Há muito que se fala no Brasil de carência
de profissionais qualificados. No entanto, essa carência
parece ser ainda mais grave quando o assunto é
uma liderança capaz de entender o novo cenário
econômico.
Segundo Eduardo Carmello, diretor da Entheusiasmos,
palestrante e consultor de empresas, boa parte dos líderes
empresariais, incluindo os sócios e os gerentes
de empresas, vive ainda na época do comando-controle,
ou seja, um tempo onde o chefe dizia como as coisas
deveriam ser feitas. Mas essa realidade mudou e as lideranças
ainda não compreenderam a dimensão da
mudança:
“Vivemos uma grande transformação
nos modelos de gestão que levam ao sucesso de
uma empresa. Saímos daquela realidade do comando-controle,
onde o chefe tem papel preponderante e orienta como
as pessoas devem atuar, e entramos em uma realidade
que eu chamo de relacional-processual, ou seja, uma
situação onde o líder precisa deixar
de ser um capataz para atuar como gestor estratégico
do conhecimento. Mais do que comandar, ordenar e policiar
a execução de tarefas, o líder
que este novo cenário econômico exige é
alguém que ajuda a criar e a incorporar o conhecimento
nas atividades diárias”, alerta Carmello.
Essa nova postura da liderança torna-se essencial
em um cenário econômico onde as empresas
que apenas vendem produtos ou serviços começam
a perder mercado para aquelas que atuam no sentido de
oferecer aos consumidores uma experiência. Segundo
Carmello, muitas pessoas se dispõem a pagar mais
por um café em ambientes como o do Starbuck,
por exemplo, porque ali podem encontrar pessoas interessantes,
podem acessar a Internet e encontrar um ambiente agradável
onde é possível até trabalhar:
“Para se alcançar um padrão de
serviço como esse é preciso uma apurada
gestão de conhecimento. Entender o que as pessoas
precisam, ouvir o consumidor, interagir com esse consumidor
de uma forma totalmente nova e não apenas na
relação usual de cliente-empresa. Os empregados
da Starbuck, por exemplo, são encorajados a interagir
com os clientes, a conversar com eles, e isso só
se consegue dando espaço para que as pessoas
possam ser mais do que um mero atendente”, explica
Carmello.
Para o consultor, as demandas da moderna liderança
exigem conhecimentos e atitudes que, em tese, muitos
líderes atuais parecem não estar preparados
para alcançar:
“Muitos gestores se sentem ameaçados com
a mudança. Eles temem não estar preparados
para ela e, pior, não conseguir gerenciá-las
segundo padrões aprendidos ao longo de 10, 20
ou 30 anos. Isso leva muitos à paralisia, o que
é prejudicial para a empresa e para as pessoas
que atuam na empresa”, assinala Carmello.
As mudanças frequentes que desafiam as empresas
precisavam ser enfrentadas por processos educativos
e de formação de lideranças. Segundo
Carmello, é possível preparar esses líderes
para os desafios de uma economia da experiência,
onde o conhecimento das pessoas é o ativo mais
importante:
“A era dos líderes autossuficientes, que
sabiam tudo, acabou, se é que alguma vez existiu.
Os líderes precisam ser preparados para os novos
desafios e a educação e formação
é o caminho”, conclui Carmello.
Fonte: Canal Executivo
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