terça-feira, 14 de maio de 2013

"Morre lentamente a empresa que não muda" diz Kohlrieser

São Paulo – Saber negociar, gerenciar conflitos e subtrair o melhor produto de situações de embate são grandes habilidades para quem gerencia empresas.
Especialista na gestão de pessoas  e solução de conflitos, George Kohlrieser é psicólogo clínico e professor do IMD, escola suíça de negócios. Atualmente, é considerado uma das maiores autoridades em liderança e gestão de conflitos.
Parte de sua experiência veio de uma atividade nada convencional - atuou por mais de dez anos como negociador de reféns em situações de sequestros. Atualmente ele traz sua experiência para cenário corporativo, identificando obstáculos e oportunidades de crescimento no mundo das empresas.
Em entrevista exclusiva à EXAME.com, Kohlrieser afirma ver nos choques intergeracionais o principal conflito das empresas na atualidade. “Os profissionais mais velhos precisam compreender que a mente dos mais jovens funciona de forma diferente”, diz.
 
Choque de gerações
 
Essa diferença reside, na opinião do especialista, na influência da tecnologia na rotina dos mais jovens. Entre a chamada Geração Y e os antecessores, a Geração X, há uma diferença gritante quanto à interferência da tecnologia no cotidiano – enquanto os primeiros já nasceram em contato com computadores, os segundos chegaram a ver o mundo funcionar sem sequer aparelho celular.
“Eles pensam com a velocidade e com a organização da tecnologia. Os jovens também precisam compreender que os mais velhos não compartilham da mesma visão de mundo, uma vez que viveram em cenários muito diferentes dos atuais”, afirma.
A solução do conflito reside na curiosidade, que deve vir de ambas as partes. “Invés da crítica, seja curioso. Todas as diferenças podem ser resolvidas se você estiver realmente curioso e disposto a encontrar a parte boa de todos.”
Conexão
A falta de conexão entre as pessoas foi apontada por Kohlrieser como o segundo principal conflito profissional dessa era. “Os profissionais andam se esquecendo de levar o lado humano de seus colegas em conta”, diz.
Esse seria um evidente indicativo que a tal inteligência emocional anda em falta nas empresas do mundo todo. “Os líderes tem de conduzir às metas, mas precisam colocar as relações humanas em primeiro lugar.”
A forma mais rudimentar de ampliar este contato está na ativação do padrão mental da curiosidade. “Melhor que defender seu ponto de vista, é mostrar curiosidade. Isso indica que você se importa com o outro e, principalmente, está interessado no que ele pensa.”
Como tendência, Kohlriser vê uma crescente da incerteza, graças à velocidade na mudança dos cenários econômicos e sociais. “Morre lentamente a empresa que não muda”, afirma.

Fonte: Revista Exame, por Barbara Ladeia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário