Instituição quer evitar nova crise financeira.
Argentina, China, Indonésia, Tailândia e Turquia estão na zona de perigo.
As condições monetárias globais mais flexíveis, com crescimento do
crédito e do preço de ativos em algumas economias emergentes, podem
levar a uma nova crise financeira, alertou neste domingo (24) o Banco de
Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês).
A instituição sustentou que o Brasil está na zona de perigo por
considerar haver um descompasso entre o crescimento do crédito e da
expansão da economia. Citou também preocupação com o nível de
endividamento das famílias e das empresas brasileiras e com o forte
crescimento dos preços do mercado imobiliário.
A instituição fez um apelo para que os bancos centrais prestem mais
atenção às repercussões no mundo das suas políticas internas, em
sintonia com as reclamações do Brasil e de outros de que um cenário
monetário muito frouxo pode desestabilizar os fluxos de capitais para os
mercados emergentes.
"Isso cria riscos de desequilíbrios financeiros similares aos vistos
nas economias avançadas nos anos que precederam a crise", declarou o
BIS.
O aumento do crédito muito acima do crescimento econômico é normalmente
presságio de turbulência econômica. Esse é o caso quando tal
descompasso supera os 6%, segundo o BIS.
Na Tailândia e na Turquia, esse descompasso é de pelo menos 15%. Brasil e Indonésia também estão na zona de perigo, com mais de 6 %, de acordo com o BIS.
O aumento do crédito na Argentina e na China também ultrapassou o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), mas o descompasso deles está bem abaixo da marca de 6%.
O preço de ativos também é um problema em muitas economias emergentes,
afirmou o BIS. Em alguns mercados locais brasileiros, os preços de
imóveis praticamente dobraram. Em algumas cidades chinesas, os preços
subiram ainda mais rápido.
Outra preocupação é endividamento. O montante que lares e empresas no Brasil, China, Índia e Turquia destinam a dívidas está no seu nível mais alto desde o fim dos anos 1990, apesar das baixas taxas de juros.
O BIS sustentou que uma saída é adotar medidas macroprudenciais como ação para reduzir o crescimento do crédito.
Fonte: G1 Economia
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