesmo a estratégia comercial mais agressiva foi suficiente para resgatar sua credibilidade e voltar a fazer sua receita subir", destacou Leonardo Zanfelicio, analista da Concórdia. Já a Ágora acredita que essa estratégia também foi um fator para que os resultados viessem abaixo do estimado. "A receita do negócio principal caiu 5%, impactada por medidas para melhorar a percepção de qualidade do serviço pelos clientes, que tiveram um impacto negativo nas vendas, como estender os prazos da entrega", destaca a Corretora.

"Aliado a isso, o prazo mais alongado nas entregas, praticados pela companhia a fim de evitar maiores atrasos, provavelmente também impactou negativamente o volume de vendas, já que o e-commerce é um mercado extremamente competitivo, além de no preço, também no prazo de entrega", destacam Nataniel Cezimbra e Priscila Tambelli, analistas do BB Investimentos. 

E o futuro?
 
Se o passado não agrada, o que dizer do futuro da B2W? "A empresa possui gargalos operacionais a solucionar, como planejamento e logística, além das elevadas taxas pela antecipação de recebíveis, devendo ter seu resultado impactado ainda nos próximos trimestres", destaca Julia Monteiro, analista da Agora
Corretora. Ela acredita que a companhia será também pressionada pelo acirramento da concorrência, levando a perder market-share. 

Cezimbra e Tambelli ressaltam tal fator. "A companhia deve fechar o ano bem abaixo do crescimento esperado do mercado para o e-commerce no Brasil em 2011, de 26,4%", destacam os analistas. Zanfelicio acredita que os desafios não serão vencidos no curto prazo. "Seguimos não acreditando em sua recuperação no curto prazo, mesmo com a sua recente capitalização, que tem como objetivo melhorar sua eficiência logística e operacional", afirma o analista.

Já a Ágora acredita que a empresa deverá apresentar recuperação. "Dada a fraca base de comparação e as iniciativas que vem sendo tomadas para reverter este quadro, esperamos que os resultados melhorem gradualmente a partir deste", destaca Ágora. Contudo, às incertezas são grandes e a corretora recomenda cautela aos investidores que se sentiriam atraídos pelo preço-alvo projetado, de R$ 19,80, potencial teórico de valorização de 71,43%. A Ágora afirma que esse preço-alvo deverá ser revisado negativamente em breve.

Fonte: InfoMoney

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