segunda-feira, 30 de julho de 2012

Líderes não estão preparados para a nova realidade empresarial

Há muito que se fala no Brasil de carência de profissionais qualificados. No entanto, essa carência parece ser ainda mais grave quando o assunto é uma liderança capaz de entender o novo cenário econômico. 

Segundo Eduardo Carmello, diretor da Entheusiasmos, palestrante e consultor de empresas, boa parte dos líderes empresariais, incluindo os sócios e os gerentes de empresas, vive ainda na época do comando-controle, ou seja, um tempo onde o chefe dizia como as coisas deveriam ser feitas. Mas essa realidade mudou e as lideranças ainda não compreenderam a dimensão da mudança:

“Vivemos uma grande transformação nos modelos de gestão que levam ao sucesso de uma empresa. Saímos daquela realidade do comando-controle, onde o chefe tem papel preponderante e orienta como as pessoas devem atuar, e entramos em uma realidade que eu chamo de relacional-processual, ou seja, uma situação onde o líder precisa deixar de ser um capataz para atuar como gestor estratégico do conhecimento. Mais do que comandar, ordenar e policiar a execução de tarefas, o líder que este novo cenário econômico exige é alguém que ajuda a criar e a incorporar o conhecimento nas atividades diárias”, alerta Carmello.

Essa nova postura da liderança torna-se essencial em um cenário econômico onde as empresas que apenas vendem produtos ou serviços começam a perder mercado para aquelas que atuam no sentido de oferecer aos consumidores uma experiência. Segundo Carmello, muitas pessoas se dispõem a pagar mais por um café em ambientes como o do Starbuck, por exemplo, porque ali podem encontrar pessoas interessantes, podem acessar a Internet e encontrar um ambiente agradável onde é possível até trabalhar:
“Para se alcançar um padrão de serviço como esse é preciso uma apurada gestão de conhecimento. Entender o que as pessoas precisam, ouvir o consumidor, interagir com esse consumidor de uma forma totalmente nova e não apenas na relação usual de cliente-empresa. Os empregados da Starbuck, por exemplo, são encorajados a interagir com os clientes, a conversar com eles, e isso só se consegue dando espaço para que as pessoas possam ser mais do que um mero atendente”, explica Carmello.

Para o consultor, as demandas da moderna liderança exigem conhecimentos e atitudes que, em tese, muitos líderes atuais parecem não estar preparados para alcançar:
“Muitos gestores se sentem ameaçados com a mudança. Eles temem não estar preparados para ela e, pior, não conseguir gerenciá-las segundo padrões aprendidos ao longo de 10, 20 ou 30 anos. Isso leva muitos à paralisia, o que é prejudicial para a empresa e para as pessoas que atuam na empresa”, assinala Carmello.

As mudanças frequentes que desafiam as empresas precisavam ser enfrentadas por processos educativos e de formação de lideranças. Segundo Carmello, é possível preparar esses líderes para os desafios de uma economia da experiência, onde o conhecimento das pessoas é o ativo mais importante:
“A era dos líderes autossuficientes, que sabiam tudo, acabou, se é que alguma vez existiu. Os líderes precisam ser preparados para os novos desafios e a educação e formação é o caminho”, conclui Carmello.

Fonte: Canal Executivo

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