sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Onde buscar rentabilidade em 2012

As aplicações que podem trazer um diferencial de rentabilidade – mas ainda com alguma segurança – em ano de juro baixo, inflação moderada e volatilidade

O corte de 0,5% na Selic anunciado na quarta-feira pelo Banco Central lembrou aos investidores que 2012 não vai ser um ano fácil. A Bolsa deve continuar volátil, embora haja perspectivas de recuperação das perdas no ano passado; a renda fixa não vai mais entregar os altos rendimentos de 2011, com expectativa de uma Selic a 9,5% no fim do ano; e a inflação também não deve ajudar muito – vai cair, reduzindo a rentabilidade dos investimentos atrelados a ela, mas ainda assim se mantendo em um patamar alto.

Para onde correr? Essa é a grande questão do investidor. Veja a seguir sete alternativas para o investidor moderado buscar um diferencial de rentabilidade neste ano:

CDBs de bancos médios

Os CDBs dos bancos médios são o caminho para ganhar mais que o CDI numa aplicação pós-fixada bastante segura. Mesmo acompanhando a taxa de juros, esse título de renda fixa privada costuma pagar mais que 100% do CDI, mantendo a rentabilidade sempre um pouco acima daquela de CDBs de bancos grandes e títulos públicos pós-fixados.

Por meio do Sofisa Direto, por exemplo, é possível abrir uma conta pela internet e investir em CDBs que remuneram entre 102% e 105% do CDI para prazos de até um ano. Para conseguir essa remuneração, porém, é preciso ficar até o final do investimento. A aplicação não é isenta de IR, mas entre os produtos de renda fixa que são taxados, o CDB é o mais barato. Não há taxas de administração, ao contrário dos fundos e do Tesouro Direto, que conta pelo menos com as taxas obrigatórias da CBLC.

O mais importante é observar que o investimento só é realmente seguro caso o investidor aplique menos de 70.000 reais em uma única instituição. Até esse limite, o CDB de banco médio é tão seguro quanto a caderneta de poupança ou qualquer CDB de banco grande, pois o valor investido é garantido pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC) caso a instituição não honre com seus compromissos.

Aplicações isentas de IR

Para um período que pode variar de três a até seis meses, melhores do que os CDBs que remuneram acima do CDI são as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), disponíveis para qualquer investidor pessoa física. Mesmo que remunerem de 85% a 90% do CDI, por serem isentas de IR, sua rentabilidade líquida acaba sendo equivalente à de um CDB que paga mais de 105% do CDI, com a vantagem do prazo menor. Isso porque a alíquota de IR para aplicações de menos de três meses é de 22,5%. Mas para conseguir essa rentabilidade, é preciso ficar até o fim do prazo.

As LCIs, oferecidas pela Caixa ou em corretoras como a XP, também são garantidas pelo FGC em até 70.000 reais. A desvantagem é seu alto valor unitário, que varia de 30.000 a 50.000 reais.

Investidores qualificados – com mais de 300.000 reais em aplicações financeiras – têm mais opções isentas de IR a seu dispor. Para o curto e o médio prazo, as Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), com rentabilidade semelhante à das LCIs. Para o longo prazo existem os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), que podem ser inclusive atrelados ao IPCA ou ao IGP-M, o que dá uma boa turbinada nos investimentos. Nenhum dos papéis, porém, conta com a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

Títulos atrelados à inflação

Os títulos atrelados à inflação não prometem mais rentabilidade tão brilhante quanto em 2011 – quando fizeram os mais bem-sucedidos fundos de renda fixa do país render na casa dos 17%. Embora a previsão seja de um arrefecimento da inflação até o fim do ano, o indicador ainda assim não chegará ao ponto de ser considerado baixo.

Para Bruno Carvalho, especialista em renda fixa da XP Investimentos, produtos atrelados à inflação são particularmente interessantes para quem vai investir visando o longo prazo. “Previsões para períodos muito longos tendem a estar erradas. Aplicando em um ativo atrelado à inflação, você preserva seu patrimônio independentemente do cenário”, diz.

Ele recomenda as Notas do Tesouro Nacional – série B, título público indexado ao IPCA, e debêntures e CRIs indexados ao IPCA ou ao IGP-M. Lembrando que os títulos públicos têm mais segurança e liquidez que os privados. O mais recomendado, porém, é ficar com eles até o fim do prazo, a fim de preservar o total da rentabilidade. A venda antes do prazo pode levar o investidor a ter rentabilidade zero.

Fundos imobiliários

Os fundos imobiliários trazem boas perspectivas de rentabilidade em um cenário onde juros e Bolsa talvez não apeteçam tanto os investidores. Para o consultor financeiro Mauro Calil, o desempenho desses fundos deve ser acima da média, embora com menos brilho que em 2012, quando alguns fundos renderam na casa dos 30%. Ele acredita ainda que parte dos investidores de fundos imobiliários deve realizar o lucro de 2012 para comprar ações descontadas na Bolsa.

Para Gilberto Poso, superintendente executivo de gestão de patrimônio do HSBC, o investidor deve priorizar os fundos cujo objetivo é gerar renda com aluguéis, e não lucrar pela valorização dos imóveis em carteira. “O mercado já teve uma valorização muito alta nos anos anteriores”, lembra Poso. Foram justamente os fundos de renda os campeões de retorno no ano passado.
Fundos imobiliários devem ser escolhas para prazos mais longos, pois a liquidez é baixa. Mas eles são uma boa alternativa dentro da renda variável, além de trazerem um quê de renda fixa no que diz respeito aos aluguéis. Além disso, esses rendimentos mensais são isentos de IR, cobrado apenas sobre a valorização das cotas e no momento em que o investidor as vende.

Fundos de capital protegido

O ano começou bem para a Bolsa brasileira, e as previsões para o fim do ano são bastante otimistas. Mas embora a maior parte dos analistas espere um desempenho do Ibovespa superior ao da renda fixa, a alta do índice não passaria de uma recuperação do grande tombo de 2011. Como os temores internacionais também não foram completamente afastados, os fundos de capital protegido despontam.

A performance média dos fundos de capital protegido no ano passado foi de apenas 1,0%. Mas houve, no mercado, quem conseguisse render mais de 18%. Especialistas têm boas perspectivas para os fundos de capital protegido em 2012. O Santander, um dos expoentes no segmento, prometeu novidades para este ano, e o HSBC está com um fundo desse tipo aberto para captação. “É uma alternativa interessante para o investidor moderado, principalmente os mais inexperientes ou os que têm mais receio em relação ao mercado acionário”, afirma Gilberto Poso, superintendente executivo de gestão de patrimônio do HSBC.

Os fundos de capital protegido investem em renda variável e renda fixa de forma a ganhar tanto na alta quanto na baixa da Bolsa. Fundos de ações, como o do HSBC, têm como benchmark o Ibovespa, o que significa que eles se valorizam quando o índice sobe, mas só até um determinado teto; caso o índice caia abaixo de determinado valor, pelo menos a quantia investida está garantida.

Ações que pagam bons dividendos

Boas pagadoras de dividendos continuarão a brilhar na Bolsa, apesar de já estarem um pouco caras, devido à grande procura do ano passado. Mesmo assim, para quem quer simplesmente se proteger da volatilidade atrás dos dividendos, essas empresas continuarão atrativas. Para quem não quer investir diretamente nos papéis, há os fundos de dividendos, que no ano passado tiveram rendimento médio de 3%. Mas houve quem conseguisse render 23%.

O setor elétrico e o de telefonia continuarão sendo as bolas da vez. Estudo do HSBC Global Research divulgado recentemente mostra que Equatorial Energia (EQTL3), Telemar Norte Leste (TMAR5), Telemar (TNLP4), Transmissão Paulista (TRPL4), Telemar (TNLP3) e AES Tietê (GETI4) serão as oito empresas que mais pagarão dividendos em 2012. William Castro Alves, analista da XP Investimentos, destaca a AES Tietê, presente tanto na carteira de dividendos quanto na carteira principal da corretora.

Mas ações de outros setores também entram nessa cesta. Alguns papéis do setor financeiro, por exemplo, reúnem boas perspectivas de valorização e um alto dividend yield, como é o caso de Banco Pine e Banco ABC Brasil – respectivamente a nona e a décima empresas que vão pagar mais dividendos este ano, segundo o HSBC – e Redecard e Cielo. Em entrevista recente a EXAME.com, o economista-chefe da corretora que mais acertou no ano passado, Clodoir Vieira, da Souza Barros, lembrou ainda a Ambev.
 
Ações ligadas ao consumo e ao crédito

Para 2012, analistas preveem pelo menos a recuperação das perdas do ano passado na Bolsa. É unânime que os setores mais atrativos são aqueles ligados ao mercado interno, principalmente o setor bancário. “Ações de bancos é algo para se ter em carteira. Entre os bancos grandes, destacamos Itaú e Banco do Brasil. Em bancos menores, o Panamericano e o Banco Pine”, diz William Castro Alves, analista da XP Investimentos.

A expectativa dos especialistas é que os bons índices de empregabilidade e o aumento da renda do brasileiro reduzam a inadimplência e aumentem a oferta de crédito no mercado, beneficiando os dois lados – a dos bancos e a do consumo. Nessa outra ponta, continuarão se destacando papéis como Redecard e Cielo – que ano passado se limitaram a se recuperar de grandes perdas em 2010 – e a já citada Ambev.

O setor de construção também se tornou atrativo, uma vez que os papéis sofreram no ano passado e se tornaram baratos. A preferida da XP neste momento é a Brookfield, que fez boas entregas no último trimestre de 2011, embora não tenha feito todos os lançamentos previstos.

Fonte: Exame

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

As dez características dos empreendedores de sucesso

O consultor americano Stephen Covey diz que os donos de negócios bem-sucedidos são mais parecidos do que se imagina

Transformar uma idéia em um grande negócio é a aspiração de todo empreendedor. Quem já se aventurou por esse caminho sabe bem o quão difícil é chegar ao objetivo traçado. Os primeiros passos dão a sensação de uma missão impossível. A maioria dos projetos definha no meio do caminho. Mas há inúmeras histórias de pessoas que começaram praticamente sozinhas e hoje comandam grandes organizações. Casos isolados, de gênios ou sujeitos de sorte? Ao que parece, não.

Há muitas semelhanças entre os bem-sucedidos e, se você seguir os mesmos padrões, terá mais chance de realizar as suas ambições. Stephen Covey, autor dos best-sellers Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes e O 8° Hábito, além de fundador da consultoria FranklinCovey, identificou dez características presentes nesses empreendedores. "Toda empresa que hoje é de grande porte já foi pequena um dia. Todos os empreendedores que estão à frente delas já experimentaram fracassos significativos, porém, tiraram proveito deles, aprenderam a persistir, a focar nas demandas do mercado e a buscar novas maneiras de fazer acontecer", afirma Covey.

De acordo com o guru da auto-ajuda, os empreendedores de sucesso correm atrás das oportunidades. "Eles não esperam que as oportunidades venham até eles. São pró-ativos e estão sempre preparados para receber novidades", afirma. O empresário Orácio Kuradomi nunca se acomodou. Sempre buscou complicação – no bom sentido. Começou seu negócio próprio aos 16 anos. "Fui emancipado para poder abrir minha empresa", conta. Aos 15 anos, quando ingressou em uma companhia como programador, começou a atender grandes empresários e, durante seis meses, foi convidado para trabalhar com vários deles. "Percebi, então, que poderia abrir um negócio", diz. Hoje ele é presidente da Microfrequência, uma empresa que desenvolve sistemas de segurança e monitoramento de internet, fatura R$ 1 milhão por ano, tem 15 funcionários e cerca de mil clientes em sua carteira.

Trabalho em equipe
 
Cristiano Veneri Miano também começou cedo. Aos 19 anos, fundou a DigiPronto, com o objetivo de desenvolver páginas de internet para empresas. "Estava no segundo ano de faculdade e trabalhava com informática desde os 14, por gosto", conta ele. O impulso surgiu do descontentamento no emprego. Ele era responsável pelo braço de uma empresa que, aproveitando a bolha da internet, entrou nesse mercado oferecendo uma espécie de shopping virtual para lojistas. "Fiquei um pouco decepcionado porque tentávamos vender uma solução de internet para lojistas pequenos e havia um grande mercado entre as multinacionais, que estavam sendo pressionadas para implantar web no Brasil", afirma.
 
Ele decidiu, então, pegar seu computador e se mudar para uma sala no escritório da mãe. Hoje fatura R$ 1 milhão anualmente, tem 300 clientes ativos e comanda uma equipe de 20 pessoas. Tanto Kuradomi como Miano tiveram a consciência, logo no início, de que, se quisessem fazer seus empreendimentos crescer, não poderiam trabalhar sozinhos. Miano começou fazendo sites para as pequenas empresas e anunciando seu trabalho no jornal. Em três meses, o volume de trabalho começou a crescer e ele sentiu a necessidade de contratar um estagiário.
 
O primeiro parceiro de Kuradomi foi o pai, que o ajudou a superar a dificuldade de conseguir crédito para comprar computadores. Assim que se estruturou, montou uma equipe de vendas para poder se concentrar na idealização do negócio. A valorização do trabalho em equipe identificada por esses empresários é uma característica de sucesso apontada por Covey. "Eles reconhecem que formar uma equipe significa obter resultados. Sabem que jamais uma pessoa sozinha será responsável pelo êxito de qualquer empreendimento. São atenciosos e valorizam aqueles que merecem", afirma.
 
Sem se abater
 
Como no meio do caminho há sempre muitas pedras, esses e outros empresários precisaram, segundo Covey, nutrir constantemente seu espírito empreendedor, assumindo riscos e aprendendo com os erros. "Eles estão sempre dispostos a assumir riscos e aprendem com os próprios erros. Além disso, tomam decisões rapidamente para evitar a burocracia encontrada em organizações maiores", afirma. Logo no início, Kuradomi descobriu que nem todos os clientes eram bons pagadores. "Eu era um bom programador, mas não tinha experiência para administrar", lembra.
 
Márcio Masulino Alves também passou por maus bocados. Ele começou sua carreira de empresário à frente da Editora HMP um pouco mais tarde que Kuradomi e Miano, aos 27 anos. Até essa idade, trabalhou no departamento de marketing de empresas multinacionais. "Logo percebi que havia uma grande diferença entre ser um executivo em uma empresa e ser responsável por tudo em uma empresa. Não tinha a mínima idéia do que era uma duplicata."
 
Antes de fazer sua empresa decolar, Miano foi convidado para trabalhar em uma agência de publicidade de médio porte para fazer o mesmo trabalho e aceitou. "A minha idéia era fechar a DigiPronto e transferir a carteira de clientes, já que o salário era bom e eu me achava muito jovem para tocar o negócio", lembra. Ao amadurecer a idéia, no entanto, desistiu da mudança. O que incomodava Miano era a sensação de estar abandonando "o filho que acabara de parir". Mas a experiência como empregado depois de ter aberto seu negócio próprio foi enriquecedora. "Adquiri uma visão comercial muito melhor."
 
Os empresários de sucesso, segundo Covey, não se deixam abater por pequenas dificuldades. "Eles possuem visão e planos para alcançar as metas. Sabem o que querem. Identificam o que é mais importante para atingir o sucesso e não estão dispostos a sacrificar o que é extremamente importante em função do que é meramente importante", diz. Se não agirem assim, podem perder oportunidades.
 
A sorte de Kuradomi mudou quando dois empresários, que haviam feito um grande investimento malsucedido na tentativa de automatizar seus negócios conheceram o sistema que ele havia desenvolvido para a loja de autopeças de seu tio. "Quando me viram, a primeira coisa que perguntaram foi: mas o Orácio é você?" Mesmo assim, falaram sobre suas necessidades para o jovem empreendedor. "Eu disse que fazia o trabalho em um mês, mas queria poder começar do zero. Eles toparam e então comecei a decolar", afirma.
 
Diversidades Miano também enfrentou, a falta de credibilidade decorrente da pouca idade. "Pelo menos duas vezes, lembro-me de estar em reuniões e de me perguntarem se meu diretor não participaria", diz. Entre os profissionais contratados por Kuradomi, Miano e Alves as reações não foram tão diferentes. Mas eles souberam lidar com a situação e não evitaram contratar pessoas mais velhas do que eles. De acordo com Covey, os empreendedores de sucesso cercam-se de diversidades. "Eles enxergam, na força de outras pessoas, oportunidades e não ameaças", afirma.

Saber contratar pode ser a chave para o sucesso
 
Para Kuradomi, saber contratar também é fundamental. "É preciso formar uma equipe de pessoas competentes, não com parentes e amigos de conhecidos", diz. Alves lembra que foi difícil liderar pessoas mais velhas. "É preciso provar que se tem condição de ser chefe", comenta. Hoje, ele não passa mais por essa situação, mas já precisou deixar claro que o funcionário teria que seguir suas regras porque, como empresário, o risco do negócio era dele.
 
Faz parte do perfil do empresário bem-sucedido compreender que remover barreiras é necessário, segundo Covey. "Eles não têm medo de afastar um empregado que não está apto a exercer determinada função ou que resiste a mudanças referentes ao crescimento da empresa", ressalta. Alves chegou a perder o sono por ter demitido uma pessoa, mas não deixou de fazê-lo. "Não é tarefa fácil dispensar um pai de família, mas hoje consigo lidar melhor com essa situação", afirma. No dia-a-dia de uma empresa, a necessidade de mudança é constante. Não apenas em relação à equipe, mas também frente ao direcionamento do negócio.
 
 É preciso estar sempre aberto ao novo e achar maneiras novas de encarar os desafios, de acordo com Covey. Quando Miano percebeu que fazia sites complexos, cobrando muito pouco, mudou seu modo e sua estratégia. "Daí em diante, comecei a atender clientes de médio e grande porte", afirma. "Os empreendedores de sucesso entendem que mudanças são inevitáveis e sabem se adaptar a elas para que o negócio cresça", afirma Covey. Ao corrigir constantemente sua própria rota, os empresários que conseguiram transformar seus empreendimentos em grandes negócios não se esqueceram de orientar a equipe a fazer o mesmo. "Eles sabem lidar sabiamente com feedbacks e críticas", diz Covey.
 
Na visão de Alves, o empreendedor bem-sucedido é aquele que consegue fazer sua empresa funcionar sem ele. "Ao dar autonomia para os funcionários, eles se sentem motivados e trabalham melhor", diz. Mesmo delegando tarefas, uma característica dos que se tornaram grandes empresários é trabalhar incessantemente. "Obcecados pelo trabalho, são altamente eficazes durante suas horas de jornada, mas sabem bem a hora de ir para casa! Buscam equilibrar todos os aspectos de sua vida", comenta Covey.
 
Bateria extra
 
Para Miano, esse é um desafio perseguido constantemente. "Acho que a grande dificuldade de ser empresário é determinar seu próprio pique. E minha experiência me mostrou que, quando isso não é feito de maneira adequada, se reflete diretamente no faturamento", afirma. De maneira surpreendente para muitos, os empresários de sucesso parecem ter uma pilha que não descarrega nunca. "São pessoas altamente enérgicas", observa Covey.
 
"Os empreendedores bem-sucedidos buscam em sua alma a energia de que necessitam para manter e fazer crescer seu negócio. E essa sua energia contagia e inspira os outros." Talvez a palavra energia não explique sozinha a disposição dessas pessoas.

Paixão pelo que fazem

Paixão e persistência também fazem parte do seu perfil. "Só sobrevivi porque eu adoro informática", diz Kuradomi, que acredita que o segredo de seu sucesso é fazer o que gosta. Para quem está começando, Alves recomenda muita persistência. "Nos meus 15 anos como empreendedor, pensei mais de 13 vezes em desistir. O que sempre me motivou foi observar a carreira de muitos empresários que chegaram a falir antes do sucesso." O estilo faz a diferença.

Características dos empresários de sucesso, segundo Stephen Covey:

1. Valorizam o trabalho em equipe
Empresários bem-sucedidos reconhecem que formar uma equipe significa obter resultados. Eles sabem que jamais uma pessoa sozinha será responsável pelo êxito de qualquer empreendimento. São atenciosos e valorizam aqueles que merecem.

2. Estão dispostos a enfrentar mudanças
Eles entendem que mudanças são inevitáveis e sabem se adaptar a elas para que o negócio cresça.

3. Cercam-se de diversidades
Empreendedores bem-sucedidos maximizam a produtividade de seus negócios empregando pessoas que julgam suas fraquezas irrelevantes. Eles também enxergam, na força de outras pessoas, oportunidades e não ameaças.

4. Lidam sabiamente com feedbacks e críticas
Instruem e dão feedbacks de maneira a responsabilizar seu pessoal em vez de menosprezá-lo. Estão sempre disponíveis para aceitar feedbacks e críticas.

5. Possuem visão e planos para alcançar as metas
Empresários de sucesso sabem o que querem. Eles identificam o que é mais importante para atingir o sucesso e não estão dispostos a sacrificar o que é extremamente importante em função do que é meramente importante. Eles criam um plano estratégico para definir como atingirão suas metas e prazos para que isso aconteça.

6. Buscam, de forma pró-ativa, oportunidades
Eles não esperam que as oportunidades venham até eles. São pró-ativos e estão sempre preparados para receber novidades.

7. São trabalhadores incessantes e determinados
Obcecados pelo trabalho, os empresários bem-sucedidos são altamente eficazes durante suas horas de jornada, mas sabem bem a hora de ir para casa! Buscam equilibrar todos os aspectos de sua vida.

8. Entendem que remover barreiras é necessário
Eles não têm medo de afastar um empregado que não está apto a exercer determinada função ou que resiste a mudanças referentes ao crescimento da empresa.

9. São pessoas altamente enérgicas
Estes empreendedores de sucesso buscam em sua alma a energia de que necessitam para manter e fazer crescer seu negócio. Sua energia contagia e inspira os outros.

10. Nutrem constantemente o espírito empreendedor assumindo riscos e aprendendo com os erros
Dispostos a assumir riscos, aprendem com os próprios erros. Esses empresários tomam decisões rapidamente para evitar a burocracia encontrada em organizações maiores.

Fonte: Revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios – Por Carolina Sanchez Miranda

Quem são as startups brasileiras que estão ganhando o mundo

Elas são pequenas, crescem rápido e começam a explorar mercados fora do país

O mundo nas mãos

Ainda distante de se tornar um Vale do Silício, a mercado de startups no Brasil está ganhando cada vez mais adeptos. Os empreendedores estão chamando a atenção de investidores internacionais – várias startups brasileiras estão no portfólio de fundos famosos, como o Tiger Global e o Intel Capital. Cresce, no mesmo ritmo, a atuação dessas empresas.

Com mais dinheiro no caixa, o empresários conseguem expandir as fronteiras nacionais e começam a se aventurar principalmente nos vizinhos da América Latina. Veja a seguir qual o plano de internacionalização de cinco startups brasileiras.

boo-box

Com um sistema de tecnologia inovador para publicidade online, a boo-box atraiu rapidamente o interesse de investidores. No mercado desde 2007, a empresa conta com capital da Monashees Capital e da Intel Capital. A tecnologia criada por Marco Gomes atinge oito em cada dez brasileiros que estão na internet com um sistema que classifica e categoriza o público de 225 mil sites, exibe anúncios mais interessantes e dá resultado mais certeiro para os investidores.

Em dezembro de 2011, a startup montou seu primeiro escritório fora do país, na Argentina. “O mercado brasileiro e latino-americano cresce bastante e é carente da solução que a gente tem”, explica Gomes. A estratégia adotada pela empresa foi adquirir uma companhia local para se estabelecer, a Popego. “Foi uma compra estratégica para ir para lá e juntou duas coisas boas em um processo, a tecnologia deles e a presença local”, diz.

Até então, a startup só trabalhava com parcerias locais em países como Israel, França e Estado Unidos. “Como toda a América Latina fala espanhol, da Argentina conseguimos atuar em outros países”, conta. Ao todo, 13 pessoas vão trabalhar no escritório portenho. No Brasil, são 57 funcionários. A empresa garante que 75 milhões de pessoas por mês veem os anúncios e que 20% das negociações são feitas internacionalmente.

Peixe Urbano

O Peixe Urbano foi criado por Julio Vasconcellos, Emerson Andrade e Alex Tabor, no começo de 2010, usando o mesmo modelo do americano Groupon. Em dezembro, o site foi listado pelo Goldman Sachs como um dos prováveis IPOs dos próximos anos. Em março de 2011, a empresa inaugurou suas operações internacionais e, nesta semana, recebeu um aporte de dois fundos americanos que deve potencializar o negócio. “O nosso ponto de partida foi a Argentina, em seguida o México e o Chile”, conta Leticia Leite, diretora de comunicação do site.

Segundo ela, chegar antes nestes locais é essencial para manter o crescimento. “Era importante entrar cedo em outros países para conseguir conquistar rapidamente uma posição de liderança na região”, diz. A escolha dos mercados se deu por tamanho, potencial e conhecimento. Na Argentina e no Chile, o site comprou empresas locais. Já no México, a estrutura começou do zero. Ao todo, 200 dos mil profissionais se dedicam aos negócios internacionais. “No Brasil, estamos presentes em mais de 70 cidades, na Argentina em 10, no México em 2 e no Chile em 2 também”, ressalta.
O site de compras coletivas já recebeu investimentos dos fundos Monashees Capital, Benchmark Capital, General Atlantic, Tiger Global Management, Morgan Stanley e T. Rowe Price, em valores não divulgados.

Cresça Brasil

Com foco no mercado de cursos online, o empreendedor Denis Engel criou a Cresça Brasil, em 2006. A empresa oferece 500 tipos de cursos que são comprados em mais de 50 redes varejistas, como Centauro e Ricardo Eletro, e feitos pela internet. “Nosso público é das classes C e D e não costuma utilizar o meio de pagamento online”, justifica Engel. Segundo ele, a expansão internacional foi resultado do avanço do modelo de negócios no Brasil. O primeiro país a receber a plataforma foi o México. “O México tem uma característica socialmente parecida com a nossa”, explica.

Para se estabelecer, a empresa fez uma parceria com um agente local que vai ser responsável por captar novos parceiros. A princípio, os cursos foram traduzidos para o espanhol e a empresa trocou o nome para Crezca México. “O empresário local tem o direito de representação dos nossos produtos e paga royalties”, conta. A operação nos Estados Unidos, chamada Go 2 Learning, deve ser inaugurada em breve também. “Lá, oferecemos cursos em três idiomas – português, espanhol e inglês – com foco no público latino-americano”, ressalta.
 
Segundo Engel, a principal dificuldade neste processo é encontrar o parceiro mais adequado. Os representantes devem investir 300 mil dólares para começar a operar. Chile, Argentina e Europa são áreas que estão em negociação pela startup. A previsão é vender 250 mil cursos para os mexicanos no primeiro ano de atuação. “No Brasil, comercializamos 200 mil cursos por mês”, revela.

Kekanto

O Kekanto é um guia online colaborativo de gastronomia e entretenimento. Chamado de “boca a boca online”, o serviço foi criado por Fernando Okumura, Allan Kajimoto e Bruno Yoshimura e é comparado ao americano Yelp. Os fundos Kaszek e Accel já investiram no negócio. O dinheiro – valor não revelado – vai ajudar principalmente na expansão internacional. “Já estamos no Chile e na Argentina com a oferta de serviços há algum tempo e agora contratamos uma pessoa para ficar em Buenos Aires”, conta Okumura.

O empreendedor conta que eles fizeram questão de procurar um representante local, que conhecesse bem a cidade. “Buenos Aires foi o lugar escolhido para começarmos porque um dos nossos investidores está baseado lá e tem um conhecimento profundo da região”, explica. Segundo ele, as cidades grandes tendem a receber melhor o serviço e com a capital portenha não tem sido diferente. “É mais fácil achar gente que gosta de coisas novas e está disposta a experimentar”, conta.

Hoje, o faturamento da startup não é relevante, de acordo com Okumura. “A prioridade não é o retorno financeiro. A gente está procurando criar audiência através da criação de conteúdo primeiro”, diz.

Samba Tech

Criada em 2004, a Samba Tech oferece transmissão de vídeos online. Sob o comando de Gustavo Caetano, a empresa inaugurou sua primeira sede internacional, em Buenos Aires. “É um mercado com muitas oportunidades. Antes, a gente achava que era muito cedo porque a tecnologia depende da infraestrutura de internet do país”, conta Caetano. Com um investimento de 1 milhão de reais, a Samba Tech já pensa em cruzar a fronteira de novo. “Já estamos olhando a oportunidade de abrir um escritório no México, no Peru e no Chile”, diz.

Hoje, são quatro pessoas tralhando na Argentina, mas a equipe deve chegar a 15 profissionais. No Brasil, a empresa mineira tem 60 funcionários. “A gente está buscando uma segunda rodada de investimento de 10 milhões de dólares para crescer mais rápido”, revela. A empresa já tem capital investido do fundo FIR Capital. A startup cresceu 200% nos últimos dois anos e espera que 10% do faturamento de 20 milhões de reais para 2012 venha da operação internacional. “Quem consegue chegar primeiro em alguns países tem uma vantagem competitiva”, ressalta.

Fonte: Exame

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Seis funções de TI que serão muito bem remuneradas em 2012

Em todo o país, e no exterior, com exceção dos países europeus, as companhias estão competindo por talentos em TI.

Apesar das previsões sinistras sobre como a computação em nuvem vai reduzir os departamentos de TI, 2012 pode vir a ser um grande ano para alguns profissionais. O próprio modelo de cloud computing criou novas funções para profissionais de TI, e a proliferação de smartphones e tablets despertou demanda por desenvolvedores de software. O mercado de trabalho de TI, que experimentou uma forte recuperação em 2011, após a recessão, deve ser ainda mais brilhante em 2012, apesar dos desafios econômicos globais. Especialmente no Brasil, onde os profissionais mais qualificados já têm salários acima da média mundial para as respectivas funções.

Quer mais uma boa notícia? Em todo o país, e no exterior, com exceção dos países europeus, as companhias estão competindo por talentos em TI. Aqui estão os seis empregos de TI que os especialistas dizem que terão maior demanda e os melhores salários em 2012. A melhor parte: muitos desses trabalhos também são divertidos, sério.

1. Desenvolvedores de aplicativos móveis
Profissionais de TI que possam desenvolver aplicações para dispositivos móveis são commodity em TI hoje em dia. Especialistas em RH concordam que este grupo irá permanecer nesta posição invejável até 2013, como as empresas correndo para adaptar os seus sites e aplicativos para smartphones e tablets.
A demanda por desenvolvedores de aplicativos móveis é óbvia na Dice.com, onde anúncios de emprego para Android e iPhone cresceram 129% e 190%, respectivamente, em relação a 2010. Nos Estados Unidos, um desenvolvedor Android pode exigir entre 70 dólares por hora a 100 dólares por hora em um contrato.

2. Os desenvolvedores de software
Desenvolvedores de aplicativos baseados em PC não devem se sentir desprezados por seus colegas móveis. As empresas precisam de sua quota de Java,. NET, C #, SharePoint, e desenvolvedores web. Java continua sendo uma plataforma quente, por ser aberta, falar com qualquer sistema de back-end, e ser usada em grandes organizações para transferir dados de sistemas legados. Consequentemente, a faixa salarial para os desenvolvedores Java nos Estados Unidos parte de 60 mil dólares por ano até 150 mil dólares por ano, dependendo da experiência. A taxa média dos contratos para os desenvolvedores Java é de 90 dólares por hora. Salários-base para os desenvolvedores Web variam de 61 mil dólares por ano a 99 mil dólares por ano, de acordo com a Robert Half.

3. Designers de UE
Como muitas das empresas estão desenvolvendo aplicativos para PCs ou dispositivos móveis, voltados para o cliente, precisam de interfaces com usuário ou designers de UE (User Experience) para garantir aplicações intuitivas e divertidas de usar. A Robert Half afirma que os salários iniciais para os designers de UE vão subir 6,7% em 2012.

4. Profissionais de TI Segurança
Como as ameaças à segurança da informacão e as crescentes violações de dados, as organizações precisam de profissionais de TI que possam afastar ataques de malware e ladrões cibernéticos. A oferta de anúncios de emprego na Dice.com para vários tipos de profissionais de "cibersegurança" aumentaram 141% em 2011 sobre o ano anterior.
Organizações que começam a migrar para o modelo de computação em nuvem também estão estimulando a demanda por profissionais de segurança de infraestrutura, diz Prescient Solutions 'Irvine. "Ao colocarem aplicativos na nuvem, as empresas têm mais caminhos na Internet", diz ele. "Eles têm que ter um ambiente mais seguro para controlar entradas e saídas de um ambiente para o outro."
A Robert Half projeta aumentos de 6% nos salários-base para os analistas de segurança de dados.

5. Arquitetos de Data Warehouse, analistas e desenvolvedores
O desejo das empresas para extrair percepções dos petabytes de dados em seus sistemas de back office impulsionam a demanda por arquitetos de data warehouse, analistas e desenvolvedores. As empresas farão um grande esforço em 2012 para limpar e organizar seus dados para que possam fazer melhor uso deles.
A Robert Half espera que os salários-base para os analistas de data warehouse subam 6,7%, podendo atingir o patamar de 119 mil dólares por ano em 2012. Já os salários dos desenvolvedores de data warehouse poderão ter contratos com taxas variando de 65 dólares a 85 dólares por hora. Arquitetos de data warehouse podem ganhar 160 mil dólares por ano ou 80 dólares (ou mais, dependendo da experiência) por hora em contrato.

6. Profissionais de infraestrutura
Computação em nuvem não vai eliminar empregos em infraestrutura.  Em 2012 as migrações para cloud computing e Windows 7 migrações aquecem a demanda por engenheiros de rede e administradores de sistemas.
As empresas estão procurando profissionais de TI que possam configurar e gerenciar servidores virtuais e ambientes virtuais de armazenamento, que possam identificar quais aplicações são as mais utilizadas, e que sabem como realocar armazenamento em disco rígido entre as várias aplicações.
Engenheiros de rede devem ver os seus salários subirem 5,8% devido ao aumento da demanda em 2012, para uma faixa de 75 mil dólares a 108 mil dólares por ano, de acordo com a Robert Half.

Fonte: CIO - UOL

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Brasil, China e Índia dominarão 60% do mercado de máquinas para construção em 2015

O forte crescimento das economias do Brasil, China e Índia está provocando uma inversão total na divisão do mercado mundial de máquinas e equipamentos utilizados no setor de construção e de obras de infraestrutura.

Segundo um estudo de várias fontes nacionais e internacionais consolidado pela Sobratema - Associação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manutenção, em 2015, 60% das vendas mundiais de equipamentos para esse segmento acontecerão no Brasil, China e Índia. 

“A crise de 2008 acelerou um processo de concentração desse mercado nos países emergentes”, diz Brian Nicholson, consultor econômico da entidade. Além do Estudo de Mercado da própira Sobratema, Nicholson usou dados da Off-Highway Research, de Londres, e da Abimaq.

Essa participação prevista representa uma inversão total da situação vivida em 2004. Naquele ano, os três países juntos representavam apenas 23% da demanda por máquinas e equipamentos para construção e obras de infraestrutura. 

O consultor salienta ainda que a tendência deverá se acentuar ainda mais com o agravamento da crise na Europa e os bons números do desempenho nos países emergentes, especialmente os referentes à economia chinesa.

Fonte: Canal Executivo

Empresas já reconhecem vantagens do uso de geomarketing

Levantamento da Amcham indica que empresas brasileiras já reconhecem as vantagens do uso do geomarketing para aspectos estratégicos de suas ações de marketing. O geomarketing é uma ferramenta que possibilita a análise de variáveis relevantes para o marketing através da visualização de como o mercado se organiza no espaço através de mapas geográficos.

Uma fatia de 61% dos consultados pela entidade acredita que a ferramenta ajuda a ganhar conhecimento do mercado e, para outros 29%, ela auxilia na promoção direcionada de produtos ou serviços, ou seja, na composição de mix de produtos e definição de formas de divulgação adaptados a cada realidade geográfica.

A percepção entre os consultados é que a adesão ao geomarketing no País tende a aumentar influenciada principalmente por dois fatores: crescimento da concorrência e busca por nichos de mercado (46%); e desenvolvimento de classes com poder de consumo em novas regiões (27%).

Apesar da visão positiva sobre a ferramenta, fica claro na pesquisa que boa parte das companhias ainda não realiza investimentos para seu uso, seja para pesquisas de mercado (46%) ou promoção de produtos (59%). Um grupo de 46% afirma que já aplica recursos com esse fim ou pretende fazê-lo até 2012 com vistas a pesquisas de mercado. Outros 37% dizem o mesmo de olho em promoção de produtos. 

Para a sondagem, a Amcham ouviu 41 gestores e diretores da área de Marketing e Comunicação que participaram de seu comitê de Marketing, em São Paulo, no segundo semestre de 2011. 

Fonte: Canal Executivo

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Estudo detalha presença corporativa nas mídias sociais

Além de indicar que mais de 70% das corporações ao redor do mundo já têm presença nas chamadas mídias sociais, estudo da KPMG Internacional, realizado em dez países, indica que essa tendência é liderada por empresas dos mercados emergentes. Em geral, entre os representantes de organizações ouvidos na pesquisa, os chineses, indianos e brasileiros mostraram-se de 20% a 30% mais propensos a dizer que suas empresas recorreram às mídias sociais como parte dos negócios do que os britânicos, australianos, alemães ou canadenses.
"Os mercados emergentes parecem estar percebendo mais rapidamente que as redes sociais oferecem uma oportunidade de relativo baixo custo para superar a concorrência em mercados desenvolvidos", avalia Malcolm Alder, sócio da área de Economia Digital da KPMG na Austrália. 

Tendo como base uma pesquisa realizada com quase quatro mil pessoas, entre gerentes e profissionais de empresas dos principais mercados ao redor do mundo (Alemanha, Austrália, Brasil, Canadá, China, Estados Unidos, Índia, Japão, Reino Unido e Suécia), a pesquisa também descobriu que as organizações tendem a subestimar os benefícios dos meios de comunicação social. 

Por exemplo, apenas 13% daqueles que indicaram não ter nenhuma iniciativa voltada às mídias sociais disseram acreditar que aderir à “onda social” poderia ter influência sobre o perfil público da organização, ou gerar ganhos produtivos. Por outro lado, 80% dos que disseram que suas empresas têm programas ativos para as mídias sociais indicaram terem percebido pessoalmente, ou por levantamentos da própria organização, benefícios apurados em razão da atuação nesses espaços virtuais.

"Com mais de 80% dos entrevistados citando benefícios, parece claro que aproveitar as vantagens das mídias sociais deve ser um imperativo organizacional", acrescenta Sanjaya Krishna, sócio da área de Economia Digital da KPMG nos Estados Unidos.
"Em vez de enxergar nas redes sociais riscos abjetos, os executivos deveriam ser melhor aconselhados a equilibrar o risco de entrar nos meios de comunicação social diante do custo com a perda de oportunidades de não participar. Não se engane, há riscos a serem considerados, e ninguém deve entrar nas mídias sociais sem ter pensado em um modelo de governança associado."

Brasil 

O Brasil aparece em quarto lugar entre os países que despontam com presença mais intensa de suas empresas nas mídias sociais. Das organizações brasileiras consultadas na pesquisa, 69,1% indicaram já ter iniciativas ligadas a estes novos meios de comunicação, percentual próximo aos 70,4% da média geral. Na liderança da lista está a China, com 82,7%; seguida por EUA (71,5%); e Índia (70,2%). Atrás do Brasil aparecem Canadá (51%); Reino Unido (48,2%); Alemanha (42,7%); Suécia (41,7%); Austrália (41,6%); e Japão (27,5%).
“O fenômeno das mídias sociais é especialmente notável aqui no Brasil, e as empresas perceberam logo a importância de estarem presentes e atentas a esse espaço virtual aberto à interação entre as pessoas. É interessante notar também que o consumidor brasileiro percebeu as mídias sociais como um importante instrumento para divulgar suas insatisfações com as empresas, o que deve ser olhado com muita atenção pelas organizações, pois os riscos de imagem envolvidos são consideráveis”, afirma Tim Norris, diretor da área de Performance & Technology da KPMG no Brasil.

Acesso e satisfação

O relatório também apurou que as organizações que restringem o acesso de seus profissionais às redes sociais podem estar investindo em uma “batalha perdida”. Um terço dos funcionários de empresas em que o acesso a redes sociais é bloqueado disse que não apenas estava usando as mídias sociais no escritório como se empenhava em “burlar os sistemas de proteção” de seus equipamentos de trabalho para “saciar suas necessidades nas redes”.
A satisfação no trabalho e o engajamento dos funcionários também são afetados pelo acesso aos meios de comunicação social: 63% dos funcionários de organizações que têm políticas abertas de acesso a mídias sociais disseram que estavam satisfeitos em seu trabalho, contra apenas 41% daqueles que tiveram seu acesso restrito.

“Os executivos podem estar sendo ingênuos ao pensar que proibir o acesso às redes sociais elimina o seu uso pelos empregados", avalia Tudor Aw, diretor de Tecnologia da KPMG na Europa e sócio da firma britânica. "De fato, a pesquisa mostra que, ao restringir ou bloquear o acesso, muitos funcionários tendem a transferir suas atividades em redes sociais para os seus dispositivos pessoais, que muitas vezes são menos seguros e sobre os quais não há qualquer controle."

Adoção de políticas formais

Diante desse cenário, a maioria das organizações indicou que desenvolve políticas específicas ou apresentou um conjunto informal de expectativas para que seus profissionais se engajem nas mídias sociais. O relatório da KPMG International Going Social: How businesses are making the most of social media (Tornando-se Social: como as empresas estão aproveitando ao máximo as mídias sociais, em português) também mostra que mais da metade das organizações oferece aos seus funcionários formação específica em mídias sociais, e 62% já tinham desenvolvida uma política específica de mídias sociais.

Sobre os controles adotados, enquanto quase 60% dos gerentes disse que suas organizações monitoram o uso que os profissionais fazem das redes sociais, apenas 40% dos funcionários estavam cientes desse cuidado das empresas. 

"A adoção de políticas claras, práticas e concisas, apoiadas por uma formação adequada, deve ser uma prioridade na agenda dos gestores para dar aos empregados a confiança para que sejam ativos e produtivos nas mídias sociais, ao mesmo tempo em que são reduzidos os riscos por conhecerem os limites dentro dos quais eles devem agir", observou Malcolm Alder.

Sobre a pesquisa

O estudo é baseado em uma pesquisa com 1.850 gerentes e 2.016 funcionários de empresas de dez países (Alemanha, Austrália, Brasil, Canadá, China, Estados Unidos, Índia, Japão, Reino Unido e Suécia). A pesquisa foi aplicada em formato online entre os meses de abril e maio de 2011. 

Para garantir que os dados foram representativos dos públicos-alvo, as respostas foram ponderadas para refletir o tamanho relativo das populações empregadas por país para determinar o número de empregados ouvidos, enquanto que, para determinar o número de gerentes, foi ponderada a quantidade de empresas por país.

Fonte: Canal Executivo